MARCOS PAULO DE
OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga,
Distrito Federal
(Brasil)
Sobre o egoísmo
Ao refletirmos
sobre a grave
questão, pedimos
licença ao
insigne escritor
Rodolfo
Calligaris para
reproduzirmos em
parte suas
explanações na
obra “As Leis
Morais”.
O egoísmo é
indubitavelmente
a matriz de
todas as mazelas
humanas. Devido
a esse
sentimento
espúrio, a
humanidade
torna-se
infeliz. Ele se
apresenta sob
diversas formas
e algumas são
bastante
tênues.
Rodolfo
Calligaris
apresenta-nos
algumas dessas
facetas, a
saber:
– O egoísmo
individual: é
aquele centrado
somente em si
mesmo, a ponto
de ignorar
aqueles que nos
cercam,
inclusive
familiares. Tudo
gira em torno do
próprio
“umbigo”. É um
narcisismo. Os
fins justificam
os meios para se
chegar à
satisfação do
ego.
– O egoísmo
familiar: provém
daqueles que
olvidam que
somos todos
irmãos, oriundos
de uma mesma
fonte, que é
Deus. São
aqueles que só
auxiliam e têm
olhos para os
seus parentes
consangüíneos.
Se porventura
surgir uma
situação em que
seja necessário
o desprendimento
(material, de
tempo, de
carinho) para
auxiliar alguém
que não seja do
vínculo carnal,
inventam
desculpas. Dizem
que não podem,
que o empenho
com a família
(sangüínea) já
exige bastante
etc.
– O egoísmo de
classe: consiste
nas
reivindicações
dos
trabalhadores.
Eles pressionam
governos,
olvidam a
coletividade
para atenderem
aos seus
interesses.
Preocupam-se tão
somente com a
própria classe.
Não se importam
com o
“desequilíbrio e
os sacrifícios
que isso possa
custar à
coletividade”.
É perfeitamente
justo o
trabalhador
cônscio, probo,
ético,
reivindicar
melhores
condições de
trabalho. Não
pensamos
diferente.
Entretanto,
convém lembrar
que esse
movimento de
classe, que
afeta milhares
ou milhões de
pessoas por não
mais oferecer os
serviços
básicos, se
torna
prejudicial,
deletério,
nefasto; porque
ignora o
coletivo.
É interessante
notarmos também
que os mesmos
que pedem
salários
polpudos mantêm
empregadas com
salários pífios
em suas casas
para
satisfazerem a
seus caprichos.
Exigem delas
horas e horas de
trabalho,
dedicação e
prestação de
serviço de
qualidade, mas
pagam salários
ridículos a
essas mulheres
com condições
sociais e
econômicas
degradantes.
Esquecem-se de
que elas também
têm uma família
a zelar, têm
filhos, têm o
seu momento de
lazer. Porém,
quando
apresentam um
atestado médico
por motivo justo
de saúde,
recebem
repreensão.
Enfim, é apenas
um exemplo para
demonstrarmos o
paradoxo. O
mesmo que pede
salário polpudo
mantém aqueles
que são seus
subalternos em
condições
degradantes.
– O egoísmo de
raça: ao largo
da História,
tem-se notado os
conflitos
dolorosos por
questões
raciais. O
Espiritismo
demonstra por
meio da
reencarnação que
essas questões
são pueris, uma
vez que aquele
que nasce na
condição de
branco e rico,
hoje, poderá
nascer, a seu
turno, na
condição de
negro e pobre. A
reencarnação
nivela todos
nós. Os
conflitos
raciais
envergonham a
História. Hitler
queria a
superioridade da
raça ariana.
Martin Luther
King, com sua
filosofia do
amor e
não-violência,
conseguiu
melhorar a
condição de vida
dos negros
norte-americanos.
Enfim... A
História está
repleta de
exemplos
negativos e
positivos com
relação a essa
temática que, na
sociedade, não
mais se
justifica devido
aos
esclarecimentos
e aos avanços
científico-tecnológicos
a que chegamos.
Infelizmente
ainda hoje se
ouvem
comentários
extremamente
racistas de
pessoas no
dia-a-dia, ou de
personalidades
nos meios de
comunicação.
Ainda hoje se
perseguem
pessoas por
causa da cor de
sua pele. E isso
se dá de uma
maneira cruel e
sub-reptícia: em
uma entrevista
de emprego, por
exemplo. Há
ainda um ranço
dessa nossa
condição de
barbárie que
necessita
urgentemente ser
extinto.
– O egoísmo
nacional: é o
tipo de egoísmo
mascarado com o
nome de
“patriotismo”.
Países que são
potências do
mundo, ao invés
de auxiliarem os
menos
favorecidos,
preferem, a
pretexto de
levar “cultura,
ciência,
progresso”,
invadir esses
países; impõem
seu modus
vivendi, seu
modus
operandi,
exterminam
famílias, tudo
com o intuito de
expandir o
território, o
poder, a força,
o domínio...
Semeiam o ódio e
colhem o terror.
– O egoísmo
sectário: é o
mais funesto dos
egoísmos. É
aquele que
considera a sua
forma de ver a
vida a única
correta. Ignoram
que todos os
caminhos levam à
casa do Pai,
independente do
tipo de religião
professada. Mas
esses egoístas
transformam
crentes em
fanáticos. Esses
últimos nada
podem ler ou
ouvir que
contrarie sua
maneira de
enxergar a vida.
Somente a sua
Igreja está
certa. É a única
que salva. O
restante é erro,
é “pecado”. Têm
a absurda
capacidade de
auxiliar somente
àquelas
instituições que
têm os mesmos
princípios da
sua religião.
Ignoram que
outros
estabelecimentos
também fazem
caridade e
transformam o
mundo. O
fanatismo
religioso,
político,
filosófico, é
doença da alma
que fomenta
ainda mais a
violência e a
estupidez no
mundo.
Após essa breve
explanação,
reiteramos que o
Espiritismo,
devido a sua
proposta de
transformação
moral do ser
humano e por ser
calcado no
Evangelho do
nosso Senhor
Jesus Cristo, é
um poderoso
antídoto contra
o egoísmo, pois
ensina-nos que
somente por meio
da caridade
(moral e
material)
conseguiremos a
nossa salvação.