A Revue Spirite
de 1860
(7a
Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1860. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 11
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Que virtude deve ser
sempre o nosso guia?
Segundo Charlet
(Espírito), a caridade,
esta virtude das almas
verdadeiramente francas
e nobres, deve ser
sempre o nosso guia,
pois ela é o sinal da
verdadeira
superioridade. O
Espírito – disse Charlet
– se eleva pela
submissão, pela
humildade. E o que o
perde é a razão
orgulhosa, que o impele
a desprezar todo
subalterno e invejar
todo superior, pois a
inveja é a mais viva
expressão do orgulho.
(Revue Spirite, pp. 223
e 224.)
B. Devemos ser rigorosos
na análise das
comunicações mediúnicas?
Sim. Ao relacionar seis
princípios
indispensáveis a essa
análise, Kardec disse
que, fora das questões
morais, só se deve
acolher com reservas o
que vem dos Espíritos, e
jamais sem exame.
(Obra citada, pp. 233 e
234.)
C. Os Espíritos, quando
na erraticidade, fazem
também pesquisas?
Evidentemente. O
Espírito de Thilorier, o
físico, diz que os
Espíritos também fazem
pesquisas e descobertas
no estado errante e são
eles que, uma vez
autorizados, inspiram
os homens de Ciência
envolvidos na mesma
busca. (Obra citada,
p. 256.)
D. Que erro apontava
Channing nos estudos
espíritas?
Channing (Espírito)
dizia que no estudo do
Espiritismo havia um
grave erro que cada dia
mais se propagava: o de
julgarem os Espíritos
infalíveis nas
respostas. E deu a
respeito um conselho
objetivo: não devemos
perguntar-lhes o que
eles não podem nem devem
dizer. (Obra citada,
p. 264.)
Texto para leitura
144. Dissertando sobre
os fantasmas, Kardec diz
que os Espíritos podem
mostrar-se em qualquer
lugar, a qualquer hora,
de dia como de noite, e
o fazem com a aparência
que tinham em vida. (P.
215)
145. Se o morrer
pertence à natureza
humana, nenhum anjo da
guarda tem o poder de
opor-se ao curso das
leis da Natureza.
Estando o momento e o
gênero de morte no
destino de cada um, é
preciso que se cumpra o
destino. (P. 218)
146. Charlet (Espírito)
diz que existe progresso
moral nos animais e
também progresso de
condição. Mais tarde,
esclarece que o
progresso dos animais se
realiza pela educação
que recebem do homem.
(PP. 220, 221 e 228)
147. Pitágoras
lembrava-se de sua
antiga existência e
reconheceu o escudo que
usava no cerco de Tróia.
(P. 221)
148. Os animais, diz
Charlet, têm, quase
todos, o mesmo grau de
inteligência; há neles
variedade de formas; no
homem, há variedade de
Espíritos. (P. 222)
149. Diz Charlet que o
Espírito se eleva pela
submissão, pela
humildade. O que o perde
é a razão orgulhosa, que
o impele a desprezar
todo subalterno e
invejar todo superior. A
inveja é a mais viva
expressão do orgulho.
(P. 223)
150. Charlet assevera
que a caridade, esta
virtude das almas
verdadeiramente francas
e nobres, deve ser
sempre o nosso guia,
pois ela é o sinal da
verdadeira
superioridade. (P. 224)
151. Charlet informa que
os animais de Júpiter
têm uma linguagem mais
precisa e positiva do
que a dos nossos
animais. (P. 226)
152. Kardec diz que
existe uma evidente
lacuna entre o animal
mais inteligente e o
homem. São Luís o
corrige dizendo que essa
lacuna dos seres é
apenas aparente, pois
vem das raças
desaparecidas. (PP. 226
e 227)
153. A alma do animal,
diz Charlet, não se
reconhece após a morte;
mas em certos animais,
mesmo em muitos, ela é
individualizada. (P.
