Não
transcreveremos
esses
diálogos por
ser
desnecessário,
remetendo o
leitor ao
original,
que
recomendamos
que todos
nós
espíritas
estudemos,
pelo menos,
uma vez. Mas
os textos
são tão
profundos
que, se
estudarmos
mais vezes,
vamos
apreender
com mais
eficiência. |
Vejamos os
termos que
Philomeno usa
para descrever o
Dr. Ignácio:
(...)
Apresentando-se
própria a
ocasião, face à
presença em
nosso grupo de
um dos seus
atuais
diretores, o Dr.
Ignácio
Ferreira, que
fora na Terra
eminente médico
uberabense,
interroguei ao
amigo gentil,
sobre a história
daquele
Santuário
dedicado à saúde
mental, e ele,
bondosamente
respondeu:
(...) Enquanto o
gentil
psiquiatra...
(...) Sem
demonstrar
enfado, o
bondoso
psiquiatra
elucidou...
(...) Dr.
Ignácio Ferreira
houvera
experimentado
com muito
cuidado,
enquanto no
corpo físico, o
tratamento de
diversas
psicopatologias
incluindo as
obsessões
pertinazes, no
Sanatório
psiquiátrico que
erguera na
cidade de
Uberaba, e que
lhe fora
precioso
laboratório para
estudos e
aprofundamento
na psique
humana,
especialmente no
que diz respeito
ao
inter-relacionamento
entre criaturas
e Espíritos
desencarnados.
A Sra. Maria
Modesto Cravo,
se iniciara
pelas suas mãos,
quando os
fenômenos
insólitos
passaram a
perturbá-la, e,
graças à sua
faculdade
preciosa,
revelou-se
abnegada
servidora do
Bem. De sua
segura
mediunidade se
utilizavam os
bons Espíritos,
particularmente
Eurípedes
Barsanulfo, para
o ministério do
esclarecimento
dos estudiosos,
assim como para
a prática da
caridade.
(Nas
páginas 61 a 72 do referido livro temos uma palestra
do Dr. Ignácio,
na
qual
o verdadeiro benfeitor
mostra a sua
elevação moral,
tão diferente
da
caricatura
do
médico
insolente e debochado apresentado pela suposta Ermance Dufaux.
Além
das referidas
páginas
o leitor vai encontrar no livro Tormentos
da
Obsessão
outras
páginas
nas
quais
o
ilustre
psiquiatra mostra
a
sua
elevação.)
Citamos a seguir
um pequeno
trecho no qual o
Dr. Ignácio
demonstra a sua
bonomia e
elevação, a
título de
exemplo. Compare
com os textos
debochados
exarados
anteriormente:
(...) – O
processo de
evolução –
continuou
espontaneamente
a enunciar – é
lento, porque
aqueles que nele
estamos
envolvidos,
optamos pelo
imediato, que
são as ilusões
que afastam
aparentemente as
responsabilidades
e as lutas,
intoxicando-nos
os centros do
discernimento e
entorpecendo-nos
a razão. Luz,
porém, em toda a
parte, o amor de
Nosso Pai
convidando à
renovação e ao
trabalho, à
conquista da
alegria, da paz
e da felicidade
de viver. Dia
virá, e já se
anuncia, em que
o Evangelho de
Jesus tocará os
corações com
mais
profundidade, e
o ser humano se
levantará dos
vales por onde
deambula,
galgando a
montanha da
libertação, a
fim de
contemplar e
fruir os
horizontes
infinitos e
plenificadores.
Até que chegue
esse momento,
que todos nós,
aqueles que
amamos e já
despertamos para
as
responsabilidades
que nos dizem
respeito,
nos demos as
mãos e, unidos,
sirvamos sem
reclamação,
ampliando o
campo das
realizações
enobrecedoras.
Para finalizar a
nossa análise
vamos colocar
alguns trechos
no qual o autor
tenta dissociar
a mediunidade do
crivo da razão e
denigre o
movimento
espírita de
unificação.
Reforma íntima
sem martírio
(p.186 e 187): (...)
O exercício
mediúnico sério
tem sido escasso
nas casas do
Espiritismo e o
que prepondera é
o consolo nas
sessões de
intercâmbio.
