JORGE
HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília,
Distrito
Federal
(Brasil)
Doutrina dos Espíritos
sem Jesus não faz
sentido
Mais uma vez levantamos
a questão sobre o
surradíssimo realejo dos
que intentam banir o
Cristo da Doutrina
Espírita, para
transformá-la – pasmem!
– numa espécie de
academia de "doutores
antimísticos". Volto ao
tema, porque tais
confrades têm se
colocado como vítimas da
pecha de afugentadores
do Mestre Maior das
hostes doutrinárias.
Trôpegos, cavalgam,
suspirando a falácia de
que peregrinam o
calvário da xenofobia
contra eles.
É evidente que há um
estranho movimento de
alguns confrades para
expulsar Jesus do
Espiritismo ou, pelo
menos, reduzi-lo a mera
figura de segundo
escalão no ideário
espírita, iniciativa
infeliz que esbarra na
firme convicção do
próprio Kardec, que o
reconhece como a figura
mais importante da
Humanidade.
Os discípulos de Angeli
Torterolli (aquele que
insultou várias vezes
Bezerra de Menezes no
século XIX, na
famigerada luta entre
"místicos e
científicos"), nos dias
de hoje, alguns
desenterram ossos e
relembram-lhe o nome
como uma das figuras
mais expressivas(?!) e
desconhecidas do
movimento espírita
brasileiro. Tais
coveiros criticam Chico
Xavier, a FEB e Emmanuel
(na afirmação de que,
por ter sido o Padre
Manuel da Nóbrega,
estava trazendo
influência católica para
o Espiritismo) e –
acreditem! – afirmam que
o "Kardec brasileiro"
era mariólatra e nunca
abandonou sua simpatia
pelo catolicismo. (?!)
Achincalham, até, a
figura do pioneiríssimo
Olympio Teles de
Menezes, alcunhando-o de
espiritólico, pois que
conciliava os princípios
espíritas com algumas
crenças católicas.
As trevas são poderosas?
Claro! Atualmente, essas
tropas, disfarçadas de
espíritas, infiltradas
no movimento doutrinário
brasileiro, querem
separar a parte
científica, filosófica e
religiosa da Doutrina,
afirmando que o
Espiritismo não é
religião, ou seja, estão
querendo colocar Jesus
como coadjuvante do
projeto do Espiritismo.
As hordas das regiões
densas são poderosas e
se "organizam", uma vez
que têm, como meta, a
retirada de Jesus dos
estudos espíritas. Se
conseguirem retirar o
Cristo da Doutrina
Espírita, a casa
espírita se transforma
em escola de fantoches
da ilusão, vira circo
mesmo, vira comédia! Se
abolirmos os estudos
evangélicos do projeto
espírita, vira negócio
estranho, lembrava nosso
velho Chico.
Sejamos lúcidos e
francos: Sem Jesus, o
Espiritismo deteriora e
acaba! Fazendo coro com
as sábias palavras de
Chico Xavier,
relembramos que o Mestre
Jesus está na nossa
experiência cotidiana.
Tanto é verdade que em
nossas agruras e
dissabores pungentes, o
primeiro nome de que nos
lembramos, capaz de nos
proporcionar alívio e
reconforto, é JESUS.
(...)
No filosofismo desses
obsedados, usa-se o
reforço de palavras
ocas, através de
arranjos de definições e
conceitos que sempre
giram em torno de um
mesmo eixo, qual
rosca-sem-fim, e sem
avanços efetivos.
Confrades esses,
encabrestados por
astutos cavaleiros das
brumas umbralinas,
atestam que Kardec
escreveu o Evangelho
para apaziguar os
teólogos, tentando uma
aproximação com a
Igreja.(!) Nesse
desenfreado galope de
raciocínio, desrespeitam
a seriedade do ínclito
Druida de Lyon.
Arremessam à estrebaria
o caráter ilibado de
Kardec e a firmeza de
suas convicções. O bom
senso nos sussurra,
obviamente, que os
teólogos ortodoxos não
ficaram satisfeitos com
o terceiro livro do
Pentateuco Kardeciano.
Pensam que é só isso?
Não, tem mais! Então,
vejamos: apregoam, esses
vanguardeiros da
arrogância, que é
necessário atualizar e
contextualizar o
pensamento do
Codificador. Que os
centros espíritas
precisam se transformar
em centros de cultura
espírita, sem as amarras
do religiosismo
decrépito e
ultrapassado.
São, inequivocamente,
andróides das trevas que
espalham as esdrúxulas
idéias: "Jesus é somente
o emergir de um
arquétipo plasmado no
inconsciente coletivo".
Nesse arroubo de supremo
reducionismo, atestam
que, de tudo quanto a
civilização cristã
reteve de Jesus, nesses
dois milênios, muito
mais há de mito.
Enxovalham nossas mentes
com afirmativa do tipo:
– “Nosso Jesus não é o
mítico Governador do
Planeta, aquele que
vive, entre ‘Anjos e
Tronos’, na bela ficção
literária de Humberto de
Campos" e, ainda,
regurgitam outras
pérolas frasais como: –
“Nosso Jesus,
inteiramente homem, não
evoluiu em linha reta”
e, mais ainda,
cacarejam: – “Jesus não
criou nenhuma nova
moral. Apenas
interpretou,
adequadamente, aquela
que sempre esteve no
coração do homem por
todos os tempos e
lugares”. Que talento,
hein! Tratam o mais
supremo dos homens como
um "João-ninguém".
Em que pesem nossas
palavras mais
contundentes no texto,
temos a dúlcida energia
para afirmar que Jesus é
o Governador espiritual
do planeta e de todos os
Espíritos que nele se
encontram. Suas
faculdades morais e
espirituais jamais
poderemos definir em
nossa paupérrima
linguagem humana. Ele
foi a manifestação do
amor de Deus, a
personificação de sua
bondade. Para o célebre
pedagogo e gênio de
Lyon, o Cristo
foi “Espírito superior
da ordem mais elevada,
Messias, Espírito Puro,
Enviado de Deus; é
Diretor angélico do orbe
e Síntese do amor
divino". Sua lição,
acima de editos e
espadas, decretos e
encíclicas, sobe sempre
e cresce cada vez mais
na acústica profunda da
audição humana,
preparando os homens e a
vida para a soberania do
Amor Universal.
Embora seja Ele o centro
de polêmicas e
cogitações infindáveis,
Jesus, para nós,
espíritas, foi, é e
sempre será a síntese da
Ciência, da Filosofia e
da Religião.
Concretamente, a
Doutrina dos Espíritos
sem Jesus não faz
sentido como uma Nova
Ordem Espiritual para a
Humanidade.