MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
No Mundo Maior
André Luiz
(4a
Parte)
Damos seguimento ao
estudo da obra
No Mundo Maior,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier,
publicada em 1947 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. O perispírito também
evoluiu ao longo dos
séculos?
R.: Sim. O organismo
perispirítico é fruto do
processo evolutivo.
"Somos filhos de Deus e
herdeiros dos séculos,
conquistando valores, de
experiência em
experiência, de milênio
a milênio”, diz
Calderaro. Todas as
forças da Criação
aperfeiçoam-se no
Infinito. A crisálida de
consciência, que reside
no cristal a rolar na
corrente do rio, aí se
acha em processo
liberatório; as árvores
que por vezes se aprumam
centenas de anos, a
suportar os golpes do
inverno e acalentadas
pelas carícias da
primavera, estão
conquistando a memória;
a fêmea do tigre,
lambendo os filhinhos
recém-natos, aprende
rudimentos do amor; o
símio, guinchando,
organiza a faculdade da
palavra. (No Mundo
Maior, cap. 3, pp. 44 e
45.)
B. Como Calderaro
descreve o cérebro
humano?
R.: Calderaro diz que
nosso cérebro divide-se
em três regiões
distintas, como se fosse
um castelo de três
andares: no primeiro
situa-se a
residência de nossos
impulsos automáticos,,
simbolizando o sumário
vivo dos serviços
realizados; no segundo
localiza-se o
domicílio das conquistas
atuais, onde se
erguem e se consolidam
as qualidades nobres que
estamos edificando; no
terceiro encontra-se a
casa das noções
superiores,
indicando as eminências
que nos cumpre atingir.
Num deles moram o hábito
e o automatismo; no
outro residem o esforço
e a vontade, e no último
demoram o ideal e a meta
superior a ser
alcançada. Assim, estão
distribuídos nos três
andares o subconsciente,
o consciente e o
superconsciente,
representando,
respectivamente, o
passado, o presente e o
futuro. (Obra citada,
cap. 3, pp. 46 e 47.)
C. Que é que determina a
densidade do organismo
perispiritual?
R.: É o gênero de vida
de cada um, no invólucro
carnal, que determina a
densidade do organismo
perispirítico após a
perda do corpo denso.
Como é o cérebro que
traduz a mente,
manancial de nossos
pensamentos, através
dele unimo-nos à luz ou
à treva, ao bem ou ao
mal.
(Obra citada, cap. 3,
pp. 49 e 50.)
Texto
para leitura
19. O cérebro da
entidade desencarnada
- André Luiz observou
que nos lobos frontais
as zonas de associação
eram quase brilhantes.
Do córtex motor, até a
extremidade da medula
espinhal, a claridade
diminuía, para tornar-se
ainda mais fraca nos
gânglios basais, de onde
se irradiam as fibras
nervosas. Depois, ele
examinou o cérebro da
entidade desencarnada,
que não percebera a
presença no recinto dos
dois visitantes, em
virtude do círculo de
vibrações grosseiras em
que se mantinha. Após
detido exame, André
concluiu que, exceto a
configuração das peças e
o ritmo vibratório, os
dois cérebros eram quase
idênticos. "Diferia o
campo mental do
desencarnado, revelando
alguma superioridade no
terreno da substância,
que, no corpo
perispiritual, era mais
leve e menos obscura",
anotou André. As
divisões luminosas eram,
porém, análogas em
tudo. Mais luz nos lobos
frontais, menos luz no
córtex
motor e quase nenhuma na
medula espinhal, onde as
irradiações se faziam
difusas e opacas. O
organismo perispirítico
é fruto igualmente do
processo evolutivo. "Não
somos criações
milagrosas, destinadas
ao adorno de um paraíso
de papelão", asseverou
Calderaro. "Somos filhos
de Deus e herdeiros dos
séculos, conquistando
valores, de experiência
em experiência, de
milênio a milênio."
