150. Lombroso
caiu, diz
Delanne, no
mesmo engano em
que se
precipitaram os
Srs. Babinet,
Faraday,
Chevreul e
tantos outros.
Ora, como pode
um homem de
ciência, depois
de assistir
apenas a duas
sessões,
formular toda
uma teoria sobre
o assunto? Viu
ele, porventura,
todos os
fenômenos
produzidos pelos
Espíritos? Viu a
escrita direta,
as fotografias
de Espíritos, as
moldagens? Não.
Lombroso
examinou uma
diminuta parcela
dos fatos
espíritas e,
apesar disso,
não teme
proclamar haver
descoberto a
causa desses
fenômenos. (PP.
194 e 195)
151. Admitamos
que Eusápia seja
neuropata e
histérica.
Suponhamos mesmo
que ela carregue
todas as
anomalias
imagináveis do
sistema nervoso.
Explicará isso –
pergunta Delanne
–: 1o)
o passeio da
campainha pelo
espaço? 2o)
o deslocamento
de um grande
móvel, como se
fosse um
paquiderme? 3o)
o puxamento da
barba de um dos
respeitáveis
professores
presentes à
sessão? 4o)
o transporte do
prato de
farinha? (Os
quatro fenômenos
mencionados
foram
presenciados e
relatados por
Lombroso.) (P.
196)
152. O professor
Vizioli,
presente na
experiência,
sentiu um
contacto de
mão pequena e
fria. Como a
força do médium
– indaga Delanne
– poderia
transformar-se
em mão? (P. 196)
153. Assim
argumentando e
mostrando a
insuficiência
das explicações
do professor
Lombroso,
Delanne rebate,
uma a uma, as
hipóteses
estapafúrdias do
eminente
cientista, as
quais, na
verdade, não
diferem muito de
outras teorias
formuladas
anteriormente
por outros
opositores das
idéias
espíritas, como
o Sr. Janet.
(PP. 196 a 198)
154. Concluindo
sua análise,
Delanne grafou
este conselho:
“Que o
professor
Lombroso estude
mais e, talvez,
melhor
instruído,
encontre enfim
uma explicação
menos banal e
mais adequada
aos fatos, tais
são os nossos
votos”. Não
se sabe se
Lombroso tomou
conhecimento
deste conselho,
mas, sem dúvida,
Delanne foi um
sábio em sua
previsão. (P.
198)
155. Fechando o
capítulo, diz
Delanne que
todos aqueles
que têm um nome
no domínio das
ciências foram
chamados a se
pronunciarem, e
os mestres mais
competentes,
quando aplicaram
tempo suficiente
às investigações
espíritas,
proclamaram a
incontestável
realidade das
manifestações.
Por sua vez, os
Espíritos, não
se contentando
em falar pela
mesa e pela
escrita, não
satisfeitos em
se fazerem ver
ou ouvir,
escrevem
diretamente,
aparecem aos
olhos de toda
uma assembléia,
deixam-se
fotografar e,
como lembrança
da sua passagem,
permitem que
partes de seu
corpo sejam
reproduzidas, na
mais cabal e
menos
contestável
prova da
existência da
alma depois da
morte corporal.
(P. 199)
156. Diante
dessa
exuberância de
provas, as
teorias
materialistas
não são mais que
orgulhosas
declarações, sem
apoio real. As
religiões sentem
desabar a sua
andaimaria de
dogmas e de
mistérios. E,
sobre essas
ruínas
amontoadas,
paira a alta e
serena doutrina
da imortalidade,
perpetuando a
vida inesgotável
através do
infinito dos
tempos. (P. 199)
157. É pelo
estudo do mundo
de além-túmulo
que se explicam
as dificuldades
da vida terrena.
É na
Erraticidade que
se verifica a
execução dessa
justiça, tantas
vezes
desfalecente em
nosso mundo. É
aí, enfim, que
se encontra essa
felicidade, em
cuja procura
aqui se gasta a
vida inteira, e
onde o Espírito,
desembaraçado
dos cuidados
materiais, pode
entrever a
verdadeira
fraternidade: o
amor sem limites
de cada um por
todos e de todos
por cada um.
(PP. 199 e 200)
158. “Espalhemos
profusamente
estas idéias –
propõe Delanne
–, elevemos o
coração até
essas alturas
serenas donde o
egoísmo é
banido, e
teremos feito
uma obra de bons
cidadãos, e
teremos
preparado o
advento do
reinado da
verdade, que é
concórdia e
fraternidade.”
(P. 200)
159. O
Espiritismo, diz
Delanne, não é
uma religião:
não tem dogmas
nem mistérios
nem ritual. É
uma ciência de
experimentação,
da qual emanam
conseqüências
morais e
filosóficas cuja
importância é
considerável.
Allan Kardec
devotou-se
pacientemente a
esse trabalho e
suas obras
encerram os
dados mais
completos que
possuímos acerca
do mundo de
além. Há trinta
e cinco anos que
vemos
diariamente
verificados
todos os seus
ensinos, podendo
julgar-se de seu
valor por não
terem sido
contraditados.
(N.R.: A
definição do
Espiritismo como
ciência segue a
linha e os
mesmos motivos
adotados por
Kardec. O
Codificador
explicou bem
isso na
Revista Espírita
de dezembro de
1868, pág. 351.)
(P. 201)
160. Dito isto,
Delanne
assevera: “Nada
podemos fazer de
melhor que
convidar os
investigadores a
se aprofundarem
no estudo das
obras desse
eminente homem;
nelas
encontrarão
resposta a todas
as questões
embaraçantes e,
seja qual for o
assunto,
vê-lo-ão
elucidado de um
modo claro e
lógico”. Em
seguida, diz
ele que seu
trabalho aqui é
resumir,
abreviar as
instruções
relativas à
evocação dos
Espíritos, mas
convida todos a
lerem O Livro
dos Médiuns,
para os
desenvolvimentos
que os limites
desta obra não
permitem dar.
(P. 201)
161. Uma das
primeiras
condições,
quando se
pretende evocar
os mortos, é a
concentração.
Não há, para
isso,
necessidade de
preces, mas a
calma e o
recolhimento são
condições
indispensáveis a
uma boa reunião.
(N.R.: A
prece na
abertura das
sessões
mediúnicas é
expressamente
recomendada nas
obras de Kardec,
sobretudo pelo
Espírito de
Santo Agostinho,
o que pode ser
verificado em
O Livro dos
Médiuns.) (P.
202)
162. Tanto quanto
possível, diz Delanne, é
necessário que a reunião
se dê no mesmo local,
nos mesmos dias da
semana e às mesmas
horas, embora essa
recomendação não tenha
um valor absoluto. (P.
202)
(Continua na próxima
edição.)