ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Causas
anteriores das
aflições
"Se não
recebes o
retributo do bem
próximo que
fizeste, é
porque te estão
chegando os
efeitos do mal
que realizaste
antes."
(Joanna de
Ângelis)
Receber espinhos
após a
sementeira de
flores e sorver
o fel na taça em
que oferecemos a
linfa do amor,
parece ser algo
a caracterizar
profunda
incompatibilidade
com as
informações que
Jesus nos
trouxe,
inclusive com a
registrada em
Mateus (l6:
27):
"Cada um
receberá de
acordo com as
suas obras".
Quando somos
esmagados pelos
infortúnios de
vária ordem,
emboscamo-nos na
furna da aflição
sem nome e surge
logo a pergunta:
Que fiz para
merecer tal?
"Deus é Justo” e
justa
há de ser a
causa dos males
que nos são
infligidos,
leciona com
sabedoria Allan
Kardec.
Ao sondarmos os
mais profundos
escaninhos da
alma
percorrendo-lhe
todas as
anfractuosidades
no intuito de
averiguar o que
poderia ter
desencadeado o
dissabor e não
conseguindo
identificar nada
que o justifique
é porque as
raízes da
aflição de hoje
estão
implantadas nos
equívocos
perpetrados nas
transatas
experiências
palingenésicas.
No capítulo
cinco de "O
Evangelho
segundo o
Espiritismo",
o singular
Mestre Lionês
alinha uma série
de painéis que
visam clarear
com a peregrina
luz da lógica
nossa
compreensão
sobre tais fatos
tão corriqueiros
nas Vidas de
todos nós,
Espíritos
milenarmente
refratários à
disciplina e às
Leis Divinas.
Pincemos alguns
para nossas
ilações:
"Os
sofrimentos
devidos a causas
anteriores à
existência
presente, como
os que se
originam de
culpas atuais,
são muitas vezes
a conseqüência
da falta
cometida, isto
é, o homem, pela
ação de uma
rigorosa justiça
distributiva,
sofre o que
fez sofrer aos
outros. Se
foi duro e
desumano, poderá
ser a seu turno
tratado
duramente e com
desumanidade; se
foi orgulhoso,
poderá nascer em
humilhante
condição; se foi
avaro, egoísta,
ou se fez mau
uso de suas
riquezas, poderá
ver-se privado
do necessário;
se foi mau
filho, poderá
sofrer pelo
procedimento de
seus filhos
etc...
“Assim se
explicam pela
pluralidade das
existências e
pela destinação
da Terra, como
mundo
expiatório, as
anomalias que
apresenta a
distribuição da
ventura e da
desventura entre
os bons e os
maus neste
planeta.
Semelhante
anomalia,
contudo, só
existe na
aparência,
porque
considerada
tão-só do ponto
de vista da vida
presente. Aquele
que se elevar,
pelo pensamento,
de maneira a
apreender toda
uma série de
existências,
verá que a cada
um é atribuída a
parte que lhe
compete, sem
prejuízo da que
lhe tocará no
mundo dos
Espíritos, e
verá que a
justiça de Deus
nunca se
interrompe.
“Não podendo
Deus punir
alguém pelo bem
que fez, nem
pelo mal que não
fez, se somos
punidos, é que
fizemos o mal;
se esse mal não
o fez na
presente vida,
tê-lo-emos feito
noutra. É uma
alternativa a
que ninguém pode
fugir e em que a
lógica decide de
que parte se
acha a justiça
de Deus".
Aqueles que
estão à nossa
frente nos
estudos e
compreensão das
Leis Divinas são
unânimes em
levantar o ânimo
dos caídos nas
vascas das
aflições com as
consoladoras
palavras de
esperança num
porvir risonho.
Santo Agostinho
fá-lo assim:
"Ditosos são
os que sofrem e
choram! Alegres
estejam suas
almas, porque
Deus as cumulará
de
bem-aventuranças".
Lacordaire
aduz:
"Bem-aventurados
os aflitos pode
traduzir-se
assim:
bem-aventurados
os que têm
ocasião de
provar sua fé,
sua firmeza, sua
perseverança e
sua submissão à
vontade de Deus,
porque terão
centuplicada a
alegria que lhes
falta na Terra,
porque depois do
labor virá o
repouso".
São essas as
informações com
as quais o
Espiritismo
enriquece nosso
conhecimento,
alimentando de
esperanças e
consolações a
todos nós que
ainda estamos
sob o guante das
aflições geradas
por uma atávica
economia
espiritual
onerada pelos
desvios e
equívocos
pretéritos.