– A maioria das
pessoas acredita
que os filhos
são inimigos do
passado. Não
poderiam ser
espíritos que
nos foram caros
em outras vidas
ou mesmo que
nunca tiveram
relação conosco,
mas que nos são
confiados para o
relacionamento e
educação?
Raul Teixeira:
Grande número de
indivíduos que
participa dos
movimentos
espíritas, ou
não, tem muita
dificuldade de
entender o
processamento
das leis divinas
no âmbito das
nossas vidas. É
muito comum essa
idéia, no
contexto
familiar, de que
filhos e pais
hajam sido
inimigos no
pretérito, e
que, agora,
estão juntos
para a
rearmonização.
É indiscutível
que muitíssimos
são os casos de
indivíduos que
se reencontram
com fins de
devoluções
recíprocas,
situações em que
se defrontam
inimigos
antigos ou
recentes para os
reacertos.
Porém, há um
enorme
contingente de
almas que se
acha no mundo
terrestre para
que se ajuste
com as divinas
leis, aceitos
por esses ou
aqueles
espíritos na
condição de
filhos, de pais
ou de irmãos,
sem que tais
vínculos hajam
sido de mágoa,
de malquerenças,
de ódios,
obrigatoriamente.
Muitos deles vêm
de experiências
de velhas
amizades, de
ternuras
imensas, de
amores sublimes,
e vêm para
apoiarem-se
reciprocamente
em momentos
difíceis que
passarão em
conjunto. Outros
vários provêm
das rotas das
afinidades, sem
que tenham que
ter convivido
fisicamente
juntos. Os
desencontros que
podem advir,
mesmo nessas
últimas
relações, estão
atrelados às
condições
humanas de cada
um, às
predisposições
ao equívoco que
cada um leva em
si, sem que tal
corresponda a
posicionamentos
antigos de
inimizades ou
outras relações
amargas.
Vale lembrar,
entretanto, que,
seja qual for o
motivo que une
pais e filhos, a
tarefa dos pais
é uma
verdadeira
missão,
conforme ensinam
os Luminares
Mentores a Allan
Kardec, na
pergunta 582 de
O Livro dos
Espíritos.
Do livro
Desafios da
Educação, 1a
edição, questão
36, de Camilo,
psicografado por
J. Raul Teixeira
e publicado pela
Editora Fráter
Livros
Espíritas, de
Niterói-RJ.