Embora com seus
méritos, a
transcendência
da faculdade que
liga os mundos
não tem se
convertido em
chances para que
os benfeitores
do além possam
transmitir sua
experiência e
participar com
mais assiduidade
das vivências
dos homens. Não
foram poucas
vezes em que
Bezerra de
Menezes teve que
contar com
centros de
umbanda e
candomblé, nos
quais
encontram-se
muitos corações
afeiçoados ao
amor, para fazer
seus ditados ou
operar suas
curas. Lá a
espontaneidade e
o desejo de
servir muitas
vezes sobressai
como qualidade
indiscutível em
relação a muitos
centros
doutrinários do
Espiritismo, os
quais têm
fechado as
portas mentais
para o trânsito
dos bons
espíritos. Tem
havido um
engessamento
voluntário do
exercício
mediúnico
surgido a partir
da tese
animista, em
meados do século
passado. Sem
visão de vida
imortal,
acomodam-se e
deixam de
descobrirem
horizontes
novos.
Estacionam na
paralisia do
pensamento em
conceitos e não
se permitem
reciclar
práticas.
Muitos, além
disso,
infelizmente,
perderam o gosto
de aprender,
esbaldando-se em
seu “histórico
de serviços” sem
apresentar algo
de útil para os
reclames do
momento atual.
Lírios da
esperança (p
34 e 35): (...)Fé
é a adesão
espontânea da
alma na busca da
Verdade.
Mediunidade é o
ventre sagrado
do fervor.
Através dela,
ocorre a sublime
gestação do
patrimônio da
crença lúcida e
libertadora.
Raciocínio é o
dínamo da lógica
e do bom senso.
Quando atacado
pela rigidez
emocional,
concerte-se em
preconceito e
estagnação.
Inúmeros grupos
doutrinários
transformaram o
critério do
raciocínio em
medida prática
de defesa, para
não serem
enganados
pelas bem
urdidas
mistificações.
Com essa
postura, se não
são enganados
nas suas
produções
mediúnicas, são
ludibriados
quanto ao
significado
abrangente das
relações de amor
entre as almas,
circunscrevendo
a prática de
intercâmbio à
expressões
superficiais de
conversão de
desencarnados,
com espaço
acanhado para a
manifestação
livre de
benfeitores e
aprendizes da
erraticidade.
Vigilância
excessiva é um
cadeado nas
portas da
sensibilidade,
aprisionando os
sentimentos aos
severos regimes
de descrença e
engessamento
mental. A
cautela
excessiva com a
fantasia e o
engodo
manietaram
inúmeros
servidores.
E o resultado
mais infeliz de
tanta censura é
o enfermiço
desânimo com as
sagradas
práticas de
intercâmbio
entre os mundos.
O mais grave
efeito do
engessamento
cultural das
idéias espíritas
é a paralisia da
noção de
imortalidade. Um
plano espiritual
estático e
desconectado da
vida na Terra.
(...) O que
era apenas uma
ameaça ao
intercâmbio
mediúnico
responsável,
regido pela
espontaneidade,
hoje se
concretiza como
autêntico
cerceamento
criado por
padrões rígidos
e institucionais
nas leiras de
serviço. Tais
padrões, a
princípio
erigidos como
“estacas de
segurança”,
transformaram-se
em “cartilhas”
por sugestões de
corações bem
intencionados,
porém,
desprevenidos
quanto ao
significado da
singularidade
nos assuntos
metafísicos.
Além disso, a
existência dos
“mentores
culturais” de
sofismas, em
ambos os planos,
multiplicaram as
noções
inconsistentes
absorvidas pela
comunidade em
suas práticas e
conteúdos. O
resultado
inevitável é o
restringimento,
ainda maior, das
manifestações do
céu para a vida
terrena.
Chega a hora de
um novo chamado!
(...) Com
isso, o homem
acomoda-se na
ritualidade, na
repetição, no
padrão. Bane-se
a criatividade,
o novo e a
experimentação,
estabelecendo
uma noção de
segurança em
torno de “formas
usuais de
fazer...” A
educação moderna
preconiza em um
dos seu quatro
pilares: o
“aprender a
fazer”. Todos os
grupos
doutrinários na
atualidade são
convocados a
“reaprender a
fazer”.