Assim, todas as forças
da Criação
aperfeiçoam-se no
Infinito. "A crisálida
de consciência, que
reside no cristal a
rolar na corrente do
rio, aí se acha em
processo liberatório;
as árvores que por vezes
se aprumam centenas de
anos, a suportar os
golpes do Inverno e
acalentadas pelas
carícias da Primavera,
estão conquistando a
memória; a fêmea do
tigre, lambendo os
filhinhos recém-natos,
aprende rudimentos do
amor; o símio,
guinchando, organiza a
faculdade da palavra",
acrescentou o
Assistente. Estamos
longe ainda da
obra completa e muito
suor será necessário
para aprimorar-nos. O
Pai estabeleceu como lei
universal que seja a
perfeição obra de
cooperativismo entre
Ele e nós, os seus
filhos. (Cap. 3, pp. 44
e 45)
20. O cérebro é como
um castelo de três
andares - O
Assistente Calderaro,
após uma rápida
digressão sobre a
evolução do corpo
humano, começou a
dissertar sobre a
composição do cérebro e
suas funções: "No
sistema nervoso, temos o
cérebro inicial,
repositório dos
movimentos instintivos e
sede das atividades
subconscientes;
figuremo-lo como sendo o
porão da
individualidade, onde
arquivamos todas as
experiências e
registramos os menores
fatos da vida. Na região
do córtex motor, zona
intermediária entre os
lobos frontais e os
nervos, temos o cérebro
desenvolvido,
consubstanciando as
energias motoras de que
se serve a nossa mente
para as manifestações
imprescindíveis no atual
momento evolutivo de
nosso modo de ser. Nos
planos dos lobos
frontais, silenciosos
ainda para a
investigação científica
do mundo, jazem
materiais de
organização sublime, que
conquistaremos
gradualmente, no
esforço de ascensão,
representando a parte
mais nobre de nosso
organismo divino em
evolução". Dito isso, e
para que não pairasse
qualquer dúvida sobre
suas palavras, Calderaro
esclareceu: "Não podemos
dizer que possuímos três
cérebros
simultaneamente. Temos
apenas um que, porém, se
divide em três regiões
distintas. Tomemo-lo
como se fora um castelo
de três andares: no
primeiro situamos a
residência de nossos
impulsos automáticos,,
simbolizando o sumário
vivo dos serviços
realizados; no segundo
localizamos o
domicílio das conquistas
atuais,, onde se
erguem e se consolidam
as qualidades nobres que
estamos edificando; no
terceiro, temos a
casa das noções
superiores,
indicando as eminências
que nos cumpre atingir".
Continuando suas
explicações, Calderaro
acrescentou que num
deles moram o hábito e o
automatismo; no outro
residem o esforço e a
vontade, e no último
demoram o ideal e a meta
superior a ser
alcançada. Assim, estão
distribuídos nos
três andares o
subconsciente, o
consciente e o
superconsciente,
representando,
respectivamente, o
passado, o presente e o
futuro. (Cap. 3, pp. 46
e 47)
21. Enfermidade do
corpo espiritual -
Poderia o cérebro de um
desencarnado adoecer?
Essa pergunta formulada
por André Luiz levou
Calderaro a enaltecer o
trabalho de Paul Broca,
que identificou a
enfermidade do centro
da palavra, bem como o
de Wagner Jauregg, que
se dedicou à cura da
paralisia, em
perseguição ao
espiroqueta da sífilis,
até encontrá-lo no
recesso da matéria
cinzenta, perturbando as
zonas motoras. "Diante
de fenômenos como estes
– afirmou Calderaro –, é
compreensível a quebra
da harmonia cerebral em
conseqüência de
compulsoriamente se
arredarem das
aglutinações celulares
do campo fisiológico os
princípios do corpo
perispiritual; essas
aglutinações ficam,
então, desordenadas em
sua estrutura e
atividades normais, qual
acontece ao violino
incapacitado para a
execução perfeita dum
trecho melódico, por
trazer uma ou duas
cordas desafinadas".
Disso resulta "a
impossibilidade de
querermos `psicologia
equilibrada' sem
`fisiologia
harmoniosa', na esfera
da ciência humana. A
mente desencarnada pode,
sim, adoecer... A
maldade deliberada é
moléstia da alma; o ódio
constitui morbo
terrível; existem
"vermes mentais" da
tristeza e da
inconformação.
