A matéria existe em
estados que o homem
ignora
1. Além da Ciência,
que é a fonte dos
conhecimentos que o
homem pode adquirir
com o próprio
esforço, aplicando a
inteligência, a
lógica dos
raciocínios e o
método experimental,
tem ele na
revelação outra
importante fonte de
aquisição de
conhecimentos. Deus
permite que a
revelação lhe seja
feita por intermédio
de Espíritos
Superiores, no
domínio exclusivo da
ciência pura, isto
é, sem quaisquer
objetivos
utilitaristas,
aplicação prática ou
tecnológica.
2. A
Ciência terrena
limitou-se até hoje
a considerar como
únicas realidades
existentes a matéria
e a energia.
Aprofundando-se, no
entanto, no estudo
desses dois
elementos, o homem
chegou à conclusão
de que estão eles de
tal modo e tão
estreitamente
relacionados que
representam, em
verdade, duas
expressões de uma só
e mesma realidade,
não sendo a matéria
mais do que energia
condensada ou
concentrada,
limitada em sua
força e dinamismo
próprios,
verdadeiramente
escravizada,
encerrada, em
âmbitos restritos
para formar as
massas densas dos
corpos materiais.
3. Inversamente, em
determinadas
condições, é a
matéria atingida em
sua massa,
desconcentrando-se,
descondensando-se,
desintegrando-se e
libertando energia
em radiações
diversas de natureza
corpuscular. Há,
assim, sempre, lado
a lado no Universo,
matéria densa e
energia livre em
interações
recíprocas, que
condicionam os dois
processos inversos
de condensação e de
libertação de
energia. Enorme já é
o acervo de
conhecimentos que
sobre esse aspecto
do Universo a
Ciência e a
tecnologia
permitiram ao homem
acumular, mas que,
evidentemente,
escapa aos objetivos
deste resumo.
4. É importante, no
entanto, assinalar
que a Ciência não
considera, na
constituição do
Universo, senão o
elemento material,
quer em seu estado
denso, quer em suas
manifestações
energéticas. A
revelação não
procedeu assim e foi
além, ao ensinar que
existem
fundamentalmente
dois elementos
gerais no Universo:
o elemento
material e o
elemento espiritual.
E mais: o elemento
material não abrange
somente as formas
densas, visíveis e
tangíveis, dotadas
de massa e
ponderabilidade,
extensão e
impenetrabilidade,
mas também estados
sutis, inacessíveis
aos nossos sentidos,
em que desaparecem a
tangibilidade e a
ponderabilidade e
surge a
característica
penetrabilidade, com
relação à massa
densa.
5. Ao tratar do
assunto, em resposta
a pergunta formulada
por Kardec, os
Espíritos Superiores
esclareceram que a
matéria existe em
estados que o homem
ignora e pode ser,
por exemplo, tão
etérea e sutil que
nenhuma impressão
causa aos sentidos.
Definindo-a, eles
disseram: “A matéria
é o laço que prende
o Espírito; é o
instrumento de que
este se serve e
sobre o qual, ao
mesmo tempo, exerce
sua ação”. (L.E.,
item 22).
Matéria e espírito
são os elementos
gerais do Universo
6. Conforme o
ensinamento que os
Espíritos
transmitiram naquela
oportunidade, dois
seriam os elementos
gerais do Universo:
a matéria e o
espírito, e acima de
tudo, Deus, o
Criador, o Pai de
todas as coisas.
Deus, espírito e
matéria constituem,
portanto, o
princípio de tudo o
que existe, a
trindade universal.
Mas - lembram os
imortais - ao
elemento material é
preciso juntar o
fluido universal,
que desempenha o
papel de
intermediário entre
o espírito e a
matéria propriamente
dita, que é por
demais grosseira
para que o espírito
possa exercer ação
sobre ela.
7. Embora seja
lícito classificá-lo
como elemento
material, o fluido
universal dele se
distingue por
propriedades
especiais. Ele está
colocado entre o
espírito e a
matéria. É fluido,
como a matéria é
matéria, e
suscetível, por suas
inumeráveis
combinações com a
matéria, de produzir
sob a ação do
espírito a infinita
variedade das coisas
de que somente
conhecemos uma parte
mínima. O fluido
universal, também
chamado de fluido
cósmico, primitivo
ou elementar, é não
só o agente de que o
espírito se utiliza,
mas também o
princípio sem o qual
a matéria estaria em
perpétuo estado de
divisão e não
adquiriria as
qualidades que a
gravidade lhe dá.
8. Tudo no Universo,
como vemos, procede
de Deus, que criou o
fluido universal que
enche o espaço
infinito e é,
verdadeiramente, o
elemento primitivo a
partir do qual se
forma o que no
Universo é material,
como os planetas e
os seres. Mas Deus
criou também o
espírito, elemento
inteligente, que é
submetido a longa
elaboração através
dos diversos reinos
da Natureza. No
contato com
minerais, vegetais e
animais, o princípio
inteligente recebe
impressões que, pela
repetição, vão-se
fixando, dando
origem a
automatismos,
reflexos, memória,
instintos e hábitos
que acabam por
integrar-se em
individualidades
conscientes, dotadas
de razão e vontade,
livre-arbítrio e
responsabilidade,
destinadas a
progredir até que
adquiram pureza e
perfeição que as
aproximam da
Inteligência
Suprema.
9. A
idéia criadora
procede, portanto,
de Deus e pode
surgir no espírito,
do que se conclui
que só o espírito
pode conceber
idéias; a matéria,
não. A idéia toma
forma pela ação da
vontade divina ou do
espírito sobre o
fluido universal
que, pela sua
natureza
intermediária entre
o espírito e a
matéria, está apto a
receber influência
daquele,
transmitindo-a a
esta.
O fluido universal é
o princípio
elementar de todas
as coisas
10. Em síntese,
Kardec consigna em
sua obra os
seguintes
ensinamentos acerca
do fluido universal:
1o. O
fluido universal é
uma criação divina,
não uma emanação do
Criador. 2o.
Elemento universal,
é ele o princípio
elementar de todas
as coisas. 3o.
Para encontrá-lo em
sua simplicidade
absoluta, é preciso
ascender aos
Espíritos puros,
porque em nosso
mundo ele está mais
ou menos modificado,
para formar a
matéria compacta que
nos cerca. 4o.
É ele o elemento do
fluido elétrico, mas
o estado que mais se
aproxima de sua
simplicidade
absoluta é o que
chamamos fluido
magnético animal. 5o.
O fluido universal é
imponderável.
11. Com relação à
matéria, ensina o
Espiritismo: 1o.
A matéria é formada
de um só elemento
primitivo; os corpos
considerados simples
são, em verdade,
transformações da
matéria primitiva. 2o.
As propriedades da
matéria decorrem das
modificações que as
moléculas
elementares sofrem,
em certas
circunstâncias, por
efeito da sua união.
3o. A
matéria elementar é
suscetível de
experimentar todas
as modificações e de
adquirir todas as
propriedades. 4o.
É acertada a opinião
dos que dizem que há
na matéria apenas
duas propriedades
essenciais: a força
e o movimento. As
demais propriedades
não passam de
efeitos secundários
que variam conforme
a intensidade da
força, a direção do
movimento e a
disposição das
moléculas. 5o.
As moléculas têm
forma, que é
constante nas
moléculas
elementares
primitivas e
variável nas
moléculas
secundárias, que
nada mais são que
aglomerações das
primeiras. 6o.
O que chamamos
molécula está, no
entanto, muito longe
da molécula
elementar.
12. Os ensinamentos
espíritas com
relação à matéria
constituem admirável
antecipação das
verdades sobre a
descontinuidade da
matéria e a sua
unicidade. A
primeira já foi
provada
experimentalmente
pela Ciência; a
segunda é admitida
hoje como
inteiramente
provável.
13. Com efeito,
embora se considerem
atualmente, na base
da constituição da
matéria, além das
moléculas e dos
átomos, numerosas
outras partículas,
como os hádrons
()
e os léptons
(),
ao tempo de Kardec
as partículas
consideradas como as
menores porções das
substâncias
chamavam-se
moléculas. Kardec
não podia, portanto,
empregar em sua
época outro termo
senão moléculas para
designar essas
partículas, tanto as
que representam a
matéria densa como
os estados sutis da
matéria derivados
diretamente do
fluido universal. A
idéia é, porém, a
mesma, ou seja, a
matéria é una e,
apesar de sua
aparente
diversidade, todas
as modalidades de
substâncias nada
mais são que
modificações da
matéria cósmica ou
substância elementar
primitiva, da qual
deriva tudo o que é
material no
Universo.
