A Revue Spirite
de 1860
(3a
Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1860. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 11
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Existem os gênios das
flores?
Não. São Luís diz que o
Espírito não preside, de
maneira particular, à
formação das flores. O
Espírito elementar,
antes de passar à série
animal, dirige sua ação
fluídica para a criação
vegetal, mas ainda não
se encarnou, e age sob a
direção de outras
inteligências. (Revue
Spirite, p. 99.)
B. É possível a um
Espírito inferior
usurpar o nome de um
Espírito superior?
Sim. Deus pode permitir
que isso ocorra para
experimentar a nossa
paciência, a nossa fé, a
nossa firmeza em
resistir à tentação e
exercitar a nossa
perspicácia em
distingui-los. É por
isso que o exame
cuidadoso de todas as
comunicações espíritas é
indispensável. (Obra
citada, p. 105.)
C. Como se formou a
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas?
Ela surgiu de uma forma
não planejada. Kardec
recebia em sua casa um
pequeno número de
pessoas. Acharam que o
grupo cresceu; que era
preciso um local maior e
que, para tê-lo, seria
preciso pagar, em
cotização. Disseram
mais: que era preciso
ordem nas sessões, que
não era possível admitir
o primeiro que chegasse
e se fazia necessário um
regulamento. Eis aí a
história da Sociedade,
segundo palavras do
próprio Codificador.
(Obra citada, p. 107.)
D. Como proceder ante as
teorias científicas
propostas pelos
Espíritos?
O Codificador foi
bastante claro quanto a
essa questão: fora da
moral, não devem ser
aceitas teorias
científicas dos
Espíritos.
É preciso examiná-las
racionalmente. Foi assim
que se procedeu com a
doutrina da
reencarnação, adotada
não porque emanada dos
Espíritos, mas porque
era a única que podia
resolver todas as
dúvidas. (Obra
citada, pp. 114 e 115.)
Texto para leitura
54. Vendo a seu lado o
Espírito do dr. Vignal,
Cauvière distinguia-o
entre os vivos por seu
envoltório, menos
transparente que o dele.
(P. 91)
55. Kardec evocou a
senhorita Indermuhle,
surda-muda de nascença,
de origem alemã e
residente em Berna
(Suíça), a qual lhe
respondeu em francês.
Sua explicação: "O
pensamento não tem
língua: eu o comunico ao
guia do médium, que a
traduz para a língua que
lhe é familiar". (P. 94)
56. Kardec informa que
os Espíritos sérios não
gostam de repetir,
porque nossa linguagem
para eles é tão lenta
que evitam tudo quanto
lhes parece inútil. Já
os levianos, os
obsessores e os
zombadores são prolixos.
(P. 95)
57. A Revue transcreve
uma mensagem de Hettani,
que se chamou gênio das
flores. São Luís
retifica-a em vários
pontos: o Espírito não
preside, de maneira
particular, à formação
das flores. O Espírito
elementar, antes de
passar à série animal,
dirige sua ação fluídica
para a criação vegetal,
mas ainda não se
encarnou, e age sob a
direção de outras
inteligências. (P. 99)
58. Nenhum pensamento,
nenhum instinto tem o
Espírito que dá vida às
plantas e às flores --
eis o que disse São Luís
a Kardec. (P. 99)
59. Diz o Espírito de
Staël: "Se Deus pôs nos
nossos corações essa
necessidade tão grande
de felicidade, é que ela
deve existir alhures.
Sim, confiai n'Ele, mas
sabei que tudo quanto
Deus promete deve ser
Divino como Ele, e que a
felicidade que buscais
não pode ser material”.
(P. 100)
60. Kardec anuncia o
lançamento da 2a
edição d'O Livro dos
Espíritos, ocorrida em
março de 1860,
inteiramente refundida e
consideravelmente
aumentada. (P. 100)
61. Como pode um
Espírito inferior
usurpar o nome de um
Espírito superior? A
esta questão Kardec
responde que Deus pode
permitir que isso ocorra
para experimentar a
nossa paciência, a nossa
fé, a nossa firmeza em
resistir à tentação e
exercitar a nossa
perspicácia em
distingui-los. (P. 105)
62. Não formamos uma
seita, nem uma
corporação, diz Kardec.
