163. A
perseverança e a
paciência são
fundamentais ao
êxito do
trabalho, sendo
de notar que os
mais poderosos
médiuns podem
ficar por muito
tempo sem emitir
a indispensável
força psíquica,
sem a qual nada
se produz.
Crookes diz que
a mediunidade de
Home era sujeita
a suspensões que
duravam mais ou
menos tempo. (P.
203)
164. Acontece
também que os
Espíritos
evocados nem
sempre podem
responder ao
apelo que lhes é
feito, e isso
por muitas
razões, como as
suas ocupações
ou mesmo a falta
de vontade de se
manifestarem.
(P. 203)
165. Outra razão
é que muitos
deles
desconhecem o
seu estado na
Erraticidade e
experimentam
sensações às
vezes muito
vivas, sem poder
explicá-las. Uns
não se acreditam
mortos e vivem
ao nosso lado,
admirando-se de
que não se
responda às suas
perguntas.
Outros acham-se
em obscuridade
profunda e
buscam, em vão,
conhecer o lugar
em que se
encontram. Erram
então em
silêncio e no
seio de trevas
espessas, que
nenhum ruído,
nenhuma
claridade pode
romper. (PP. 203
e 204)
166. Um escolho
contra o qual se
deve estar
prevenido
consiste no fato
de se dar
exagerada
importância às
comunicações dos
Espíritos e em
se acreditar
cegamente em
tudo o que eles
contam. (P. 204)
167. O mundo
espiritual é
como o nosso:
nele há
inteligências em
todos os graus
de adiantamento.
Os Espíritos
nada mais são
que os homens
que viveram na
Terra; a morte
não lhes
determinou outra
mudança que não
fosse a de
criar-lhes
condições
físicas
diferentes, mas
sua ciência ou
sua moralidade
em nada ficaram
aumentadas. (P.
205)
168. Existem,
pois, entre os
Espíritos seres
ignorantes,
sistemáticos,
religiosos e
ateus. Mais do
que nunca a
palavra de
Buffon é
aplicável: é bem
aí que o
estilo é o
homem. Não
podendo vê-los,
temos de
julgá-los por
seus discursos,
cumprindo-nos
rejeitar as
comunicações
frívolas, tolas
e insípidas,
vindas de
Espíritos pouco
elevados. (P.
205)
169. Uma das
causas do
descrédito do
Espiritismo, em
certos Centros,
é o fato de
muitas vezes as
comunicações
espíritas serem
assinadas por
nomes pomposos.
É preciso reagir
fortemente
contra essa
facilidade de
crer em
assinaturas. Por
isso, não
devemos evocar
senão Espíritos
que conhecemos,
com os quais
estivemos em
relação, porque
o Espírito de
alguém conhecido
é tão
interessante
quanto o de
Confúcio, e
talvez ainda
mais. (P. 206)
170. Não se pode
avaliar a
alegria de
alguém que pode
conversar com um
ser amado que
volta do
além-túmulo. Com
que satisfação
uma mãe verá o
seu filho! Com
que prazer se
verá a esposa
bem-amada que se
foi! Em vez de
arrebicadas
páginas de
filosofia,
dar-se-ão,
então, diálogos
comoventes,
ternos, de dois
seres que se
amam, que se
revêem e que
conversam,
graças à
mediunidade!
(PP. 206 e 207)
171. Evoquemos,
pois, os nossos
afeiçoados,
aqueles cuja
vida nos foi
familiar, cujas
circunstâncias
nos são
conhecidas, e
peçamo-lhes
detalhes da sua
nova situação,
de sua
existência, de
suas ocupações,
instruindo-nos
acerca do mundo
espiritual para
o qual teremos
de ir.
Verificaremos,
assim, que o
Espiritismo é
uma grande
verdade, uma
imensa
consolação e que
ele se baseia na
mais alta e
interessante
ciência: a do
ser humano em
todas as suas
manifestações
anímicas, tanto
na Terra quanto
no Espaço. (P.
207)
172. O movimento
científico que
caracteriza o
século 19, diz
Delanne, é o da
investigação
positiva. Longe
de quererem,
como outrora,
firmar hipóteses
admitidas a
priori e
fazer que os
fenômenos da
natureza
concordem com
suas idéias
preconcebidas,
os sábios
buscaram, no
estudo
meticuloso dos
fatos, sua norma
de conduta e
chegaram aos
maravilhosos
resultados que
temos
verificado. (P.
209)
173. Se
quiserem,
contudo, aplicar
o positivismo às
realidades
espirituais, os
sábios
esbarrarão em
dificuldades
invencíveis. Eis
os exemplos: a
escola alemã,
com Büchner e
Moleschott,
declara que as
velhas
concepções de
Deus e da alma
já estão fora do
seu tempo e que
a Ciência
reduziu a nada
essas crenças.
Moleschott
aplicou-se, até
mesmo, a
demonstrar que a
idéia é produto
direto de um
trabalho
molecular do
cérebro e Karl
Vogt não teme
dizer que o
cérebro segrega
o pensamento,
mais ou menos
como a urina é
segregada pelos
rins. Haeckel
dissera o mesmo
em sua época.
(PP. 209 e 210)
174. Nós,
espíritas,
dizemos, porém,
aos
positivistas:
“Somos vossos
discípulos;
adotamos o vosso
método e só
aceitamos como
reais as
verdades
demonstradas
pela análise,
pelos sentidos,
pela observação”.
Mas, longe de
nos conduzirem
aos resultados a
que chegastes,
esses
instrumentos de
investigação
fizeram-nos
descobrir um
novo modo de
vida e
esclareceram-nos
sobre os pontos
controversos. As
grandes vozes
dos Crookes, dos
Wallace, dos
Zöllner
proclamam que,
do exame
positivo dos
fenômenos
espíritas,
resulta
claramente a
convicção de que
a alma é imortal
e que não só ela
não morre, como
pode
manifestar-se
aos homens, por
meio de leis
ainda pouco
conhecidas que
regem a matéria
imponderável.
(P. 210)
175. Não lhes
diremos, lembra
Delanne: É
preciso fé para
compreender a
nossa revelação,
mas, ao
contrário:
Vinde
instruir-vos,
fazei
experiências,
buscai
compreender os
fenômenos e
chegareis às
mesmas
conclusões.
(P. 210)
(Continua na
próxima edição.)