LUIS ROBERTO
SCHOLL
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
No tênue limiar
da sanidade
Uma linha
imaginária muito
tênue separa o
estado
considerado de
sanidade, da
anomalia ou
desequilíbrio
mental. Esta
linha altera o
seu
posicionamento
de acordo com a
época, cultura e
interesses da
sociedade.
Transpor o
verdadeiro
limiar, que é
atemporal, é um
risco que se
corre, à medida
que se permite
constantes
desequilíbrios
emocionais nos
embates do
cotidiano.
Não raro, nos
chegam notícias
de indivíduos
aparentemente
“normais” que,
por um motivo
banal, cometem
atos insanos,
crimes, ou
utilizam a
violência contra
terceiros ou
contra si
próprio. Neste
caso a pessoa se
encontra em vias
de perturbação,
no limite, e,
quando é
acionado o
gatilho
desencadeador da
crise, mesmo que
na superfície
aparente
calmaria, nas
profundezas do
seu íntimo ainda
acalenta um ser
violento e em
desequilíbrio. O
psicanalista
Carl Gustav Jung
chama a isto de
o “nosso lado
sombra” –
atitudes que
ainda constituem
o nosso ser, mas
que
“conscientemente”,
ou pela
educação, não
gostaríamos mais
de fazer. O
Espiritismo
nos explica que
são ainda
imperfeições da
Alma, que
precisam ser
superadas e que,
algumas vezes,
quando em teste,
ainda sucumbem
às provas mais
difíceis.
Muitas vezes não
se encontra
motivos nesta
existência que
justifiquem tais
atitudes, então
percebemos, mais
uma vez, a
comprovação da
pré-existência
do Ser e a
constatação das
interferências
espirituais.
Todas as
experiências
reencarnatórias
são armazenadas
na memória
espiritual
de cada um -
aprendizados e
imperfeições que
necessitam serem
trabalhadas.
Muitas das
deficiências vêm
adormecidas para
que o indivíduo
se prepare
adequadamente
para o
enfrentamento
inevitável com a
situação
educadora. Daí,
a importância do
desenvolvimento
espiritual e
moral ainda na
infância, quando
o Espírito está
mais suscetível
à educação.
Quando o momento
pré-agendado
surge, tem-se o
livre-arbítrio
para agir de
acordo com os
novos
ensinamentos ou
repetir os
mesmos erros do
passado e
cometer
novamente os
delitos contra
as leis divinas.
Especialmente
nestes momentos
cruciais, é
marcante a
influência
espiritual,
tanto dos
Espíritos
superiores que
desejam a nossa
vitória contra
as imperfeições,
quanto dos
Espíritos que se
comprazem no
mal, que almejam
a nossa queda. É
através dos
pensamentos e
pela livre
escolha que se
tem o poder de
optar por esta
ou aquela
companhia,
sintonizando
para seguir o
caminho do bem
ou não.
Alguns seres
renascem mais
fragilizados
pelos próprios
comprometimentos
do passado,
outros superam
com mais
facilidade os
desafios por
estarem mais
fortalecidos
espiritualmente,
mas os grandes
embates, para
não entrar em
desequilíbrio
mental, ocorrem
no campo do
pensamento e da
ação, nesta
própria
existência.
É fundamental,
além do
autoconhecimento,
buscar a
serenidade
íntima através
dos mecanismos
eficazes da
meditação, da
oração e da
prática do bem,
para que, quando
as tempestades
surgirem, se
esteja em paz de
consciência e
tranqüilidade
interior. A
âncora da
religiosidade e
da
espiritualização
demonstrará sua
importância no
auge da
borrasca.