As raízes do Espiritismo
não estão em nossa
sociedade, mas no mundo
inteiro. Existe algo
mais poderoso que todas
as sociedades: é a
doutrina que vai ao
coração e à razão dos
que a compreendem e,
sobretudo, dos que a
praticam. (P. 107)
63. Kardec conta como se
formou a Sociedade
Parisiense de Estudos
Espíritas: “Eu recebia
em minha casa um pequeno
número de pessoas;
acharam que o grupo
cresceu; que era preciso
um local maior. Para
tê-lo, teríamos que
pagar, em cotização.
Disseram mais: é preciso
ordem nas sessões; não é
possível admitir o
primeiro que chegar; é
necessário um
regulamento. Eis toda a
história da Sociedade”.
(P. 107)
64. A forma mais ou
menos imponente da
linguagem não é
importante, porque os
impostores podem
adotá-la. Partimos então
-- diz Kardec -- do
princípio de que os
bons Espíritos não
aconselham senão o bem,
a união, a concórdia e
que sua linguagem é
sempre simples, modesta,
penetrada de
benevolência, isenta de
acrimônia, de arrogância
e de fatuidade, numa
palavra, tudo neles
respira a mais pura
caridade. Eis o critério
real para julgá-los. (P.
109)
65. Jobard disserta
sobre a teoria da
incrustação planetária,
que explica por que há
na Terra amarelos,
negros, brancos e
vermelhos. (P. 111)
66. Kardec diz que tal
teoria já foi dada por
vários Espíritos, mas
confessa não ser adepto
dela. (N.R.: Emmanuel
ensina-nos o contrário.)
(P. 112)
67. O Codificador diz
que Deus quer que
adquiramos a Ciência
pelo trabalho, e não
encarregou os Espíritos
de trazê-la pronta. (P.
112)
68. Os Espíritos têm
duas maneiras de
instruir os homens:
comunicando-se
diretamente ou
encarnando-se para o
desempenho de certas
missões. (P. 113)
69. Desde que não haja
chegado o tempo para
disseminar certas
idéias, será em vão que
interrogaremos sobre o
assunto os Espíritos.
(P. 113)
70. Separar o verdadeiro
do falso, descobrir a
trapaça nas mensagens
espíritas, eis uma das
maiores dificuldades da
ciência espírita. (P.
114)
71. Kardec diz que a
teoria da formação da
Terra por incrustação
não é a única que foi
dada pelos Espíritos. Em
qual acreditar? Isto
prova que, fora da
moral, não devem ser
aceitas teorias
científicas dos
Espíritos. (P. 114)
72. É preciso
examiná-las
racionalmente. Foi assim
que se procedeu com a
doutrina da
reencarnação, adotada
não porque emanada dos
Espíritos, mas porque
era a única que podia
resolver todas as
dúvidas. (P. 115)
73. Segundo a teoria da
incrustação, a Terra
seria muito antiga por
suas partes e muito nova
por sua aglomeração. (P.
116)
74. A Revue publica
carta do dr. Morhéry a
respeito da senhorita
Désirée Godu, médium
curadora, que passou a
residir na casa dele e a
trabalhar com ele junto
a seus doentes. (PP. 117
e 118)
75. O dr. Morhéry
prometeu relatar suas
observações sobre as
curas obtidas pela
médium e nota-se, por
sua missiva, que ele era
adepto de uma prática
médica diferente da
Medicina orgânica de
então, escrava da
farmacologia mineral,
de que tanto e tanto se
abusou. (P. 119)
76. "Quanta saúde
devastada pelo uso de
substâncias minerais
que, em caso de choque,
aumentam o mal e, no da
melhora, muitas vezes
deixam traços em nosso
organismo!", lamentou o
dr. Morhéry. (PP. 119 e
120)
77. Dr. Morhéry relata
várias curas obtidas
pela srta. Godu, entre
elas a de Pierre Le
Boudec, surdo há 18
anos, o qual, após três
dias de tratamento,
pôde ouvir, maravilhado,
o canto dos pássaros.
(P. 120)
78. Quando escreveu, a
médium cuidava do Sr.
Bigot, há dois anos e
meio atingido por um
câncer no lábio
inferior, que já chegara
ao último estágio. Suas
dores eram atrozes;
Bigot não dormia há seis
meses; mas desde o
primeiro curativo
experimentava alívio,
dormia bem e se
alimentava, havendo-lhe
voltado a confiança, ao
passo que a chaga mudara
de aspecto. (PP. 120 e
121)
(Continua no próximo
número.)