Respostas às
questões propostas
1. Que é que hoje a
Ciência entende por
matéria?
R.: Matéria não é
senão energia
condensada ou
concentrada,
limitada em sua
força e dinamismo
próprios,
verdadeiramente
escravizada,
encerrada, em
âmbitos restritos
para formar as
massas densas dos
corpos materiais.
2. Como o
Espiritismo define a
matéria?
R.: Segundo a
Doutrina Espírita, a
matéria existe em
estados que o homem
ignora e pode ser,
por exemplo, tão
etérea e sutil que
nenhuma impressão
causa aos sentidos.
Definindo-a, diz o
Espiritismo: “A
matéria é o laço que
prende o Espírito; é
o instrumento de que
este se serve e
sobre o qual, ao
mesmo tempo, exerce
sua ação” (O Livro
dos Espíritos, item
22).
3. Há quantos
elementos gerais no
Universo?
R.: Dois são,
segundo o
Espiritismo, os
elementos gerais do
Universo: a matéria
e o espírito, e
acima de tudo, Deus,
o Criador, o Pai de
todas as coisas. Mas
- lembram os
imortais - ao
elemento material é
preciso juntar o
fluido universal,
que desempenha o
papel de
intermediário entre
o espírito e a
matéria propriamente
dita, que é por
demais grosseira
para que o espírito
possa exercer ação
sobre ela.
4. Que informações o
Espiritismo nos dá
com relação ao
fluido universal?
R.: Embora seja
lícito classificá-lo
como elemento
material, o fluido
universal se
distingue por
propriedades
especiais. Ele está
colocado entre o
espírito e a
matéria. É fluido,
como a matéria é
matéria, e
suscetível, por suas
inumeráveis
combinações com a
matéria, de produzir
sob a ação do
espírito a infinita
variedade das coisas
de que somente
conhecemos uma parte
mínima. O fluido
universal, também
chamado de fluido
cósmico, primitivo
ou elementar, é não
só o agente de que o
espírito se utiliza,
mas também o
princípio sem o qual
a matéria estaria em
perpétuo estado de
divisão e não
adquiriria as
qualidades que a
gravidade lhe dá. Em
síntese, ensina o
Espiritismo acerca
desse tema: 1o.
O fluido universal é
uma criação divina,
não uma emanação do
Criador. 2o.
Elemento universal,
é ele o princípio
elementar de todas
as coisas. 3o.
Para encontrá-lo em
sua simplicidade
absoluta, é preciso
ascender aos
Espíritos puros,
porque em nosso
mundo ele está mais
ou menos modificado,
para formar a
matéria compacta que
nos cerca. 4o.
É ele o elemento do
fluido elétrico, mas
o estado que mais se
aproxima de sua
simplicidade
absoluta é o que
chamamos fluido
magnético animal. 5o.
O fluido universal é
imponderável.
5. Com relação à
matéria, que é que
nos ensina a
Doutrina Espírita?
R.: Com relação à
matéria, ensina o
Espiritismo: 1o.
A matéria é formada
de um só elemento
primitivo; os corpos
considerados simples
são, em verdade,
transformações da
matéria primitiva. 2o.
As propriedades da
matéria decorrem das
modificações que as
moléculas
elementares sofrem,
em certas
circunstâncias, por
efeito da sua união.
3o. A
matéria elementar é
suscetível de
experimentar todas
as modificações e de
adquirir todas as
propriedades. 4o.
É acertada a opinião
dos que dizem que há
na matéria apenas
duas propriedades
essenciais: a força
e o movimento. As
demais propriedades
não passam de
efeitos secundários
que variam conforme
a intensidade da
força, a direção do
movimento e a
disposição das
moléculas. 5o.
As moléculas têm
forma, que é
constante nas
moléculas
elementares
primitivas e
variável nas
moléculas
secundárias, que
nada mais são que
aglomerações das
primeiras. 6o.
O que chamamos
molécula está, no
entanto, muito longe
da molécula
elementar.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos,
de
Allan Kardec, itens
17 a 34.
O
Livro dos Médiuns,
de
Allan Kardec, item
74.
Ciências Físicas e
Biológicas,
de
José Coimbra Duarte,
26a.
edição, págs. 17 a
19.