ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Amadorismo
mediúnico
“Os espíritas
verdadeiramente
sérios são
reconhecidos,
entre outras
coisas, pela
meditação que
fazem do ensino
dos Espíritos
Superiores”.
(O Livro dos
Médiuns, 2ª
parte, cap.
XVII, item 220,
§ 5º.)
Mediunidade se
conjuga com
humildade e
muito estudo,
muita meditação
em torno dos
ensinos
oferecidos pelos
Benfeitores da
Humanidade, que
são os nossos
Amigos
Espirituais...
Sem tais
condições no
âmbito do
Espiritismo
prático, os
Espíritos Amigos
afirmam que, em
vez de espíritas
sérios, teremos
tão-somente
“amadores de
comunicações”.
Por ser um dos
pontos básicos
do Espiritismo,
a
Comunicabilidade
dos Espíritos,
ou seja, o
intercâmbio
entre o Mundo
Espiritual e o
Mundo Corporal,
mereceu de Allan
Kardec profundos
estudos e
experimentações
incontáveis.
O Livro dos
Médiuns
constitui-se,
portanto, o mais
completo e
singular
“vade mecum”,
no que tange ao
intercâmbio
mediúnico.
Os Espíritos
Superiores têm
sido incansáveis
e pródigos no
envio dos
arquivos
espirituais em
forma de livros
para a Terra,
abordando à
exaustão todos
os escaninhos e
meandros
existentes na
delicada área da
comunicabilidade
entre os dois
planos da Vida.
Portanto, não se
justifica tão
amplos
amadorismos
mediúnicos como
nos é dado
observar em
inúmeras casas
espíritas.
A falta de
preparo adequado
pela ausência do
estudo
doutrinário tem
sido a grande
vilã da
mediunidade, ou
seja, do
Espiritismo
prático...
Os “empertigados
entendidos”
contam-se às
centenas... Mais
presunçosos que
estudiosos, vão
mantendo em
extrema pobreza
o que poderia
ser um rico
manancial de
instruções.
Faz-se mister
urgentíssimo e
aprofundado
estudo sobre
médiuns,
mediunidades e
reuniões
mediúnicas, pois
se entende que
quem se propõe a
prestar seu
concurso em tão
delicado e
complexo setor
de atividade de
uma casa
espírita já
esteja
“portas adentro”
dessa casa.
E a “prata da
casa”
precisa –
necessariamente
– dar o bom
exemplo para
aqueles que
ainda roçam pela
superfície dos
ensinos
espíritas. Nesse
setor de
atividade não
vale aplicar o
velho axioma:
“em casa de
ferreiro o
espeto é de
pau”, uma
vez que em
tarefas
mediúnicas não
se pode
improvisar.
Jesus e Kardec
sempre! Em
especial no
Espiritismo
prático...
Longe do
proscênio do
amadorismo
mediúnico, no
qual muitos
médiuns se
perdem, todo
aquele que
exercer a
mediunidade com
elevação,
pautando sua
transcendente
caminhada no
estudo
perseverante e
no trabalho
desinteressado
em favor de
encarnados e
desencarnados,
estará alçando-a
aos alcandorados
cimos da Vida,
cumprindo a
gloriosa missão
de ser
instrumento do
Mais Alto,
logrando,
destarte, a
nobre glória do
mediunato com
Jesus.
Ainda existe um
outro fator
importantíssimo
que não pode –
de forma alguma
– ser
negligenciado na
área das
atividades
mediúnicas:
trata-se da
inserção do
Evangelho de
Jesus nessas
tarefas.
André Luiz (1)
encerra o livro
Mecanismos da
Mediunidade
exaltando o
forte vínculo
que deve existir
entre a
mediunidade e o
Evangelho do
Mestre Maior,
dizendo
textualmente:
“(...) Em
Jesus e em Seus
primitivos
continuadores,
encontramos a
mediunidade pura
e espontânea,
como deve ser,
distante de
particularismos
inferiores,
tanto quanto
isenta de
simonismo.
“Neles,
mostram-se os
valores
mediúnicos a
serviço da
Religião Cósmica
do Amor e da
Sabedoria, na
qual os
regulamentos
divinos, em
todos os mundos,
instituem a
responsabilidade
moral segundo o
grau de
conhecimento,
(negritamos)
situando-se,
desse modo, a
Justiça
Perfeita, no
íntimo de cada
um, para que se
outorgue isso ou
aquilo, a cada
Espírito, de
conformidade com
as próprias
obras.
“O Evangelho,
assim, não é o
livro de um povo
apenas, mas o
Código de
Princípios
Morais do
Universo,
adaptável a
todas as
pátrias, a todas
as comunidades,
a todas as raças
e a todas as
criaturas,
porque
representa,
acima de tudo, a
carta de
conduta para a
ascensão da
consciência à
Imortalidade, na
revelação da
qual Nosso
Senhor Jesus
Cristo empregou
a mediunidade
sublime como
agente de luz
eterna,
exaltando a Vida
e aniquilando a
morte, abolindo
o mal e
glorificando o
bem, a fim de
que as leis
humanas se
purifiquem e se
engrandeçam, se
santifiquem e se
elevem para a
integração com
as Leis de Deus”.
Referências:
(1) XAVIER,
Francisco C.
Mecanismos da
mediunidade.
4ª.
ed. Rio [de
Janeiro]: 1959,
cap. XXVI, in
fine.