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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 56 - 18 de Maio de 2008

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)

Somos antigos, por isso
hoje estamos


A humanidade vem passando por um momento, realmente, singular. Nunca fora tão grande o seu desenvolvimento intelectual. E, mesmo, analisando-se o aspecto moral, vemos que se, por um lado, existe a guerra, produto do egoísmo humano, pelo outro, há um intenso movimento de busca pela paz, resultado de um amor latente que já começa a despertar no ser. Porém, é de se questionar como se deu esse processo de transmissão do saber e do sentir, entre as gerações. 

A ciência, especialmente a genética, com as suas heranças monogênicas e multifatoriais, não encontrou, até o presente momento, um gene específico responsável pela transmissão do intelecto, muito menos do moral. Eis por que é difícil entender, sob a ótica materialista, como pais simplórios podem ter filhos geniais.  

Os espiritualistas, os que, de diversas religiões, vêem além da matéria grosseira admitem a existência de uma causa maior para a existência. Contudo, muitas vezes, não conseguem compreender ao certo o porquê de questões como essas levantadas acima, pois que consideram o início da existência do ser como sendo o começar da vida terrena. 

Nesse sentido, como entender a diferença dos homens de hoje para os homens de outrora? Se o gene da intelectualidade e da moralidade não existe; e se somos criados todos, Espíritos imortais, no momento da concepção material; porque nós somos diferentes de nossos ancestrais; deveríamos, segundo essas óticas, ser iguais, começando de um mesmo patamar, e não mais sapientes que eles?  

Esclarecendo essas perguntas, encontramos, de forma iluminada e sábia, as palavras de Allan Kardec, em A Gênese, um dos livros do Pentateuco Espírita, no cap. XI, dizendo-nos, com outra pergunta, que “Sem a reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado social e o dos tempos da barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo em que os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas, quanto as que viviam há mil anos”.   

E, dessa maneira, se são tão novas, todos os progressos que uma geração atingira teriam que ser refeitos pela geração subseqüente, a não ser que esses mesmos progressos, de inteligência e de moralidade, fossem transmitidos de gerações para gerações pelos genes. Entretanto, tais genes não existem.  

Sendo assim, nós, Espíritos que estamos em tempos mais civilizados não fomos criados mais perfeitos do que os nossos antepassados, pois que Deus é justo e a todos cria de forma igual, nem, tão pouco, recebemos tais conquistas em nossos genótipos. Na realidade, nós somos antigos e por isso hoje estamos mais aperfeiçoados, pois que adquirimos conhecimentos e aprendemos a amar em diversas reencarnações. Eis por que Kardec, mais à frente, na mesma parte do mesmo livro, conclui “eis aí a única explicação plausível da causa do progresso social”.  

Pitágoras já sabia da reencarnação. Sócrates e Platão, também. Orígenes, igualmente. E Allan Kardec vem relembrá-la, pois que a mesma se encontra explícita em Jesus, quando o Mestre dissera “eu vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; então os discípulos entenderam que lhes falara de João Batista”. (Mt. 17:12 e 13).
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita