MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Obreiros da Vida Eterna
(Parte 13)
André Luiz
Damos continuidade ao
estudo da obra
Obreiros da Vida Eterna,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1946 pela
editora da Federação
Espírita Brasileira, a
qual integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. O suicida, ainda que
inconsciente do seu ato,
recebe auxílio especial
por ocasião de sua
desencarnação?
R.: Em princípio, todos
os fenômenos de
desencarnação contam com
o amparo da caridade
afeta às organizações de
assistência geral. Mas
só aquele que se
distinguiu no esforço
perseverante do bem
conta com o auxílio de
missão especializada.
(Obreiros da Vida
Eterna, cap. 14, pp. 215
a 217.)
B. Que lições podemos
extrair do velório de
Dimas?
R.: São muitas as lições
a extrair desse caso, a
seguir resumidas. A lei
do merecimento está
sempre presente na vida
e, por isso, a paz
legítima não frutifica
sem a semeadura
necessária. Para gozar o
descanso, a pessoa
precisa, antes de tudo,
merecê-lo. As imagens
contidas nas evocações
das palestras que
ocorrem durante um
velório incidem sobre a
mente do desencarnante,
e não somente as
imagens, porque muitas
vezes a lembrança de
certos fatos funciona
como evocação dos
protagonistas
desencarnados. Dimas,
embora dedicado à causa
do bem, descuidara-se de
incentivar a prática
metódica da oração em
família, no santuário
doméstico. Por causa
disso, ele tinha defesas
pessoais, mas a
residência, sem qualquer
proteção, conservava-se
à mercê da visitação de
qualquer classe. As
câmaras mortuárias não
devem ser pontos de
referência à vida
social, mas recintos
consagrados à oração e
ao silêncio. Nos
velórios deveriam
prevalecer sempre os
pensamentos amigos e
reconfortadores, as
preces de auxílio e as
vibrações fraternais,
mas, como isso nem
sempre ocorre, os que
morrem na indigência,
abandonados à própria
sorte, costumam ser
muito mais felizes em
tais ocasiões. (Livro
citado, cap. 14, pp. 218
a 225.)
C. Enquanto a alma de
Dimas permaneceu ligada
ao cadáver, que espécie
de intercâmbio se
verificava entre o corpo
físico e o corpo
perispiritual?
R.: André disse que,
duas horas antes do
enterro dos despojos de
Dimas, teve a nítida
impressão de que através
do cordão fluídico, do
cérebro morto ao
cérebro vivo, o
desencarnado absorvia os
princípios vitais
restantes do campo
fisiológico. André notou
também que, ao mesmo
tempo em que o organismo
perispirítico recebia
as últimas forças do
corpo inanimado, este
absorvia algo de energia
do outro, que o mantinha
sem notáveis alterações.
O apêndice prateado era
verdadeira artéria
fluídica, sustentando o
fluxo e o refluxo dos
princípios vitais em
readaptação. Logo que
retirada a derradeira
via de intercâmbio, o
cadáver mostrou sinais,
quase de imediato, de
avançada decomposição e,
em compensação,
Dimas-espírito
despertava. (Livro
citado, cap. 15, pp. 226
a 230.)
Texto
para leitura
85. Um caso de
suicídio inconsciente
- Fabriciano demonstrava
conhecimentos elevados
e condição superior, e
André não entendia por
que se formara expedição
destinada ao socorro de
Dimas, se este dispunha
de amigos de tanta
competência moral. O
amigo espiritual
resolveu a dúvida,
informando: "Não
obstante nossa amizade
ao médium, não nos foi
possível acompanhar-lhe
o transe. Temos
delegação de trabalho,
mas, no assunto, entrou
em jogo a autoridade de
superiores nossos, que
resolveram
proporcionar-lhe
repouso, o que não nos
seria possível
prodigalizar-lhe, caso
viesse diretamente para
a nossa companhia".
Fabriciano disse também
que todos os fenômenos
de desencarnação contam
com o amparo da
caridade afeta às
organizações de
assistência geral. Mas
só aquele que se
distinguiu no esforço
perseverante do bem
conta com o auxílio de
missão especializada. A
conversa girou então
sobre variados aspectos
da desencarnação, quando
o amigo espiritual
relatou a André o caso
de uma jovem senhora,
ativa trabalhadora no
campo da benemerência
social, que desejou
ardentemente morrer.
Devido a pequenas rusgas
entre ela e o esposo,
ela criou a idéia fixa
de libertar-se do corpo
de qualquer maneira,
embora sem utilizar o
suicídio direto. E tanto
pediu a morte,
insistindo por ela entre
a mágoa e a irritação
persistentes, que veio a
desencarnar em
manifestação de
icterícia complicada com
simples surto gripal.
Tratava-se de verdadeiro
suicídio inconsciente,
embora a senhora fosse,
no fundo,
extraordinariamente
caridosa e ingênua. Não
foi recebida, contudo,
qualquer autorização
para conceder-lhe
descanso e muito menos
auxílio especial. "Os
benfeitores de nossa
esfera somente puderam
afastá-la das vísceras
cadavéricas, há dois
dias, em condições
impressionantes e
tristes",
acrescentou Fabriciano.
Não havendo qualquer
determinação de
assistência
especializada, por parte
das autoridades
superiores, e porque não
seria aconselhável
entregá-la ao sabor da
própria sorte, em face
de suas virtudes
potenciais, o diretor
da comissão de serviço,
a que a mulher se
filiara, recolheu-a, por
espírito de compaixão,
em plena luta. "A lei
divina, de fato,
perfeita em seus
fundamentos, é
igualmente harmoniosa em
suas aplicações",
deduziu André Luiz.
(Cap. 14, pp. 215 a 217)
86. No velório
- A lei do merecimento
está sempre presente na
vida. O caso narrado por
Fabriciano demonstrava
que a paz legítima não
frutifica sem a
semeadura necessária.
Para gozar o descanso, a
pessoa precisa, antes
de tudo, merecê-lo. O
exemplo de Dimas era
expressivo. A
sensibilidade, posta a
serviço da obrigação bem
cumprida, castigou-lhe a
alma, até ao fim; mas
ele plantou a fé, a
serenidade, o otimismo e
a alegria em milhares de
corações, estabelecendo
sólidas causas de
felicidade futura. A
genitora do médium
informou que o filho
melhorava de modo
visível. "Os resíduos
que o ligam ao cadáver
estão quase extintos",
explicou a bondosa
senhora, que ajuntou: "Se
fosse possível receber
maior cooperação dos
amigos encarnados,
ser-lhe-ia muito mais
fácil o restabelecimento
integral. No entanto,
cada vez que os
parentes se debruçam,
em pranto, sobre os
despojos, é chamado ao
cadáver, com prejuízo
para a restauração mais
rápida". O velório
apresenta essa faceta
que poucos compreendem,
devido ao não
entendimento do
mecanismo da mediunidade
e da vida espiritual. As
imagens contidas nas
evocações das palestras
incidem sobre a mente do
desencarnante. E não
somente as imagens. "Por
vezes, nossos amigos
presentes, fecundos nas
conversações sem
proveito, exumam, com
tamanho calor, a
lembrança de certos
fatos, que trazem até
aqui alguns dos
protagonistas já
desencarnados",
asseverou Fabriciano. O
assunto interessou
sobremaneira a André
Luiz e, percebendo seu
interesse, o amigo
aconselhou-o a observar
as conversas do
ambiente, para obter
experiência direta. Foi
o que André fez. O
velório apresentava o
aspecto usual. A poucos
passos do cadáver, as
anedotas corriam soltas,
enquanto pequenas e
grandes ocorrências da
vida do falecido eram
lembradas com graça e
vivacidade. Num dos
grupos, alguém elogiava
a correção moral de
Dimas. "Sempre lhe
invejei a serenidade",
disse um interlocutor
encarnado, que revelou
haver conhecido raras
pessoas semelhantes a
Dimas em matéria de
prudência e caráter. "É
verdade que nunca me dei
a estudos espiritistas,
mas confesso que, ao lhe
observar a maneira de
proceder, sempre
desejei conhecer a
doutrina que lhe formava
o caráter",
acrescentou o amigo de
Dimas. (Cap. 14, pp. 218
a 220)
87. Um crime que
Dimas não quis denunciar
- O comentarista,
comprovando a tese de
que é muito difícil
alimentar, por mais de
cinco minutos,
conversação digna numa
assembléia superior a
três pessoas, narrou em
seguida os pormenores de
um crime testemunhado
por Dimas, mas jamais
por ele denunciado às
autoridades policiais.
Fora um caso de
adultério, ocorrido
trinta anos antes. Certa
madrugada, conhecido
chefe político saía da
residência de
respeitável amigo, pelos
fundos, acompanhado de
uma senhora que
aparentava excessiva
despreocupação consigo
mesma, ao despedir-se
com intempestiva
manifestação de afeto.
Terminado o estranho
adeus, o "Dom Juan"
percebeu que alguém os
vira. Era modestíssimo
operário, que por ali
passava. O político
alcançou-o, dum salto,
aproximou-se do
espectador inesperado e
interpelou-o,
brutalmente, ao que o
mísero homem respondeu,
humilde: "Doutor, não
estou espreitando,
juro-lhe!" "Pois
morrerá, de qualquer
modo", disse-lhe o
político, tomado de
súbita cólera. O
infeliz, de joelhos,
rogou que fosse poupado,
mas de nada valeu sua
súplica, porque o homem,
cego de fúria, tomou a
arma e desfechou-lhe
certeiro tiro no
coração. Dimas, que a
tudo assistia a curta
distância, deu um grito
e foi acudir o ferido,
que morreu quase
instantaneamente. O
assassino, notando que
Dimas testemunhara o
crime, evadiu-se, e o
médium, embora chamado a
esclarecimento pelas
autoridades, nada
revelou, preferindo o
silêncio ao escândalo,
que traria enormes
dissidências domésticas
e sociais, tendo o caso
sido arquivado, na
suposição de latrocínio.
O narrador, terminado
"Boca segura! nãoo
relato, acentuou:
conheci homem mais
discreto..." Foi
então que alguém do
grupo quis saber como
ele soubera de tantas
particularidades, se
Dimas nada revelou a
ninguém. O interpelado,
que por certo esperava a
pergunta, disse que foi
o padre F... que lhe
narrou o caso, após
ouvi-lo do próprio
assassino, em confissão,
antes da morte. (Cap.
14, pp. 220 a 222)
88. O homicida
desencarnado é atraído
ao velório -
Logo que terminou o
relato, horrível figura,
seguida de outras, não
menos monstruosas,
surgiu inesperadamente.
Acercando-se do leviano
narrador, que concluíra
a história aludindo à
justiça divina,
sacudiu-o e gritou: "Sou
eu o assassino! que quer
você de mim? por que me
chama? é juiz?!" O
narrador não via o
ambiente espiritual, mas
seu corpo foi atingido
por involuntário
estremeção, que arrancou
abafado riso dos
presentes. Depois, o
homicida desencarnado
percebeu que estava no
velório de Dimas.
Reconhecendo-o, estampou
um gesto de profunda
surpresa, ajoelhou-se e
gritou: "Dimas,
Dimas, pois também tu
vens para a verdade?!
onde estás, bom amigo,
que me velaste a falta
com o véu da caridade
sem limites?
Socorre-me! estou
desesperado! onde
encontrarei minha vítima
para suplicar o perdão
de que necessito?
Ajuda-me, ainda! Tem
compaixão! deves saber o
que ignoro! socorre-me,
socorre-me!!..." Ao
lado do infeliz,
diversas entidades
sofredoras permaneciam
extáticas. Fabriciano
surgiu, porém,
inesperadamente e
ordenou aos invasores
afastamento imediato. O
amigo espiritual havia
percebido que aquele
grupo entrara na casa
por evocação direta.
Depois, embora
reconhecesse a dedicação
de Dimas à causa do bem,
esclareceu que o
companheiro
descuidara-se de
incentivar a prática
metódica da oração em
família, no santuário
doméstico. Por isso,
ele tinha defesas
pessoais, mas a
residência, sem qualquer
proteção, conservava-se
à mercê da visitação de
qualquer classe. (Cap.
14, pp. 223 e 224)
89. O velório
ideal -
Reportando-se à triste
cena provocada pela
evocação do homicida
desencarnado, André
perguntou a Fabriciano
se Dimas teria ouvido a
súplica do irmão
infeliz. Fabriciano
explicou que não: Dimas
não chegou a ver, nem a
ouvir, integralmente,
mas vislumbrou, sentiu,
oprimiu-se e
torturou-se,
prejudicando a
reconquista de si mesmo.
Dimas ainda gemia, nos
braços maternos, ao
recordar o fato
relatado. Choques
desagradáveis, recebidos
através do cordão final,
o agitavam...
Fabriciano, à vista dos
acontecimentos,
considerou: "Nossos
amigos da esfera carnal
são ainda muito
ignorantes para o trato
com a morte. Ao invés de
trazerem pensamentos
amigos e
reconfortadores, preces
de auxílio e vibrações
fraternais, atiram aos
recém-desencarnados as
pedras e os espinhos que
deixaram nas estradas
percorridas. É por isso
que, por enquanto, os
mortos que entregam
despojos aos solitários
necrotérios da
indigência são muito
mais felizes". Dito
isso, a esposa de Dimas,
num acesso de pranto,
adiantou-se em direção
ao cadáver,
repetindo-lhe o nome,
comovedoramente: "Dimas!
Dimas! como ficarei?!
estaremos separados,
então, para sempre?..."
A genitora do médium
fazia esforços para
contê-lo, mas debalde.
Pelo fio prateado,
estabelecera-se vigoroso
contacto entre ele e a
esposa, porque Dimas se
ergueu, cambaleante,
apesar do carinho
materno. Estava lívido,
semilouco. Fabriciano,
agindo rápido, aplicou
energias de prostração
na esposa imprudente,
que foi conduzida ao
leito sem sentidos,
enquanto Dimas voltava
ao regaço maternal,
menos aflito. Outros
amigos e afeiçoados do
médium chegaram à casa,
interessados em
auxiliar o amigo que
partia. André resolveu
então regressar à Casa
Transitória de Fabiano,
registrando, porém, mais
um ensinamento: que as
câmaras mortuárias não
devem ser pontos de
referência à vida
social, mas recintos
consagrados à oração e
ao silêncio. (Cap. 14,
pp. 224 e 225)
90. Dimas vê sua
mãe - Duas horas
antes do enterro dos
despojos de Dimas, sua
residência estava cheia
de pessoas gradas e de
apreciável assembléia
de entidades
espirituais. O médium
liberto tinha então o
corpo perispiritual mais
aperfeiçoado, mais
concreto. "Tive a
nítida impressão de que
através do cordão
fluídico, de cérebro
morto a cérebro vivo, o
desencarnado absorvia os
princípios vitais
restantes do campo
fisiológico", disse
André. Jerônimo
examinou-o e, em
seguida, cortou o liame
final, verificando-se
que Dimas, desencarnado,
fazia esforço igual ao
convalescente ao
despertar, findo longo
sono. "Somente então
notei – disse André
– que, se o organismo
perispirítico recebia
as últimas forças do
corpo inanimado, este,
por sua vez, absorvia
também algo de energia
do outro, que o mantinha
sem notáveis alterações".
O apêndice prateado era
verdadeira artéria
fluídica, sustentando o
fluxo e o refluxo dos
princípios vitais em
readaptação. Retirada a
derradeira via de
intercâmbio, o cadáver
mostrou sinais, quase de
imediato, de avançada
decomposição. Em
compensação,
Dimas-espírito
despertava. Amparado
pela genitora, abriu os
olhos, fixou-os em
derredor, num impulso de
criança alarmada e
chamou a esposa,
aflitivamente. Sua mãe,
afagando-o brandamente,
acalmou-o, esclarecendo:
"Ouça, Dimas: A porta
pela qual você se
comunicava com o plano
carnal, somático,
cerrou-se com seus olhos
físicos. Tenha
serenidade, confiança,
porque a existência, no
corpo físico, terminou".
O desencarnado não
dissimulou a penosa
impressão de angústia e
fitou a genitora com
amargurado espanto,
identificando-a pela
voz, um tanto vagamente.
"Não me reconhece,
filho?" Bastou essa
pergunta para que o
desencarnado a ela se
abraçasse, gritando, num
misto de júbilo e
sofrimento: "Mãe!
minha mãe!... será
possível?" A anciã
deteve-o ternamente nos
braços e falou: "Escute!
Refreie a emoção, que
lhe será extremamente
prejudicial. Sustente o
equilíbrio, diante do
fato consumado. Estamos,
agora, juntos, numa vida
mais feliz. Não tenha
preocupações acerca dos
que ficaram. Tudo será
remediado, como convém,
no momento oportuno".
(Cap. 15, pp. 226 a 228)
91. Dimas vê seu
próprio cadáver
- Como Dimas se
mostrasse preocupado com
a esposa e os filhos, a
genitora foi incisiva: "Os
laços terrenos, entre
você e eles, foram
interrompidos.
Restitua-os a Deus,
certo de que o Eterno
Senhor da Vida, a quem
de fato pertencemos,
permitirá sempre que nos
amemos uns aos outros".
Em seguida,
apresentou-lhe o
Assistente Jerônimo, o
amigo que o havia
desligado das cadeias
transitórias e
conduziria o serviço de
sua restauração.
Pediu-lhe, por fim,
confiança, prometendo ir
vê-lo quantas vezes
fosse possível, até que
pudessem reunir-se
noutro lar venturoso,
sem as lágrimas da
separação e sem as
sombras da morte. Dimas
avançou cambaleante para
Jerônimo e osculou-lhe
respeitosamente as mãos.
O Assistente agradeceu o
carinhoso preito de
reconhecimento e, de
olhos marejados,
explicou que cumprira
apenas o dever que ali o
trouxe, pedindo que
Dimas guardasse seu
agradecimento para
Jesus, nosso Benfeitor
Divino. O momento era de
muita emoção. Dimas
trazia o olhar nevoado
de pranto, entre a
alegria e a dor, a
saudade e a esperança.
Sua posição era do
convalescente, cheio de
cicatrizes a exigirem
cuidado. "Fale pouco
e ore muito. Não se
aflija, nem se lastime.
Por hoje, não pergunte
mais nada, meu filho",
disse-lhe a genitora
bondosa, que, na
seqüência, levou o filho
até à câmara mortuária,
onde o corpo jazia
imóvel, para ver o
aparelho que o servira
fielmente durante tantos
anos. "Contemple-o
com gratidão e respeito.
Foi seu melhor amigo,
companheiro de longa
batalha redentora",
concluiu a generosa
amiga, que o advertiu a
não se deixar envolver
com os sentimentos
negativos que seus
familiares emitiam ante
o cadáver. Dimas
procurou conter-se, ante
a perturbação geral do
ambiente doméstico, e,
vacilante, debruçou-se
sobre o ataúde, vertendo
grossas lágrimas. Rente
a ele, a viúva proferia
frases de intensa
amargura. Dimas tinha
dificuldades para
concatenar raciocínios,
porque tentou em vão
articular uma prece, em
voz alta. Jerônimo veio
em seu socorro, intuindo
um dos amigos encarnados
ali presentes, que,
dizendo-se inspirado,
levantou-se e pediu
permissão para
pronunciar uma prece, no
que foi acompanhado por
todos. (Cap. 15, pp. 228
a 230)
(Continua no próximo
número.)