EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
Células-tronco:
à luz da
Ciência
e da Religião
Qual o papel da
Ciência no nosso
meio? A Religião
continua sendo o
centro de todas
as verdades?
Qual o limite
entre a Ciência
e a Religião? O
que faz o ser
humano se
movimentar,
evoluir, pensar,
achar as
soluções e
transformar-se,
sem dúvida
nenhuma, é a
dificuldade, os
obstáculos, as
experiências
geradas no calor
do sofrimento.
Os nossos
próprios
ancestrais
aperfeiçoaram e
buscaram outros
recursos quando
houve escassez
dos alimentos;
na mudança
brusca de
temperatura e do
ambiente
caminharam ao
encontro de
novas terras; a
necessidade de
criar
ferramentas e
utensílios
facilitou a luta
diária e mesmo
na criação da
cultura ajudou o
homem passar
adiante seus
conhecimentos.
Hoje, a Ciência
através das
pesquisas e
metodologias
sérias
conquistou o seu
espaço; a
Religião luta na
educação moral
do indivíduo e,
assim, cada uma
se
responsabiliza
por sua função,
podendo e
devendo caminhar
juntas, de
braços dados.
O que faz um
tema ser tão
acalorado como
células-tronco?
O que diz a
Ciência a
respeito deste
assunto? Qual a
posição da
Religião sobre
este tema? E o
Congresso
Nacional, o que
tem a ver com
tudo isto? Hoje,
o foco desta
discussão
chama-se
células-tronco.
Elas são
classificadas
como células
primitivas,
produzidas
durante o
desenvolvimento
do organismo e
dão origem a
outros tipos de
células. Estas
células podem
ser encontradas
nos embriões
recém-fecundados
(blastocistos),
criados por
fertilização "in
vitro", aqueles
que não serão
utilizados no
tratamento da
infertilidade
(chamados
embriões
disponíveis) ou
criados
especificamente
para pesquisa;
podem ser
encontradas
também nos
embriões
recém-fecundados,
criados por
inserção do
núcleo celular
de uma célula
adulta em um
óvulo que teve
seu núcleo
removido -
reposição de
núcleo celular
(denominado
clonagem); nas
células
germinativas ou
órgãos de fetos
abortados; nas
células
sangüíneas de
cordão umbilical
no momento do
nascimento; em
alguns tecidos
adultos (tais
como a medula
óssea) e nas
células maduras
de tecido
adulto,
reprogramadas
para ter
comportamento de
células-tronco.
Existem dois
tipos de
célula-tronco
passíveis de
pesquisa: as
embrionárias,
que formam um
conglomerado de
100 a 200
células chamadas
CTE,
consideradas
pluripotentes, e
são células
primitivas
(indiferenciadas)
de embrião, com
potencial para
se tornarem uma
variedade de
tipos celulares
especializados
de qualquer
órgão ou tecido
do organismo; e
as
células-tronco
adultas CTA (multipotente),
também
indiferenciadas,
encontrada em um
tecido
diferenciado,
que pode
renovar-se e,
com certa
limitação,
produzir o tipo
de célula
especializada do
tecido do qual
se origina.
Segundo Mayana
Zatz, professora
titular de
Genética,
coordenadora do
Centro de
Estudos do
Genoma Humano,
do Departamento
de Biologia do
Instituto de
Biociências da
Universidade de
São Paulo (USP),
"a terapia com
células-tronco
poderá trazer
para muitos
pacientes a cura
de doenças
degenerativas,
causadas pela
morte prematura
ou mau
funcionamento de
tecidos ou
órgãos".
A grande
discussão é que
alguns
cientistas
querem fazer
experiências
somente com as
células-tronco
dos embriões
recém-fecundados
com apenas cinco
dias de
formação. A
verdade é que a
legislação
brasileira, pelo
Congresso
Nacional,
aprovou as
pesquisas com
células-tronco
de embriões
humanos,
permitindo o uso
dessas células
para qualquer
fim. Mas a lei
de Biossegurança
aguarda
aprovação na
Câmara dos
Deputados.
Os cientistas
que são a favor
da CTE alegam
que as
células-tronco
embrionárias
possuem o
atributo da
pluripotência, o
que quer dizer
que são capazes
de originar
qualquer tipo de
célula do
organismo,
exceto a célula
da placenta.
Eles dizem que
90% dos embriões
gerados em
clínicas de
fertilização e
que são
inseridos em um
útero, nas
melhores
condições, não
geram vida, e os
embriões de má
qualidade, que
não têm
potencial de
gerar uma vida,
mantêm a
capacidade de
gerar linhagens
de
células-tronco
embrionárias e,
portanto, de
gerarem tecidos.
Comentam que as
células-tronco
embrionárias
humanas podem
produzir células
e órgãos
geneticamente
idênticos às do
paciente, fato
que ampliaria a
lista de
pacientes
elegíveis para
tal terapia.
Estes mesmos
cientistas dizem
que as
células-tronco
adultas têm uma
capacidade de
diferenciação
muito pequena,
menos que a
embrionária. Por
exemplo, uma
célula-tronco
adulta retirada
do fígado de uma
pessoa terá a
capacidade de se
multiplicar em
células do
fígado desse
indivíduo. E
assim é com as
células adultas
retiradas de
outros tecidos.