227)
154. Charlet,
questionado por Kardec,
recua na sua tese a
respeito da ferocidade
dos animais, que são
ferozes por necessidade,
por constituição, e nada
têm a ver com a queda
moral do homem. (P. 229)
155. Aludindo à análise
das comunicações
recebidas dos Espíritos,
Kardec relaciona seis
princípios
indispensáveis a essa
análise e conclui que,
fora das questões
morais, só se deve
acolher com reservas o
que vem dos Espíritos, e
jamais sem exame. (PP.
233 e 234)
156. São Luís,
esclarecendo uma dúvida
suscitada na sessão
anterior da Sociedade,
adverte: "É preciso que
aquele que quer
progredir na vida do bem
saiba aceitar os
conselhos e avisos que
se lhes dão, ainda
quando lhes firam o
amor-próprio. A prova de
seu adiantamento
consiste na maneira
suave e humilde por que
os recebe". (P. 236)
157. São Luís sugere que
François Arago seja
evocado com o concurso
de outro médium e
esclarece: "Um Espírito
vem de preferência a uma
pessoa cujas idéias
simpatizam com as que
tinha em vida". (P. 238)
158. Falando sobre a
Sociedade Espírita de
Paris, Kardec diz que a
Sociedade é uma
família, cujos membros,
animados de recíproca
benevolência, devem ser
movidos pelo único
desejo de instruir-se e
banir todo sentimento de
personalismo e de
rivalidade, desde que
compreendam a doutrina
como verdadeiros
espíritas. (P. 240)
159. Finda a sessão de
20-7-1860, Kardec
perguntou a São Luís se
tinha ficado satisfeito.
Eis a resposta: "Sim e
não. Errastes,
permitindo cochichos
contínuos de certos
sócios, quando os
Espíritos são
interrogados". Após
tecer outras
observações, São Luís
pede a Kardec para
lê-las na próxima
sessão: "Dizei-lhes que
esta não é uma sala para
conversa". (P. 242)
160. A Revue publica
carta do dr. De
Grand-Boulogne, doutor
em Medicina, antigo
vice-cônsul da França,
que enumera os pontos
comuns dos ensinamentos
cristãos e espíritas,
que ele diz adotar
sinceramente, e afirma
que a maior virtude é a
caridade. (PP. 242 a
244)
161. A caridade, diz
ele, é o atributo
especial da alma que, em
suas ardentes
aspirações para o bem,
se esquece de si mesma e
se consome em esforços
pela felicidade do
próximo. O saber é uma
qualidade; a caridade,
uma virtude. (P. 244)
162. Após relatar os
fenômenos da Rua des
Noyers, cuja veracidade
foi atestada por São
Luís, Kardec diz que
entre os moradores da
casa havia um médium (a
criada) que possibilitou
se dessem as
manifestações. (PP. 246
e 247)
163. O Espírito de
Thilorier, o físico, diz
que os Espíritos também
fazem pesquisas e
descobertas no estado
errante, e são eles que,
uma vez autorizados,
inspiram os homens de
Ciência envolvidos na
mesma busca. (P. 256)
164. São Luís examina o
assunto e informa que
para a comunicação das
descobertas que
transformam o aspecto
exterior das coisas Deus
deixa a idéia
amadurecer, como as
espigas cujo
desenvolvimento o
inverno retarda. (P.
257)
165. Evocando o homem
que se suicidou para
livrar o filho da guerra
da Itália, Kardec ensina
que a intenção atenua o
mal e merece
indulgência, mas não
evita que aquilo que é
mal seja assim
considerado. (P. 259)
166. Channing (Espírito)
diz que no estudo do
Espiritismo há um grave
erro que cada dia mais
se propaga: é o de
julgarem os Espíritos
infalíveis nas
respostas. E pede que
não lhes perguntem o que
eles não podem nem devem
dizer. (P. 264)
(Continua no próximo
número.)