À frente do
ataúde ou
perante o
sepulcro aberto,
clama o homem
desesperado:
— Maldita seja a
morte que nos
impõe a
separação para
sempre...
Não suspeita de
que os seus
entes amados, na
vanguarda do
além, prosseguem
evoluindo entre
a alegria e a
dor,
compartilhando-lhe
esperanças e
ansiedades.
E não se
apercebe de que
ele mesmo
atravessará, um
dia, aflito e
espantado, o
portal de pó e
cinza para
colher o que
semeou.
No entanto,
somos hoje, os
espíritas e os
Espíritos,
batedores da Era
Nova e servos da
Nova Luz.
Unidos, estamos
construindo o
túnel da grande
revelação, pela
qual se
expressará,
enfim, a vida
plena e
Vitoriosa.
Conhecemos de
perto vosso
combate, vossa
tarefa, vossa
fadiga...
A Verdade, que
pediu outrora o
martírio aos
pioneiros da fé
cristã,
atualmente vos
reclama o
sacrifício por
norma de
triunfo.
Antigamente, era
a perseguição
exterior,
através dos
circos de sangue
ou das fogueiras
cruéis.
Agora, é a
batalha íntima
com os monstros
da sombra a se
aninharem,
sutis, em nosso
próprio coração,
declarando
oculta guerra ao
nosso idealismo
superior.
Ontem, poderia
ser mais fácil
morrer, de um
átimo, sob o
cutelo da
flagelação
física.
Hoje, porém, é
muito difícil
sofrer, pouco a
pouco, o assalto
das trevas,
sustentando
suprema
fidelidade à
glória do
espírito.
Entretanto, não
podemos trair a
excelsitude do
mandato que nos
foi confiado.
Somos lidadores
da renovação e
arautos da luz,
a quem incumbe a
obrigação de
acendê-la na
própria alma,
para que o nosso
mundo suba no
céu para o
esplendor de
céus mais altos.
É preciso não
temer as serpes
do caminho, nem
recear os
fantasmas da
noite.
Nosso programa
essencial na
luta é o
aprimoramento
próprio, a fim
de que o mundo,
em torno de nós,
também se
aperfeiçoe.
Aprendendo e
ensinando,
lembremo-nos,
pois, de que o
nosso amanhã
será a projeção
do nosso hoje e,
elegendo no bem
o sistema
invariável de
nosso reto
pensamento e de
nossa reta
conduta,
continuemos
unidos na
cruzada contra
a morte,
esforçando-nos
para que o homem
compreenda que o
amor e a justiça
regem a vida no
Universo e que
o trabalho e a
fraternidade são
as forças que
geram na
eternidade a
alegria e a
beleza
imperecíveis.
Mensagem
psicofônica
recebida por
Francisco
Cândido Xavier
em 19 de agosto
de 1954,
constante do
cap. 24 do livro
Instruções
Psicofônicas.
Célia Xavier
era, à época,
abnegada
servidora
espiritual do
Evangelho numa
das instituições
espíritas de
Belo Horizonte
(MG).