(...) - Estou
confirmando que
precisamos de
rever conceitos
sobre médiuns,
mediunidade e
Espiritismo.
Largar essa
mania emocional
de fidelidade ao
texto de Kardec
e buscar
fidelidade à
postura de
Kardec, à
postura de
investigador.
Estou falando de
abertura mental
para o novo.
(Percebe-se
nitidamente os sofismas que o espírito mistificador usa
para neutralizar o
bom-senso na
prática
mediúnica,
usando
palavras
bem escolhidas, como
“criatividade”,
o “novo”,
“experimentação”,
para
melhor
enganar. O médium Wanderley em um congresso recente disse em
público, que
tem
experimentado
muitas
inovações
seguindo o
conselho
dos seus “mentores”. Percebe-se que
ele vem seguindo à
risca
os
conselhos
de
abolir
a
razão
e o bom-senso. A última novidade
que
introduziu no
Centro onde ele
participa é o “tatame
mediúnico”.
Aboliram a mesa da sala
mediúnica e
agora
há um tatame
para
amortecer as quedas
dos
médiuns,
que
usando a “espontaneidade”
jogam-se no chão ao receber os espíritos, tornando-se como
recomenda o
falso
Dr. Inácio, “cavalos” dos espíritos.)
(...) - Os
médiuns
consagrados da
seara cumprem
outro gênero de
tarefa para com
a causa, razão
pela qual, para
resguardarem
segurança
íntima,
mantêm-se
distantes dos
cataclismos de
diversidade.
- Tenho piedade
do medianeiro
que se atrever a
publicar tais
anotações!
- Pois tenho
alegria em saber
que esses
conceitos
chegarão ao
mundo pelas mãos
mediúnicas.
- A maioria
nutrirá
descrença. Eu
mesmo ainda não
creio no que
vejo!
- Ainda assim o
médium, com sua
“louca coragem”,
será um desafio
de amor para o
movimento
espírita.
(Aqui
o
espírito
sutilmente
fala da diferença
de
médiuns
consagrados e médiuns corajosamente
loucos, justificando porque não há confirmação dessas “revelações”
por médiuns
equilibrados
apenas
pelos
outros, os “loucos”.
Novamente coloca uma falácia para melhor enganar.)
Nos
capítulos
21 e 23 o
mistificador
usa
de instrumentos para ridicularizar e denegrir a doutrina e o movimento
de
unificação.
Vejamos alguns
trechos:
(...) Os
pacientes aqui
alojados neste
setor...
- São líderes da
unificação. Com
raras exceções,
os amigos da
unificação que
aqui se aportam
chegam cansados
pelo peso das
mágoas. Suas
histórias, a
exemplo da minha
própria, quase
sempre, são
agravadas pela
angústia, quando
descobrem não
serem tão
essenciais o
quanto
imaginavam aos
ofícios de
Jesus.
(...) Parecem
atordoados.
- “Emburrados”,
eu diria.
- “Emburrados”?
- Não se
entendiam na
Terra, continuam
não se
entendendo por
aqui. Brigam
durante o dia e,
agora à noite,
encontram-se
deprimidos e
fracos.
- Mas ninguém
toma nenhuma
iniciativa?
- Se tomarem,
logo eles
estarão se
procurando para
“tricotarem”.
- “Tricotarem”?!
O senhor quer
dizer que
continuam suas
tricas?
- Sejam
claros!...
Tricas, não.
Política de
bastidor!
- Até aqui
existem essas
condutas?
- E por que não?
A mente adoecida
traz para cá
suas
enfermidades.
- Surpreendente!
Como lhe disse,
conhecia bem
esse
comportamento na
seara, todavia
não imaginava
que os
unificadores
continuassem
agindo assim...
- Eu mesmo,
quando
desencarnei fiz
parte de grupo
similar na
erraticidade.
Saudade do
ambiente de
unificação! Do
movimento
espírita com
todas as suas
querelas!
(...) A
Doutrina
Espírita é uma
bênção de alívio
e paz para quem
a busca
absorver-lhe as
lições. Todavia,
para quantos
estacionam na
superfície de
seus ensinos,
transforma-se em
fardo
consciencial.
Por essa razão,
alguns confrades
recorrem a
alternativas.
Cansam de
espiritismo.
(...)
- Que o
Espiritismo
chamado de puro
é uma criação da
cabeça humana,
tomada pelo
preconceito, e
que os espíritas
de hoje são um
“novelo cultural
católico”, um
fenômeno social
e histórico. As
práticas e
conceitos
doutrinários
foram talhados
pelo arcabouço
milenar do homem
religioso.
(Aqui fica
também patente a
real finalidade
do espírito
mistificador:
ridicularizar o
movimento e a
Doutrina
Espírita através
de um
psicologismo que
engana muita
gente, pois fala
do amor, do bem,
das virtudes.
Muitas outras
falhas
doutrinárias
graves existem
nas obras, mas
ficamos por aqui
para não ficar
enfadonha a
análise.)
Concluímos com
um texto de
Erasto
extremamente
atual, que todo
trabalhador
espírita na
leitura das
obras mediúnicas
ou não deveria
sempre ter em
mente para
separar o joio
do trigo.
“O Livro dos
Médiuns” item
230: “Na dúvida,
abstém-te, diz
um dos vossos
provérbios. Não
admitais,
portanto, senão
o que seja, aos
vossos olhos, de
manifesta
evidência. Desde
que uma opinião
nova venha a ser
expendida, por
pouco que vos
pareça duvidosa,
fazei-a passar
pelo crisol da
razão e da
lógica e
rejeitai
desassombradamente
o que a razão e
o bom-senso
reprovarem.
Melhor é repelir
dez verdades do
que admitir uma
única falsidade,
uma só teoria
errônea.
Efetivamente,
sobre essa
teoria poderíeis
edificar um
sistema
completo, que
desmoronaria ao
primeiro sopro
da verdade, como
um monumento
edificado sobre
areia movediça,
ao passo que, se
rejeitardes hoje
algumas
verdades, porque
não vos são
demonstradas
clara e
logicamente,
mais tarde um
fato brutal, ou
uma demonstração
irrefutável virá
afirmar-vos a
sua
autenticidade.
Erasto”
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan.
O Livro dos Médiuns
. 62ª. Ed. -
Brasília: FEB,
1944.
MIRANDA, Manoel
Philomeno de
[espírito];
[psicografado
por] FRANCO, D.
P. Tormentos da Obsessão. 1.
ed. Salvador:
LEAL, 2001.
DIVERSOS
Espíritos.
[psicografado
por] OLIVEIRA,
Maria José
Soares de. &
OLIVEIRA,
Wanderley S.
Seara Bendita.
Belo Horizonte:
INEDE, 2000.
DUFAUX, Ermance
[espírito];
[psicografado
por] OLIVEIRA,
Wanderley S.
Reforma
Íntima Sem
Martírio.3.ed.
Belo Horizonte:
INEDE, 2003
DUFAUX, Ermance
[espírito];
[psicografado
por]OLIVEIRA,
Wanderley S.
Lírios de
Esperança.
Belo Horizonte:
Ed. Dufaux,
2005.
*
Alírio de
Cerqueira Filho
é coordenador de
assuntos da
família da
Federação
Espírita do
Estado de Mato
Grosso.
Participa do
movimento
espírita há 27
anos. É escritor
e expositor
espírita.
Realiza
palestras e
seminários por
todo Brasil e
Exterior. Foi
diretor do
Departamento de
Estudo e
Doutrina da
Federação
Espírita do
Estado de Mato
Grosso de 1982 a
1996, quando foi
eleito para
ocupar o cargo
de
Vice-presidente
para Assuntos
Doutrinários
tendo exercido a
função por dois
mandatos
consecutivos.
Profissionalmente
é médico;
biólogo com
ênfase em
ecologia;
pós-graduado em
psiquiatria;
psicologia e
psicoterapia
transpessoal e
medicina
homeopática. Tem
também formação
em Terapia
Regressiva a
Vivências
Passadas e
Especialização
na Arte de
Programação
Neurolingüística.
Possui larga
experiência no
trabalho com o
psiquismo
humano, tanto
como
psicoterapeuta,
quanto como
educador
transpessoal,
experiência essa
adquirida em 19
anos de prática
clínica e nos
inúmeros cursos,
seminários e
palestras que
tem realizado ao
longo de sua
carreira.