EUGÊNIA PICKINA
eugeniamva@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Sobre o viver
cotidiano
“– Que fiz hoje?
Acentuei os
traços da
criatura
inferior que fui
até ontem ou
desenvolvi as
qualidades
elevadas do
espírito que
desejo reter
amanhã?”
(Emmanuel, in:
Pão Nosso.
28 ed., RJ: FEB,
2006, p. 286)
Se em nossa vida
cotidiana nos
deixamos
impregnar um
pouco pelas
energias de
serenidade e
humildade,
lentamente
entraremos no
processo de
transformação e
saberemos usar a
inteligência
para solucionar
nossos problemas
diários, no
lugar de
criá-los.
A serenidade nos
faz receptivos
aos seres e às
bênçãos de cada
instante. Ela
nos facilita
agradecer o que
somos e temos,
pois a mansidão,
valorizada pelo
Cristo, está
ligada à
capacidade de
gratidão, pois
agradece somente
aquele que
aprendeu a
receber. Desse
modo, ser grato
é sinal de
avanço e de
abertura de
alma.
Já a humildade
nos
disponibiliza
para ser o que
somos – nem
mais, que causa
orgulho, nem
menos, que nos
estimula a
voracidade da
inveja, ciúmes,
enraizados na
ilusão de
inferioridade.
Jean-Yves Leloup
explica que “ser
humilde é ser
como a terra;
estar em uma
atitude que é
capaz de acolher
e que pode
permitir que a
semente
germine”. As
sementes que
lançarão ao
concreto nossas
esperanças e
nossas
potências, pois
estamos aqui
para ser-e-fazer.
E o que
significa o bem
viver na
experiência
cotidiana?
Não ignorar a
presença de
Jesus, nosso
Irmão Amado; ao
contrário,
evitar a
tendência de
abandoná-lo nas
longas horas em
que nos perdemos
na confusão, nos
receios, nas
dúvidas. Tecer a
fé com cuidado e
atenção. Orar
para
fortalecer-se.
A simplicidade,
a caridade.
Exaustos pelo
egoísmo,
precisamos nos
fiar no
reconhecimento
que estamos na
Terra de
passagem e
necessitamos
doar o amor que
há em nós com o
sentido de
prática
constante, pois
viver é um
processo
contínuo de
destruir
(vícios) e criar
(atitudes
virtuosas).
E se a vida
espiritual é
significativa
por si mesma,
disponibilizar-se,
diante das
exigências das
escolhas, para o
conselho de Don
Juan, o
iniciador de
Carlos Castañeda:
“no momento de
empreender uma
via,
interroga-te
para saber de
tal via tem um
coração”.