O exemplo de
ontem é a raiz
oculta que deita
as vergônteas
floridas ou
espinhosas na
árvore da tua
experiência de
hoje.
Tens do que
deste, tanto
quanto recolhes
compulsoriamente
do que semeaste.
Nos pais
irascíveis e
intolerantes,
recebes os
parceiros de
outras eras, com
os quais te
acumpliciaste na
delinqüência, a
fim de que lhes
reconduzas o
passo à
quitação
perante a Lei.
Na esposa
impertinente e
enferma,
surpreendes a
mulher que
viciaste a
distância de
obrigações
veneráveis, para
que, à custa de
abnegação e
carinho, lhe
restaures no
espírito a
dignidade do
próprio ser.
No companheiro
insensato e
infiel, tens o
ânimo
defrontado pelo
homem que
desviaste de
deveres
santificantes,
de modo a lhe
despertares na
consciência, a
preço de
sofrimento e
renúncia, as
verdadeiras
noções da honra
e da lealdade.
Nos filhos
ingratos,
encontras, de
novo, aquelas
mesmas
criaturas que
atiraste ao
precipício da
irreflexão e da
violência, a
exigirem-te, em
sacrifício
incessante, a
escada do
reajuste.
Nos empeços da
vida social
dolorosa e
difícil,
recuperas
exatamente os
estorvos que
armaste ao
caminho alheio,
para que venhas
a esculpir, no
santuário das
próprias forças,
o respeito
preciso para com
a tarefa dos
outros.
No corpo
mutilado ou
desfalecente,
impões a ti
mesmo a
resultante dos
abusos a que te
dedicaste,
esquecido de
que todos os
patrimônios da
marcha são
empréstimos da
Providência
Maior e que
sempre
devolveremos em
época prevista.
Herdamos, assim,
de nós mesmos
tudo aquilo que
se nos afigura
embaraço e
miséria no
cálice do
destino.
Se desejas,
portanto,
conquistar em ti
mesmo a vitória
da luz,
lembra-te, cada
dia, de que o
meirinho da
morte chegará de
improviso,
reclamando-te em
conta tudo
aquilo que o
mundo te confia
à existência,
sejam títulos
nobres e
afeições
respeitáveis,
sejam posses e
privilégios que
perduram apenas
no escoar de
alguns dias,
para que, enfim,
recebas, por
vera
propriedade, os
frutos bons ou
maus de teus
próprios
exemplos, que
impelirão tua
alma à descida
na treva ou à
glória imortal
da divina
ascensão.
Página
psicografada
pelo
médium
Francisco
Cândido
Xavier
em
13/3/1959,
constante
do cap.
18 do
livro
Religião
dos
Espíritos.
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