Já a célula
embrionária é
como um coringa,
e é capaz de se
transformar em
qualquer outro
tecido do corpo
humano, como
ossos, nervos,
músculos e
sangue.
A Igreja
Católica e
outros grupos
religiosos têm o
apoio dos fiéis
e de algumas
associações
civis na luta
contra a
pesquisa com as
células-tronco
embrionárias.
Sua defesa
argumenta que
utilizar
embriões para a
extração de
células-tronco é
como se tivesse
sido praticado
um aborto, já
que o processo
destruiria o
embrião.
A Doutrina
Espírita
comprovada pela
Ciência e
composta pela
Religião
concorda com as
outras religiões
quando afirmam
que desde a
concepção existe
a união da alma
com o corpo,
pergunta 445,
que Kardec fez
ao Espírito de
Verdade, mas, na
questão 356, o
codificador da
Doutrina
pergunta: – Há
crianças
natimortas que
não foram
destinadas à
encarnação de um
Espírito? – Sim,
há as que jamais
tiveram um
Espírito
destinado aos
seus corpos:
nada devia
cumprir-se
nelas. É somente
pelos pais que
essa criança
nasce. No livro
"Evolução em
Dois Mundos",
na página 191,
André Luiz
também comenta
sobre estes
casos, dizendo
que a mulher em
provação de
reajuste do
centro genésico
pelo abuso do
aborto em outras
existências, na
vontade de ser
mãe, imprime nas
células
reprodutivas uma
alta voltagem de
atração
magnética,
formando assim,
com a célula
espermática, um
embrião
frustrado. No
mesmo livro de
André Luiz, só
que no capítulo
V, chamado
"Células e corpo
espiritual", nas
páginas 43 a 46,
o autor discorre
sobre o
funcionamento
das células e
suas adaptações,
o que iremos
resumir para
melhor
entendimento do
leitor sobre o
funcionamento
das células.
As células são
seres
rudimentares a
serviço do
Espírito, tanto
no corpo físico
como no corpo
espiritual;
morrem e nascem
todos os dias,
renovando-se
continuamente, e
elas podem ter
várias formas.
Elas são
pequenos motores
elétricos
microscópicos
com vida
própria, cada
uma com a sua
função,
trabalhando em
favor do
organismo na
reprodução, na
digestão, na
respiração e
fonação, na
circulação,
tendo também
outras funções
sob a disciplina
das orientações
da mente que
lhes governam.
Diante do
governo mental,
as células
compõem os
tecidos que
constituem os
órgãos; vigiadas
pelo sistema
nervoso e
controladas
pelos hormônios,
elas acabam
sendo excitadas
para certos
fins. Perante o
automatismo,
constituído há
milênios, as
células tomam
aspectos
diferentes
seguindo as
organizações a
que servem. A
inteligência
humana
influencia o
citoplasma da
célula, que é o
espaço
intracelular
entre a membrana
plasmática e o
envoltório
nuclear, ligando
o elemento
intersticial,
que é um líquido
claro e
transparente.
Nesse ritmo,
geram efeitos
automáticos: se
uma célula for
retirada de
qualquer tecido,
seja da epiderme
ou do cérebro,
ela permanece
viva por muito
tempo se for
mergulhada em
soro
cuidadosamente
imunizado e
mantido na
temperatura do
corpo físico,
que é de 36,7ºC,
tendo uma vida
intensa.
Passadas algumas
horas, o soro se
intoxica com a
excreção
produzida pelas
células,
impedindo o seu
desenvolvimento.
Se o líquido for
renovado, as
células
continuam a
crescer no mesmo
ritmo de
movimento, só
que, fora do
governo mental,
elas perdem as
suas devidas
funções no
organismo, e
procedem no soro
quais amebas em
liberdade para
satisfazer aos
seus próprios
impulsos.
Para finalizar,
o que é mais
impressionante é
o que André Luiz
já falava em
1958, na página
46, do livro "Evolução
em Dois Mundos",
sobre as
células:
"Fenômenos
explicáveis –
Dentro do mesmo
princípio de
submissão das
células ao
estímulo
nervoso, é que a
experiência de
transplante dos
tecidos de
embriões entre
si, com alguns
dias de
formação, pode
oferecer
resultados
surpreendentes,
de vez que as
células
orientadas em
determinado
sentido, quando
enxertadas sobre
tecidos outros
in vivo,
conseguem gerar
órgãos extras,
em regime de
monstruosidade,
obedecendo à
determinação
especializada
resultante das
ordens
magnéticas de
origem que
saturavam essas
mesmas células".
Cabe à sociedade
composta por
estes mesmos
religiosos,
cientistas,
deputados, e a
toda a nação
brasileira,
analisar os
fatos com bom
senso, usando a
luz da razão
para chegar a
uma conclusão
plausível, sem
descartar os
argumentos da
religião e muito
menos
menosprezar as
pesquisas da
ciência, porque
ambas são
importantes
ferramentas nas
mãos do Criador
para a melhora
do homem, visto
que as duas
lutam em favor
da vida humana.
Nota da Redação:
O
artigo acima foi
escrito antes da
sessão realizada
em 29/5/2008
pelo Supremo
Tribunal
Federal, que
liberou a
realização de
pesquisa e
terapia com
células-tronco
embrionárias,
sem nenhuma
restrição, como
previsto na Lei
de
Biossegurança.