CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
A mola mestra da
obsessão
Brechas na
defesa
energética.
Nunca me
cansarei de
bater nesta
mesma tecla, ao
abordar assuntos
atinentes ao
espiritualismo e
aos seus efeitos
na nossa vida
cotidiana,
porque é esta a
exata diretriz à
qual devemos
nossa máxima
atenção, através
do aprimoramento
interior, no
sentido de
depurar nosso
padrão
vibratório a um
patamar tão
elevado, que
jamais processos
obsessivos de
qualquer ordem
possam vir a nos
atingir.
Mas que quero
dizer com
"brechas na
defesa
energética"?
Analisemos com
imparcialidade.
Nas situações de
angústia; de
raiva ou
ressentimento;
de atritos
graves com o
próximo, durante
as trocas de
ofensas ou
injúrias, há
alguém em
condições de
afirmar com
honestidade que
se sente bem,
feliz e
bem-disposto
nestes instantes
críticos de
desavenças, ou
de aguda
preocupação ou
ansiedade?
Procede a ilusão
de que aquele a
quem pretendemos
atingir com o
nosso
descontrole é o
único
prejudicado? Ou
o mal que lhe
dirigimos não
afeta antes de
tudo a nós
mesmos, piorando
a qualidade do
nosso humor;
acabando com um
dia mais das
vezes salutar
antes da crise
irada; ou
levando-nos
lamentavelmente
a descontar
naqueles nossos
afeiçoados mais
íntimos a
sobrecarga
amarga dos
dissabores
experimentados
no decorrer de
um dia?
Creio que não;
há que não se
confundir, antes
de qualquer
consideração
precipitada, a
baixa sensação
de saciedade
raivosa, bem
próxima à
provocada pelos
desagravos da
vingança, com a
genuína
felicidade
proporcionada
pela paz na
consciência, e
pela serenidade
de quem se acha
à vontade na
vida dentro das
contingências
corriqueiras,
identificando a
fonte da
tranqüilidade,
acima de tudo,
em si mesmo, e
no modo
equilibrado como
se costuma
reagir
usualmente às
situações.
Alguém disse
certa vez que a
felicidade, como
realização
pessoal,
prende-se
indiscutivelmente
à nossa maneira
de reagir aos
fatos, e à nossa
visão da vida,
naquela
referência
clássica dos
"óculos
coloridos", que
emprestam a uma
paisagem a cor
das lentes
escolhidas para
servirem de
anteparo entre
nós mesmos e o
que nos
circunda.
Ponhamos lentes
cinzas, e o dia
nos parecerá
chuvoso, por
mais ensolarado
esteja. Usemos
lentes azuis, e
guardaremos a
impressão
enganosa de
flutuar nos
céus, ignorando
porventura
alguma
intempérie
iminente;
escolhamos,
entretanto, as
translúcidas, e
veremos a
realidade mais
fiel ao que se
apresenta às
nossas vistas,
emprestando-nos
condições mais
adequadas de
interagir com a
noção mais
aproximada das
circunstâncias.
Menciono estes
exemplos para
delinear as
condições nas
quais os
arrastamentos
emotivos nos
lançam
perigosamente a
uma falta de
prumo emocional
que, em termos
de
espiritualidade,
lamentavelmente
nos situam em
faixas
vibratórias
dissonantes para
com o padrão
desejável, se o
que almejamos é
a sintonia e a
comunhão com
aquelas esferas
da vida
invisível
isentas da
conturbada
turbulência
característica
da
materialidade,
na difícil época
de transição que
ora
atravessamos.
Ninguém duvide
que a lei de
atração entre os
semelhantes é
draconiana, em
se tratando
daquelas
influências que
atrairemos em
regime de
compatibilidade
com as nossas
condições
íntimas. O que
já aqui
constatamos, em
observando que
artistas se
compatibilizam
com artistas,
crianças com
crianças,
indivíduos
amorosos com
indivíduos
amorosos, e
malfeitores com
malfeitores,
inapelavelmente
encontra seu
paralelo num
universo onde o
padrão
energético
individual, como
já pude
mencionar em
artigos
anteriores, se
comprova como a
"impressão
digital" do
Espírito,
inconfundível,
ao atrair para
si aqueles seres
que irão
comungar com as
nossas
tendências,
idéias e
atitudes, sem
remissão.
As brechas na
defesa
energética,
portanto,
naqueles que já
anseiam um
padrão de vida
mais purificado
do profundo
desequilíbrio
reinante nos
dias de hoje, e
causadoras dos
lamentáveis
processos
obsessivos são
exatamente
aqueles momentos
infelizes em que
nos permitimos
baixar a guarda,
dominados por
qualquer estado
emocional ou
psicológico
deprimente, ou
inferior àquela
paz desejável
para qualquer
situação da
nossa vida.
Porque é justo
neste instante
de invigilância
que os
"desocupados" do
astral
circundante se
acasalam, por
sintonia, ao
estado de alma
desprevenido ao
qual nos
abandonamos,
dando início a
um processo de
"simbiose de
energias”
(1)
que pode se
mostrar mais ou
menos extenso,
dependendo da
nossa
perseverança em
não nos
deixarmos
dominar por
sentimentos ou
emoções
pungentes.
Disso se infere,
portanto, que, a
par do auxílio
precioso
oferecido pelas
casas
espiritualistas
bem-intencionadas,
durante a
aplicação do
tratamento
desobsessivo, é
vital a tomada
de consciência
de que o
principal
tratamento, e a
medida
profilática
imprescindível,
com vistas a
prevenir um mal
que pode se
agravar ao ponto
do
comprometimento
de toda uma
encarnação do
indivíduo, é o
trabalho de
aprimoramento
íntimo, através
do esforço de
sintonia com a
espiritualidade
sã que povoa o
universo, por
meio de
iniciativas
condizentes com
uma qualidade de
vida mais
elevada, e pelo
estudo das
verdades
espirituais,
indispensável à
evolução e ao
crescimento de
todo ser
humano.
Sem embargo, as
humanidades
elevadas que
povoam o cosmos
só lograram a
vida na luz após
atravessarem a
árdua lição de
expurgo, que
escorraçou a
ignorância e as
trevas, em
primeiro lugar,
de si mesmas.
(1)
Trocas de
energias em
comum, com
comunhão de
intenções.