Única
Nilo Bruzzi
No turbilhão da vida
cotidiana,
Há sempre um rosto
oculto de mulher;
Há no tumulto da
existência humana
Alguém que a gente quis
e ainda quer.
E numa sede de paixão
insana
Cego e humilhado, aceita
outra qualquer,
Mas, sem íntimo ardor,
de alma profana,
Porque a alma nem
acordará sequer.
E vão passando, assim,
uma por uma,
Mulheres e mulheres,
como vieram,
Sem depois despertar
saudade alguma...
Pobre de quem, como eu,
vê que, infeliz.
Teve todas aquelas que
o quiseram,
Mas nunca teve aquela
que ele quis!...
Soneto de
Nilo Bruzzi, que nasceu
em Minas Gerais, em
1879, e deixou-nos “Luar
de Verona” e “Dona
Lua”.