Um amigo nos pergunta se
concordamos com a proposta
contida no artigo "Ajustando
a conduta", escrito pelo
confrade Luiz Gonzaga
Pinheiro, um dos destaques
desta edição de O
Consolador.
Trata-se evidentemente de um
assunto polêmico, mas no
geral estamos de acordo de
que é preciso corrigir os
erros de natureza científica
que persistem nas obras de
Allan Kardec, como o próprio
Codificador propôs em "Obras
Póstumas" e no livro "A
Gênese".
Em face disso, sempre que a
ciência demonstrar que os
ensinos espíritas se
encontram defasados ou
equivocados num único ponto,
esse ponto deve ser
atualizado, tendo em vista
que a revelação espírita se
elabora de forma gradativa e
proporcional à evolução do
conhecimento humano e das
pessoas que habitam o
planeta Terra. Essa é, sem
dúvida alguma, a proposta do
Codificador do Espiritismo.
Quem estuda o Espiritismo
sabe como o próprio Kardec
mudou de idéia em relação à
"possessão", que ele
rejeitou até “O Livro dos
Médiuns” e depois admitiu
claramente em “A Gênese”.
Outro tema, importante no
campo da mediunidade, foi a
mudança de entendimento com
relação ao fenômeno de
transporte e à
desmaterialização de
objetos, assunto rejeitado
por Erasto em "O Livro dos
Médiuns" e hoje plenamente
aceito pela comunidade
espírita em face do que
André Luiz, no livro “Nos
Domínios da Mediunidade", e
Ernesto Bozzano, em
"Fenômenos de Transporte",
nos ensinam a respeito.
Desmaterialização seguida da
recomposição posterior do
objeto, eis uma heresia
científica até pouco tempo
atrás, e que hoje assim não
é considerada. Natural,
pois, que a obra de Kardec a
rejeitasse ao tempo em que
viveu o Codificador.
Eis aí dois exemplos de
mudanças nos ensinos
contidos na obra de Kardec e
que nenhum abalo causaram à
Doutrina Espírita, porque
não se referem a questões
fundamentais e aos
princípios básicos,
mas, sim, a assuntos
secundários sujeitos a
modificações decorrentes do
avanço da compreensão
humana.
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