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Clássicos
do Espiritismo |
Ano 2 - N° 69 -
17 de Agosto de
2008
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ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Cristianismo e
Espiritismo
Léon
Denis
(6a
parte)
Damos
continuidade ao estudo
do clássico
Cristianismo e
Espiritismo, de Léon
Denis, conforme a 6a
edição publicada pela
Federação Espírita
Brasileira com base em
tradução
de Leopoldo Cirne.
Questões
preliminares
A. Como devemos entender
o dogma da ressurreição
da carne?
R.: Devemos entendê-la
como a entendia a maior
parte dos padres da
Igreja, que conheciam a
existência do
perispírito, o corpo
espiritual, sutil,
imponderável, invólucro
permanente da alma, o
qual pode assumir todos
os invólucros grosseiros
que a alma tomou e
depois abandonou ao
longo dos séculos. A
esse corpo espiritual
Paulo se refere na 1ª
Epístola aos Coríntios.
Com efeito, se
examinarmos com atenção
a Bíblia, veremos que
nela não existe a
expressão “ressurreição
da carne”, mas sim “ressurreição
dos mortos” ou
“dentre os mortos”.
(Cristianismo e
Espiritismo, cap. VII,
pp. 97 e 98.)
B. Que diz Léon Denis
sobre o batismo?
R.: Em face da concepção
espírita do pecado
original, o batismo deve
ser encarado como
simples cerimônia
iniciática ou de
consagração, visto que a
água é impotente para
limpar de suas máculas a
alma. (Obra citada,
cap. VII, p. 101.)
C. Quem instituiu a
confissão auricular?
R.: A confissão
auricular, que jamais
foi praticada nos
primeiros tempos do
Cristianismo, foi
instituída pelos homens.
(Obra citada, cap.
VII, pp. 101 e 102.)
Texto para leitura
68. Quando a Igreja
afirma que Jesus se
ofereceu a Deus em
holocausto, para a
redenção da Humanidade,
de que terá ele
resgatado os homens?
Certamente, não é das
penas do inferno, porque
ela continua a ensinar
que os indivíduos que
morrem em estado de
pecado mortal são
condenados às penas
eternas. (P. 84)
69. Ora, se ele resgatou
os homens do pecado, por
que ainda os batizam? A
missão de Jesus não era
resgatar com o seu
sangue os crimes da
Humanidade, pois o
sangue, mesmo de Deus,
não seria capaz de
resgatar ninguém. Cada
qual deve resgatar-se a
si mesmo, resgatar-se da
ignorância e do mal. O
Cristo desceu das
esferas de luz, onde
tudo é serenidade e
paz, para mostrar-nos o
caminho que conduz a
Deus: esse o seu
sacrifício. (P. 85)
70. A doutrina católica
prega também a
existência do demônio,
que, segundo a Igreja, é
um ser perfeitamente
real, uma personalidade
distinta do resto da
Natureza, com vida, ação
e domínio próprios. (P.
87)
71. Não pode haver
sofrimentos eternos, mas
unicamente sofrimentos
temporários, apropriados
às necessidades da lei
de evolução e progresso.
O princípio das
reencarnações é mais
justo que a noção do
inferno eterno. (P. 89)
72. O vocábulo
eterno, que aparece
com freqüência nas
Escrituras, não deve ser
tomado ao pé da letra.
Em numerosos casos o
vocábulo parece
simplesmente significar:
longa duração, um fim
que não se conhece. O
termo hebraico ôlam,
traduzido por eterno,
tem como raiz o verbo
âlam, ocultar. Exprime
um período cujo fim se
ignora. (P. 91)
73. A questão do
purgatório é importante,
porque pode constituir
um vínculo entre as
doutrinas católica e
espírita. Segundo a
Igreja romana, o
purgatório é um lugar
não definido. Os
protestantes ortodoxos
rejeitam-no. (PP. 92 e
93)
74. Quase sempre o que
chamamos o mal é apenas
o sofrimento, mas este é
necessário, porque só
ele conduz à
compreensão. É pelo
sofrimento que a alma
atinge a plenitude do
seu brilho, a plena
consciência de si mesma.
(P. 93)
75. Sob o látego da
necessidade, sob o
aguilhão da dor, o homem
caminha, avança,
eleva-se e, de
existência em
existência, de progresso
em progresso, chega a
imprimir ao mundo o
cunho do seu domínio e
inteligência. (P. 94)
76. A maior parte dos
padres da Igreja
entendiam a ressurreição
da carne doutro modo.
Conheciam eles a
existência do
perispírito, desse corpo
fluídico, sutil,
imponderável, que é o
invólucro permanente da
alma. (P. 97)
77. Assim é que
atribuíam a ressurreição
senão a esse corpo
espiritual, que resume,
em sua substância
quintessenciada, todos
os invólucros grosseiros
que a alma tomou e
depois abandonou ao
longo dos séculos. (P.
97)
78. Tertuliano diz que
os anjos têm um corpo
que lhes é próprio e que
se pode transfigurar em
carne humana. Paulo
ensinava: “Semeia-se
corpo animal,
ressuscitará o corpo
espiritual” (I
Coríntios, XV, 4 a 50).
(P. 98)
79. Examinada com
atenção a Bíblia, vê-se
que nela não existe a
expressão “ressurreição
da carne”, mas sim “ressurreição
dos mortos” ou
“dentre os mortos”.
(P. 98)
80. O que foi dito do
pecado original nos
conduz a considerar o
batismo simples
cerimônia iniciática ou
de consagração, porque a
água é impotente para
limpar de suas máculas a
alma. (P. 101)
81. Se consultarmos
todos os textos em que
se funda a instituição
da confissão, neles só
encontraremos uma coisa:
que o homem deve
reconhecer as ofensas
cometidas contra o
próximo e confessá-las
diante de Deus. Aliás, a
confissão auricular
nunca foi praticada nos
primeiros tempos do
Cristianismo; não foi
Jesus quem a instituiu;
foram os homens. (PP.
101 e 102)
(Continua na próxima
edição.)
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