CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Inimigos de
Allan Kardec
Este artigo na
realidade é uma
resenha que
objetiva
relembrar um
texto presente
no livro "Viagem
Espírita em
1862".
Sempre é bom
reler este
livro, pois ele
apresenta
orientações
interessantes,
dadas por Allan
Kardec aos
espíritas da
época.
O texto em
questão tem como
título: "Discurso
pronunciado nas
reuniões gerais
dos espíritas de
Lyon e Bordeaux".
Neste discurso
tomamos
conhecimento de
inimigos de
Allan Kardec.
O Codificador
tinha inimigos.
Não que ele
desejasse. Mas é
natural tê-los
em um mundo como
o nosso.
Allan Kardec,
falando sobre os
seus inimigos,
apresenta uma
situação
curiosa: havia
inimigos seus
entre os
próprios
espíritas.
Mas quem seriam
esses inimigos?
Quais suas
motivações?
Kardec responde:
1. Os que
exploram
economicamente a
mediunidade, que
fazem com ela
especulação
material.
2. Os que
fazem com a
mediunidade uma
especulação
moral, "a
satisfação do
orgulho, do
amor-próprio. É
o caso dos que
acreditam, sem
interesse
pecuniário, ser
possível fazer
do Espiritismo
um pedestal
honorífico para
se colocarem em
evidência. (...)
Este é o segundo
grupo que,
igualmente, não
me pode
apreciar. Nele
se encontram os
portadores das
ambições
frustradas e dos
amores-próprios
melindrados".
3.
Os ciumentos e
invejosos.
"... Pessoas que
não me perdoam o
fato de ter sido
bem-sucedido,
para as quais o
sucesso de
minhas obras é
uma causa de
desgosto, que
perdem o sono
quando assistem
aos testemunhos
de simpatia que,
espontaneamente,
são-me
dispensados. É a
faixa do ciúme,
reforçada por
todos aqueles
que, por
temperamento,
não toleram ver
um homem erguer
um pouco a
cabeça sem
tentar um
movimento de
fazê-lo
submergir."
4. Médiuns
com obsessão.
"Por orgulho
estão de tal
forma
persuadidos de
que tudo quanto
recebem é
sublime e só
pode vir dos
Espíritos
Superiores, que
se irritam com a
menor
observação
crítica, a ponto
de se
malquistarem
com seus amigos
quando estes têm
a inabilidade
de não admirar o
que lhes parece
absurdo."
5.
Os que são
dotados de uma
susceptibilidade
levada ao
excesso.
"Agastam-se
com as mínimas
coisas, mesmo
com o lugar que
lhes é
destinado em
uma reunião, se
este não é de
bastante
evidência (...).
Alguns
aborrecem-se
quando não são
convidados, com
bastante
insistência, a
dar o seu
concurso, outros
se agastam
porque a ordem
dos trabalhos
não é invertida,
de modo a
favorecer suas
conveniências.
Há os que
gostariam de se
considerar
médiuns
titulares de um
grupo ou de uma
sociedade, serem
aí senhores de baraço e cutelo,
pretendendo que
seus Espíritos
guias sejam
tomados por
árbitros
infalíveis de
todas as
questões, etc...
etc..."
6. As pessoas
que jamais estão
contentes.
"Algumas
acham que
procedo com
certa lentidão,
outros com
abusiva
celeridade."
7. "É ainda
preciso,
entretanto,
mencionar as
pessoas que são
postas,
relativamente a
mim, em
posições
falsas,
ridículas e
comprometedoras
e que procuram
se justificar,
em última
instância,
recorrendo a
pequenas
calúnias: os que
esperavam
seduzir-me
pelos elogios,
crendo poder
levar-me a
servir aos seus
desígnios e que
reconheceram a
inutilidade de
suas manobras
para atrair
minha atenção;
aqueles que não
elogiei nem
incensei e que
isso esperavam
de mim; aqueles,
enfim, que não
me perdoam por
ter adivinhado
suas intenções e
que são como a
serpente sobre a
qual se pisa."
*
Eram outros
tempos,
certamente. E se
Allan Kardec
reencarnasse
para continuar
sua tarefa no
Movimento
Espírita não
mais encontraria
estes estranhos
tipos.
Mas vale a pena
estudar estas
questões para
conhecer algumas
das dificuldades
vividas pelo
Codificador para
mais
valorizarmos sua
tarefa, nada
fácil, de trazer
a luz a um mundo
tão complicado
como a Terra.