Saudade
Leôncio Correia
Ante o brilho da vida
renascente
Depois da névoa
estranha, densa e fria,
Surgem constelações do
Novo Dia
Muito longe da Terra
descontente.
Mundos celestes, reinos
de alegria
E impérios da beleza
resplendente
Cantam no Espaço,
jubilosamente,
Ao compasso do Amor e da
Harmonia...
Mas, ai! pobre de
mim!... Ante a grandeza
Da glória excelsa
eternamente acesa
Volvo à sombra letal do
abismo fundo!
E, esmagado de angústia
e de carinho,
Choro de amor, revendo o
velho ninho
E as aves ternas que
deixei no mundo!...
LEÔNCIO Correia nasceu
em 1865, no Estado do
Paraná, e desencarnou no
Rio de Janeiro, em junho
de 1950. Professor e
poeta, deixou inúmeras
obras.
O soneto acima,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier, faz parte do
Parnaso de Além-Túmulo.