ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Dois roteiros
infalíveis
Existe uma
receita de
equilíbrio que
evite os
desgastes
resultantes da
precipitação, do
rompimento de
relacionamentos,
que bloqueie
frustrações, que
impeça as dores
das angústias,
das
preocupações, da
ansiedade?
Existe algum
roteiro que nos
ajude a
conquistar
serenidade?
Existe um
salva-vidas que
nos preserve dos
atropelos tão
costumeiros de
nossos dias e
ainda nos
indique caminhos
de superação de
dificuldades que
poderiam ser
evitadas?
Quem não os
procura? Quem
não deseja estar
mais sereno,
mais
equilibrado?
Quem não
gostaria de
trilhar caminhos
mais seguros,
menos
estressantes?
Sim, eu poderia
continuar
enumerando aqui
outras situações
indesejáveis ou
citar anseios
que proporcionem
mais paz aos
tumultuados dias
do presente. Mas
fiquemos apenas
com as
cogitações
acima, cujos
itens podem ser
ampliados pelos
leitores para
irmos direto ao
objetivo da
presente
abordagem.
Sim, existe um
roteiro seguro
para a aquisição
de virtudes,
para a evolução
moral que tanto
precisamos,
enfim, um
roteiro da paz
de consciência.
São dois
requisitos
essenciais para
todos os que
desejamos ser
melhores hoje do
que ontem e
amanhã melhores
do que hoje.
Eles são dois
amigos
inseparáveis: a
renúncia e a
paciência!
Sim, renúncia
aos nossos
caprichos, às
nossas nem
sempre lúcidas
opiniões
pessoais;
renúncia de
nossa teimosia e
rebeldia que
normalmente
alimentamos;
renúncia de
nossa descrença,
renúncia de
nossas
tentativas de
tentar moldar ou
modificar os
outros, ao invés
de tentarmos
modificar para
melhor a nós
mesmos...
Notem que isto
não está nos
outros, está em
nós mesmos. Sim,
renúncia à
desconfiança
contumaz,
renúncia à
comodidade,
renúncia à falta
de iniciativa,
renúncia à
tristeza,
renúncia
enfim... a
tantos estados
que só aumentam
as angústias que
vivemos
repetindo, que
nos cercam a
vida. Mas, como
notam os
leitores, uma
renúncia que
substitui tais
estados pelos
comportamentos
opostos.
Renúncia à
tristeza, com
adesão à
alegria, por
exemplo, e assim
por diante nos
demais itens
enumerados ou
não.
Mas também
paciência.
Paciência com os
processos da
vida, com o
comportamento
alheio, com as
dificuldades
naturais, com as
contrariedades
inevitáveis,
paciência até
conosco
mesmo...
Poderíamos
continuar
enumerando itens
e mais itens,
mas nossa
própria vida
indica
diariamente o
quanto de
paciência e
renúncia
precisamos
exercitar para
que a vida seja
mais equilibrada
e feliz. Ao
invés da palavra
ferina, o
silêncio. Ao
invés da
revolta, a
resignação
ativa; ao invés
da reação
agressiva, a
postura de
tentar
entender...
São roteiros
infalíveis de
evolução.
Difícil, não é
mesmo leitor?
Sim, difícil.
Também vivo tais
desafios, igual
a você que me
lê. Porém,
considere
comigo: se
aprendermos a
tolerar pequenas
contrariedades,
estaremos
exercitando para
tolerar grandes
e constantes
contrariedades,
renunciando à
revolta e à
agressividade,
ao medo ou ao
desespero. Se
exercitarmos a
paciência com as
pequenas coisas,
acumularemos
paciência para
enfrentar os
grandes desafios
existenciais.
Paciência e
Renúncia!
Paremos para
analisar essas
duas grandes
virtudes.