Um confrade propõe-nos a
seguinte questão: “Sabemos
que a moral adotada pelo
Espiritismo é a mesma de
Jesus. Se isso é verdade,
que é que o Espiritismo
acrescentou ao ensino
cristão?”
De fato, como disse nosso
amigo, Kardec realmente
afirmou na primeira de suas
obras que "a moral dos
Espíritos superiores se
resume, como a do Cristo,
nesta máxima evangélica:
Fazer aos outros o que
quereríamos que os outros
nos fizessem, ou seja, fazer
o bem e não fazer o mal"
("O Livro dos Espíritos",
Introdução, item VI).
O Espiritismo não criou,
portanto, nenhuma moral
nova, assunto que o
Codificador do Espiritismo
iria esclarecer mais de dez
anos depois, conforme
podemos ver no seu livro “A
Gênese”, cap. 1, item 56: "A
moral que os Espíritos
ensinam é a do Cristo, pela
razão de que não há outra
melhor" ("A Gênese",
cap. 1, item 56).
O que a moral evangélica
recebeu do Espiritismo –
explica Kardec nesta última
obra – é a sanção, a
confirmação, a certeza de
sua expansão em todo o
mundo, para concretização da
profecia proferida por Jesus
no conhecido sermão
profético, em que o Mestre
afirmou: "Levantar-se-ão
muitos falsos profetas que
seduzirão a muitas pessoas;
- e porque abundará a
iniqüidade, a caridade de
muitos esfriará; - mas
aquele que perseverar até ao
fim será salvo. - E este
Evangelho do reino será
pregado em toda a Terra,
para servir de testemunho a
todas as nações. É então que
o fim chegará" (Mateus,
24:11 a 14).
Como novidade estranha aos
evangelhos, o ensino dos
Espíritos acrescentou à
doutrina cristã o
conhecimento dos princípios
que regem as relações entre
os mortos e o vivos,
princípios que completam as
noções vagas que se tinham
da alma, de seu passado e
seu futuro, dando por sanção
à doutrina de Jesus as
próprias leis da natureza,
visto que nenhum dos
princípios espíritas é fruto
de decisões conciliares.
A imortalidade, a
reencarnação, a comunicação
com os mortos, a lei de
causa e efeito não são
dogmas, mas fatos
observáveis pelo
experimentador paciente e
que nós mesmos iremos um dia
atestar, sem necessidade de
que ninguém os apresente aos
nossos olhos.
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