WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
O
Espiritismo e o
mundo
empresarial
O Espiritismo
foi codificado
por Allan Kardec
no efervescente
século XIX, em
França, e a
Revolução
Industrial
também se
estendeu ao
território
francês no mesmo
século, haja
vista que seu
início ocorreu
no século XVIII
em Grã-Bretanha.
Ambos cresceram
praticamente
juntos, mas
tomaram caminhos
distintos.
Tomaram caminhos
distintos é
verdade, mas
podem e devem se
encontrar. Sim,
o Espiritismo
pode desembocar
nas empresas,
porquanto há
muito que
ensinar para
elas. E a
recíproca é
verdadeira: o
mundo
empresarial
também tem muito
que ensinar, não
ao Espiritismo,
mas sim àqueles
que fazem o
Espiritismo, ou
seja, os
espíritas. O
Espiritismo
vicejou com
maior abundância
em terras
brasileiras e
suas idéias
proliferaram-se
nos mais
diversos meios
sociais.
Contudo, forçoso
admitir que as
idéias espíritas
ainda não
ganharam corpo
no mundo
empresarial. O
confrade
Alkindar de
Oliveira é um
dos que
percorrem o
mundo das
organizações
levando com
propriedade as
idéias
espíritas, que
tem como
alavanca moral
as Leis do
Cristo. Mesmo
que
implicitamente
divulgadas sob
as linhas
traçadas pelo
confrade
Alkindar, as
empresas vão-se
atentando para
as novas
necessidades,
valorizando o
ser humano e
delineando metas
em conjunto,
para que ambos,
empresa e
colaboradores,
possam evoluir.
No entanto, é
preciso admitir
que o mundo
empresarial
também tem a
oferecer aos
espíritas. As
empresas existem
para gerar
lucros e
produzir
riquezas. O
mundo
empresarial
busca
resultados, ou
seja, maiores
lucros para que
as empresas
possam
permanecer em um
mercado
globalizado.
Da mesma forma
que as
organizações
podem se
encontrar com os
ideais do
Espiritismo,
balançando as
bandeiras da
fraternidade, do
respeito mútuo,
do amor ao
próximo e da
justiça, os
espíritas podem
se encontrar com
os objetivos das
organizações e
balançar as
bandeiras dos
resultados. Mas
de que forma
seriam
mensurados esses
resultados? Caro
leitor, segundo
dados do IBGE
(Instituto
Brasileiro de
Geografia e
Estatística),
temos hoje, no
Brasil, cerca de
2,3 milhões de
pessoas que se
declaram
espíritas. Um
número pequeno,
que reflete um
desconhecimento
da população em
torno do
Espiritismo. E
ainda se faz
mister
acrescentar que
alguns confundem
a Doutrina
codificada por
Kardec com as
religiões
afro-brasileiras,
porque têm elas
também em suas
diretrizes a
comunicação
entre os planos
material e
espiritual. É
comum a clássica
pergunta: “Mas
você é espírita
kardecista?” Ou,
“O Centro
Espírita que
você freqüenta é
de mesa
branca?”. Ora, o
espírita
naturalmente é
kardecista,
falar em
espírita
kardecista é o
mesmo que dizer
subir para cima
ou descer para
baixo. E a
questão da mesa
branca, os
conhecedores da
Doutrina
codificada por
Kardec sabem que
as cores das
mesas em nada
implicam. Ou
seja, as
organizações
podem ensinar a
questão do
marketing aos
espíritas, uma
forma eficaz de
fazer com que as
lições da
espiritualidade,
tão bem captadas
por Kardec e
seus
colaboradores,
alcancem um
maior
contingente de
pessoas.
O mundo
empresarial
também pode
ensinar aos
espíritas a
importância da
excelência da
qualidade no
atendimento. As
empresas
procuram suprir
as necessidades
de seus
clientes, por
isso,
desdobram-se e
tentam de todas
as formas
aperfeiçoar o
seu atendimento.
Os espíritas
também devem
primar pela
qualidade no
atendimento aos
que procuram o
Centro Espírita.
Não me refiro à
qualidade no
quesito
fraternidade,
mas me refiro à
qualidade no
quesito
informações
espíritas,
porquanto as
lições do
Espiritismo, se
bem
transmitidas,
serão mais
facilmente
assimiladas e,
sendo bem
assimiladas,
certamente irão
suprir as
necessidades
daqueles que
procuram o
Centro Espírita.
Observe, caro
leitor, a
palavra foi
necessidade e
não vontade. As
vontades navegam
ao sabor dos
caprichos,
muitas vezes
inúteis e
superficiais. As
necessidades
não, haja vista
a pirâmide das
necessidades
traçadas por
Maslow, um
psicólogo que
viveu no
passado.
Mas o resultado
buscado pelo
espírita se
resume a isso, a
fazer a
divulgação do
Espiritismo e
buscar suprir a
necessidade
daquele que se
encaminha ao
Centro Espírita?
Não, obviamente
que não. O
resultado mais
importante a ser
buscado pelo
espírita e
traçado como
objetivo
fundamental para
a sua vida é: a
tão decantada
questão da
reforma íntima.
Sim, as empresas
podem ensinar os
espíritas a
buscar o
resultado de sua
transformação
interior. Como
as empresas
buscam a
maximização do
lucro para
crescer e
permanecer no
mercado, o
espírita pode
buscar a
melhoria íntima
para crescer e
permanecer
gozando de
inefável paz de
consciência,
própria das
criaturas que
empreenderam
esforço para
buscar um
resultado
duradouro que as
farão grandes
administradores
de sua vida.