Constitui-nos, pois,
incessante trabalho a
conservação de nossa
forma atual, a caminho
de conquistas mais
altas. Não podemos
descansar nos processos
iluminativos; cumpre-nos
purificar sempre,
selecionar pendores e
joeirar concepções, de
molde a não interromper
a marcha. Milhões de
indivíduos permanecem na
carne ou nos planos
espirituais mais baixos
da evolução, sob o
guante de atroz
demência. É para eles
que devemos cogitar da
patologia do espírito,
socorrendo os mais
infelizes e
interferindo fraternal e
indiretamente na solução
dos problemas escabrosos
em cujos fios negros se
enredam. (Cap. 3, pp. 47
a 49)
22. O gênero de vida
determina a densidade do
perispírito - O
corpo perispiritual
humano é, por ora, a
nossa mais alta
conquista na Terra, no
capítulo das formas,
afirmou o Assistente
Calderaro. Para as almas
esclarecidas, já
iluminadas de redentora
luz, representa ele uma
ponte para o campo
superior da vida eterna,
ainda não atingido por
nós mesmos; para os
espíritos vulgares, é a
restrição indispensável
e justa; para as
consciências culpadas, é
cadeia
intraduzível, pois
registra os erros
cometidos, guardando-os
com todas as
particularidades vivas
dos negros momentos da
queda. O gênero de vida
de cada um, no invólucro
carnal, determina a
densidade do organismo
perispirítico após a
perda do corpo denso.
Como é o cérebro que
traduz a mente,
manancial de nossos
pensamentos, através
dele unimo-nos à luz ou
à treva, ao bem ou ao
mal. Após essas
explicações, o
Assistente referiu-se
aos dois enfermos:
"Examinamos aqui dois
enfermos: um, na carne;
outro, fora dela. Ambos
trazem o cérebro
intoxicado,
sintonizando-se
absolutamente um com o
outro. Espiritualmente,
rolaram do terceiro
andar, onde situamos as
concepções superiores,
e, entregando-se ao
relaxamento da vontade,
deixaram de acolher-se
no segundo andar, sede
do esforço próprio,
perdendo valiosa
oportunidade de
reerguer-se; caíram,
destarte, na esfera dos
impulsos instintivos,
onde se arquivam todas
as experiências da
animalidade anterior.
Ambos detestam a vida,
odeiam-se
reciprocamente,
desesperam-se, asilam
idéias de tormento, de
aflição, de vingança. Em
suma, estão loucos,
embora o mundo lhes não
vislumbre o supremo
desequilíbrio, que se
verifica no íntimo da
organização
perispiritual". (Cap. 3,
pp. 49 e 50)
23. A
obsessão tinha por
origem um crime
- Com a mão direita
espalmada sobre o lobo
frontal esquerdo do
enfermo encarnado,
Calderaro relatou a
história que prendia o
doente e seu verdugo
desencarnado. Vinte anos
atrás, o primeiro
assassinou o segundo.
Eles trabalhavam juntos,
em grande cidade,
entregues ao comércio de
quinquilharias. O
homicida era empregado
da vítima desde a
infância. Atingida a
maioridade, exigiu do
patrão, que passara a
tutor, o pagamento de
vários anos de serviço.
Negou-se o comerciante,
terminantemente, a
satisfazê-lo, alegando
as fadigas que tivera
para assisti-lo na
infância e na juventude.
Até ali, tivera-o na
conta de um filho.
Estalou a contenda;
palavras rudes foram
trocadas entre vibrações
de cólera, e no auge da
ira, o rapaz assassinou
o patrão, dominado por
selvagem fúria. Antes,
porém, de fugir do
local, o homicida tirou
do cofre a quantia a que
se supunha com direito e
o crime acabou sem
solução, porquanto o
rapaz disfarçou muito
bem seus sentimentos e,
além disso, mostrou-se
devotado amigo da viúva
e dos dois filhos do
tutor falecido. (Cap. 4,
pp. 51 e 52)
(Continua no próximo
número.)