O leitor Gilberto Pinheiro,
do Rio de Janeiro, aludindo
ao livro Exilados de
Capela, de Edgard
Armond, diz que até hoje
nenhum planeta foi
encontrado no sistema da
estrela Capela, que seria
constituído de nove
formações estelares que
apresentam um comportamento
orbital que inviabiliza a
existência de planetas.
Questiona, então, o relato
contido no citado livro,
segundo o qual Espíritos
teriam sido enviados para a
Terra procedentes de um
planeta situado naquele
sistema.
O tema planetas habitados
foi por nós tratado na seção
de Cartas da edição
54 desta revista. Repetimos
então o que ali escrevemos,
ou seja, que as informações
relacionadas com as
condições de vida e com a
natureza dos habitantes dos
diferentes planetas não
constituem assunto
pertinente à Doutrina
Espírita, visto que lhes
faltam o critério da
universalidade do ensino e a
possibilidade de
comprovação.
Sabemos bem que, no âmbito
da Ciência, as opiniões
relativas à existência ou
não de vida em outros
planetas são divergentes.
Devemos entender, pois, como
opiniões pessoais o que a
respeito disso tem sido dito
pelos Espíritos. No caso de
Capela, Edgard Armond apenas
dissertou acerca de uma
revelação feita por Emmanuel
no livro A Caminho da Luz,
psicografado por Francisco
Cândido Xavier. Trata-se,
portanto, de uma informação
singular que o tempo
confirmará ou não. O
consenso universal, ou seja,
a concordância entre as
várias comunicações obtidas
por meio de médiuns diversos
em diferentes lugares, é um
dos critérios que definem se
determinado ensinamento de
natureza mediúnica faz parte
ou não da Doutrina Espírita.
Em O Evangelho
segundo o Espiritismo,
Introdução, item II, Kardec
trata com clareza desse
assunto. Registre-se, porém,
que a pluralidade dos mundos
habitados e o processo de
migração de Espíritos entre
os diversos planetas fazem
parte do arcabouço da
Doutrina Espírita e nenhum
autor sério, encarnado ou
desencarnado, contestou até
hoje esse entendimento.
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