A Revue Spirite
de 1861
Allan Kardec
(1a
Parte)
Iniciamos hoje o
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1861. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 14
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. No tratamento da
obsessão de um rapaz, o
papel dos pais é
importante ?
Sim. Comentando o caso
de um jovem que padecia
um processo obsessivo,
São Luís diz que um bom
Espírito nada pode sobre
outro, a não ser
moralmente; nunca
fisicamente. Naquele
caso, seria preciso
chamar o concurso de
bons Espíritos, para
atuar sobre o rapaz e
torná-lo menos acessível
às impressões dos maus
Espíritos. Lembrando que
nesses casos a prece é
sempre boa, ela de nada
serviria se não fosse
secundada por aqueles
mais interessados no
caso, isto é, os pais do
rapazinho. (Revue
Spirite de 1861, pp. 27
e 28.)
B. Por que o futuro nos
é ocultado?
Reportando-se a uma
mensagem do Espírito de
Cazotte, Kardec diz que
o futuro nos é oculto
por uma lei de Deus,
aliás muito sábia, visto
que tal conhecimento
prejudicaria o nosso
livre-arbítrio e nos
levaria à negligência.
(Obra citada, p. 33.)
C. Quem foi e quando
viveu São Luís?
Segundo nota redigida
pelo tradutor Júlio
Abreu Filho, São Luís
foi, numa anterior
encarnação, Luís IX, rei
de França. Nascido em
1215 e morto em 1270,
Luís IX, conhecido por
sua bondade, foi
canonizado pela Igreja
em 1297. (Obra
citada, p. 39.)
Texto para leitura
1. No ano de 1861,
quando apareceu a
primeira edição de “O
Livro dos Médiuns”,
Kardec empreendeu a sua
segunda viagem espírita
pelas províncias,
visitando as cidades de
Sens, Mâcon, Lião e
Bordéus. (Introdução.)
2. Ao regressar da
viagem, Kardec tratou da
segunda edição de “O
Livro dos Médiuns”, cuja
primeira edição
esgotou-se rapidamente.
(Introd.)
3. Na Sociedade Espírita
de Paris, a 30-11-1860,
vários membros relatam
um interessante
fenômeno: a elevação de
uma pessoa, por
influência mediúnica de
duas mocinhas de 15 e 16
anos que, pondo dois
dedos nas barras da
cadeira, a elevam a
cerca de um metro, seja
qual for o peso da
pessoa. (P. 4)
4. A Revue noticia o
ataque feito pelo Sr.
Georges Gandy, redator
de La Bibliographie
Catholique, ao
Espiritismo, e apresenta
a análise feita por
Kardec às críticas do
Sr. Gandy. (PP. 8 a 16)
5. Há um ponto que o Sr.
Gandy não perdoa ao
Espiritismo – diz Kardec
–: é o não haver
proclamado esta máxima:
“Fora da Igreja não há
salvação” e admitir que
aquele que faz o bem
possa ser salvo das
chamas eternas. (P. 12)
6. Kardec publica parte
de uma carta do Sr.
Canu, ex-materialista,
em que o missivista
analisa a questão da
incredulidade, visando a
esclarecer a todos
aqueles a quem havia
transviado com suas
idéias materialistas.
(PP. 16 a 24)
7. Aludindo à formação
do mundo, diz o Sr. Canu
que um globo não sai
repentinamente do nada,
coberto de florestas, de
prados e de habitantes:
“Não: Deus seguramente
procede com mais
lentidão; tudo segue uma
lei lenta e progressiva,
não porque Deus hesite
ou tenha necessidade de
lentidão, mas porque
suas leis são assim e
são imutáveis”. (P. 20)
8. Tudo quanto não é
Deus, afirma Canu,
necessita
aperfeiçoar-se: é
precisamente para esse
aperfeiçoamento que é
dado um corpo ao
Espírito, pois que, sem
a matéria, ele não
poderia manifestar-se e,
assim, progredir. (P.
21)
9. Canu reporta-se ao
sofrimento experimentado
pelos Espíritos mais
perversos ainda
inacessíveis à vergonha
e ao remorso: empolgados
pelo mal, mas impotentes
para o fazer, sofrem a
inveja de ver os outros
mais felizes que eles.
(P. 23)
10. A Revue noticia a
ocorrência de fenômenos
no departamento de Aube,
verificados em 1856 em
casa do Sr. R..., e até
certo ponto parecidos
com as manifestações de
Bergzabern (veja
Revue Spirite de 1858).
A pessoa que é objeto
das manifestações é o
filho do Sr. R..., com
doze anos à época. Os
fenômenos geralmente se
produzem quando o menino
se deita e começa a
dormir. Ao despertar, o
garoto não tem a menor a
idéia do que se passou.
(PP. 25 e 26)
11. Além de pancadas,
arranhaduras, assobios,
ruídos como a de uma
serra, o balançar do
leito e a suspensão
magnética, o Espírito
traz objetos muito
volumosos. Perguntado
como os obtém, ele
responde que os tira de
gente desonesta. Se lhe
pregam moral, fica irado
e chega a cuspir no
rosto das pessoas. (P.
25 e 26)
12. Explicando o caso,
São Luís ensina que um
bom Espírito nada pode
sobre outro, a não ser
moralmente; nunca
fisicamente. No caso
narrado, seria preciso
chamar o concurso de
bons Espíritos, para
atuar sobre o rapaz e
torná-lo menos acessível
às impressões dos maus
Espíritos. (P. 27)
13. “O mau Espírito que
o obsidia -- diz São
Luís -- não o largará
facilmente, desde que
não é fortemente
repelido por ninguém.”
Confirmando que nesses
casos a prece é sempre
boa, ela, contudo, de
nada serviria se não
fosse secundada por
aqueles mais
interessados no caso,
isto é, os pais do
rapazinho. (PP. 27 e 28)
14. Evocado, o Espírito
tratou com rudeza o
evocador, mas informou,
depois, que a fúria do
jovem médium, quando era
magnetizado, se devia a
ele (Espírito) e não ao
rapaz: “Não era ele quem
se encolerizava: era
eu”. (PP. 29 e 30)
15. Por que se
encolerizava?, perguntou
Kardec. O Espírito
respondeu: “Não tenho
nenhum poder sobre esse
homem (o Sr. L..., o
magnetizador), que
me é superior: por isso
não posso suportá-lo”.
“Ele quer arrebatar-me
aquele que tenho sob o
meu domínio. E isso eu
não quero.” (P. 30)
16. Analisando esse
caso, Kardec assevera:
“Sem dúvida esse
Espírito é muito mau e
pertence ao bas-fond
do mundo espírita”.
Ele diz, porém, que
Espíritos assim são
menos perigosos do que
os Espíritos
fascinadores, que, com
segunda intenção, sabem
inspirar em certas
pessoas uma cega
confiança em suas
palavras. (P. 30)
17. Comentando mensagem
do Espírito de Cazotte,
Kardec afirma que o
futuro nos é oculto por
uma lei muito sábia da
Providência, pois que
tal conhecimento
prejudicaria o nosso
livre arbítrio e nos
levaria à negligência.
(P. 33)
18. Em nota aposta pelo
tradutor, vemos que São
Luís é o mesmo Luís IX,
rei de França, nascido
em 1215 e morto em 1270.
Muito virtuoso, foi Luís
IX canonizado pela
Igreja em 1297. (P. 39)
(Continua no próximo
número.)