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Correio Mediúnico
Ano 2 - N° 74 - 21 de Setembro de 2008
 

Página de fé

Célia Xavier

 
À frente do ataúde ou perante o sepulcro aberto, clama o homem desesperado:

— Maldita seja a morte que nos impõe a separação para sempre...

Não suspeita de que os seus entes amados, na van­guarda do além, prosseguem evoluindo entre a alegria e a dor, compartilhando-lhe esperanças e ansiedades.

E não se apercebe de que ele mesmo atravessará, um dia, aflito e espantado, o portal de pó e cinza para colher o que semeou.

No entanto, somos hoje, os espíritas e os Espíritos, batedores da Era Nova e servos da Nova Luz.

Unidos, estamos construindo o túnel da grande re­velação, pela qual se expressará, enfim, a vida plena e Vitoriosa.

Conhecemos de perto vosso combate, vossa tarefa, vossa fadiga...

A Verdade, que pediu outrora o martírio aos pionei­ros da fé cristã, atualmente vos reclama o sacrifício por norma de triunfo.

Antigamente, era a perseguição exterior, através dos circos de sangue ou das fogueiras cruéis.

Agora, é a batalha íntima com os monstros da som­bra a se aninharem, sutis, em nosso próprio coração, de­clarando oculta guerra ao nosso idealismo superior.

Ontem, poderia ser mais fácil morrer, de um átimo, sob o cutelo da flagelação física.

Hoje, porém, é muito difícil sofrer, pouco a pouco, o assalto das trevas, sustentando suprema fidelidade à glória do espírito.

Entretanto, não podemos trair a excelsitude do man­dato que nos foi confiado.

Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.

É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.

Nosso programa essencial na luta é o aprimoramen­to próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.

Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegen­do no bem o sistema invariável de nosso reto pensamen­to e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cru­zada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Uni­verso e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis.
 

Mensagem psicofônica recebida por Francisco Cândido Xavier em 19 de agosto de 1954, constante do cap. 24 do livro Instruções Psicofônicas. Célia Xavier era, à época, abnegada servidora espiritual do Evangelho numa das instituições espíritas de Belo Horizonte (MG).
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita