R.: Sim. Os evangelhos
de Marcos, Lucas e
Mateus, designados
sinóticos, acham-se
fortemente impregnados
do pensamento
judeu-cristão dos
apóstolos. O evangelho
de João inspirou-se em
influência diferente.
Encontra-se nele um
reflexo da filosofia
grega, rejuvenescida
pelas doutrinas da
escola de Alexandria.
(Obra citada, cap. I, p.
28.)
Texto para leitura
1. Uma das objeções mais
sérias feitas
modernamente ao
Cristianismo é que sua
doutrina repousa sobre
fatos ditos
“miraculosos” que o
homem esclarecido não
poderia hoje admitir.
(Introdução, p. 9)
2. Por um aprofundado
estudo das manifestações
do além-túmulo, o
Espiritismo demonstra
que esses fatos
ocorreram em todas as
épocas e que uma
perfeita comunhão une os
habitantes do espaço ao
mundo terrestre. (P. 10)
3. O objetivo do homem
na Terra não é levar uma
vida faustosa e sensual.
Um povo não é grande, um
povo não se eleva senão
pelo trabalho, pelo
culto da justiça e da
verdade. (P. 11)
4. Contra as doutrinas
de negação e morte falam
os fatos. Uma
experimentação metódica,
prolongada, nos conduz à
certeza de que o ser
humano sobrevive à morte
e o seu destino é obra
sua. (P. 12)
5. A vida tem um
objetivo; a lei moral
tem uma realidade e uma
sanção; não há
sofrimentos inúteis,
trabalho sem proveito,
nem provas sem
compensação. Tudo é
pesado na balança do
Divino Justiceiro. (P.
12)
6. O homem tem tanta
necessidade de uma
crença como de uma
pátria, como de um lar.
Há no coração humano
tendências e
necessidades que nenhum
sistema negativista
poderá satisfazer. Mau
grado à dúvida que a
oprime, desde que a alma
sofre, instintivamente
ela se volta para o céu.
(P. 13)
7. O ideal religioso
evolverá, como todas as
manifestações do
pensamento. A futura fé,
que já emerge dentre as
sombras, não será nem
católica nem
protestante; será a
crença universal das
almas, que reina em
todas as sociedades
adiantadas do espaço,
mediante a qual não há
antagonismo entre a
ciência e a religião.
(P. 14)
8. O Moderno
Espiritualismo, em que
renascem tantas verdades
há séculos ocultas,
ressurge sob mais
imponentes formas, para
encaminhar a um novo
ciclo ascensional a
Humanidade em marcha.
(P. 15)
9. A Igreja só foi
verdadeiramente popular
e democrática em suas
origens, durante os
tempos apostólicos. No
dia em que foi
oficialmente reconhecida
pelo Império, a partir
da conversão de
Constantino, tornou-se a
amiga dos Césares e,
algumas vezes, a
cúmplice dos grandes e
dos poderosos. (P. 18)
10. Grande e bela, no
entanto, foi outrora a
Igreja de França, asilo
dos mais elevados
espíritos e das mais
nobres inteligências. Os
grandes mosteiros, as
abadias célebres
tornaram-se os refúgios
do pensamento humano.
(P. 19)
11. Onde estão hoje, na
Igreja, os pensadores e
os artistas, os
verdadeiros sacerdotes e
os santos? Eles cederam
lugar aos políticos
combativos e negocistas.
(P. 19)
12. Jesus não fundou a
religião do Calvário
para dominar os povos e
os reis, mas para
libertar as almas do
jugo da matéria e
pregar, pela palavra e
pelo exemplo, o único
dogma de redenção: o
Amor. (P. 21)
13. Esqueçamos os
despotismos solidários
dos reis e da Igreja, a
Inquisição e suas
vítimas, e voltemos aos
tempos atuais, em que
ela cometeu um de seus
maiores erros: a
definição do dogma da
infalibilidade papal.
(P. 21)
14. O vestuário do Papa,
seus gestos e atitudes,
o cerimonial e o fausto
de sua cúria, tudo
recorda as pompas
cesarianas, o que levou
o orador espanhol Emílio
Castelar a exclamar,
vendo Pio IX carregado
na sédia, a caminho de
S. Pedro: “Aquele não é
o pescador da Galiléia,
é um sátrapa do
Oriente!” (PP. 21 e 22)
15. Na Igreja a teologia
aniquilou o Evangelho,
como nas Sinagogas o
Talmude havia
desnaturado a Lei. (P.
22)
16. A doutrina revelada
pelos Espíritos é bem
mais ampla que os dogmas
exclusivos das Igrejas
agonizantes e, se o
futuro pertence a
alguém, há de o ser
indubitavelmente ao
espiritualismo
universal. (P. 23)
17. O Cristo nada
escreveu. Suas palavras,
disseminadas ao longo
dos caminhos, foram
transmitidas de boca em
boca e, posteriormente,
transcritas em
diferentes épocas, muito
tempo depois da sua
morte. (P. 25)
18. Não é senão entre os
anos 60 e 80 que
aparecem as primeiras
narrações escritas, a de
Marcos a princípio, que
é a mais antiga, depois
as de Mateus e Lucas
.
Foi entre os anos 80 e
98 que surgiram os
evangelhos de Lucas e de
Mateus. Entre 98 e 110,
apareceu em Éfeso o
evangelho de João.
Embora a Igreja só
reconheça esses quatro,
são conhecidos cerca de
vinte evangelhos.
(P. 26)
19. Os primeiros
apóstolos limitavam-se a
ensinar a paternidade de
Deus e a fraternidade
humana, e demonstravam a
necessidade da
penitência, isto é, da
reparação das nossas
faltas. (P. 27)
20. Com Paulo, e depois
dele, surgem doutrinas
confusas no seio das
comunidades cristãs.
Sucessivamente, a
predestinação e a graça,
a divindade do Cristo, a
queda e a redenção, a
crença em Satanás e no
inferno serão lançadas
nos espíritos, alterando
a pureza e a
simplicidade dos
ensinamentos de Jesus.
(P. 27)
21. Os evangelhos de
Marcos, Lucas e Mateus,
designados sinóticos,
acham-se fortemente
impregnados do
pensamento judeu-cristão
dos apóstolos; o
evangelho de João se
inspira, porém, em
influência diferente.
Encontra-se nele um
reflexo da filosofia
grega, rejuvenescida
pelas doutrinas da
escola de Alexandria.
(P. 28)
(Continua na próxima
edição.)
Os historiadores e
Léon Denis, se
confiarmos nas
informações de
Emmanuel, estão
errados. Em Paulo
e Estêvão, livro
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier, Emmanuel diz
que as anotações de
Levi, ou Mateus, já
circulavam e eram
copiadas quando
Marcos nem havia
começado suas
tarefas.