O sentimento e a
sabedoria –
assevera
Emmanuel – são
as duas asas com
que a alma se
elevará para a
perfeição
infinita. No
círculo acanhado
do orbe
terrestre, eles
são
classificados
como
adiantamento
moral e
adiantamento
intelectual,
ambos igualmente
imprescindíveis
ao progresso.
Como Cairbar
Schutel se
enquadra na
definição
citada?
No tocante à
área do
sentimento – ou
do adiantamento
moral – ninguém
que acompanha o Movimento
Espírita
|
|
pode ignorar
a estatura
moral de Cairbar
Schutel, o homem
cordial, o amigo
dos pobres e dos
enfermos, a quem
curava não
somente as
mazelas do
corpo, mas as
enfermidades da
alma. |
Amante da
natureza, é
conhecido o amor
que Cairbar
nutria pelos
animais. Nhonhô,
o gato que fora
sacrificado por
Cairbar após uma
briga, olhava-o
atentamente
quando Cairbar
escrevia.
Cabrito, seu
último cavalo,
aposentado por
Cairbar quando
comprou seu
primeiro carro,
recebia tanto
carinho do dono
que, momentos
antes de morrer,
veio despedir-se
do protetor e
amigo.
Os cães Rolf e
Leão, dois
espécimes
dinamarqueses,
sentavam-se à
mesa e eram
servidos em
primeiro lugar
por seu dono.
Rolf, aliás,
adorava pastéis
e ovos cozidos,
embora sua
preferência
fosse mesmo
sorvete. E
gostava também
de passear de
carro nas
visitas que
Cairbar fazia
aos doentes,
ocasião em que,
sentado no banco
traseiro,
parecia um
fidalgo.
Na assistência
aos obsidiados e
aos enfermos de
toda ordem que
chegavam a
Matão, o zelo de
Cairbar chegava
a ponto de
levá-los para a
sua própria
casa, onde
construíra
alguns quartos
nos fundos do
terreno,
exatamente para
poder acolhê-los
e assisti-los.
No tocante à
área da
sabedoria – ou
do adiantamento
intelectual –
existe uma
faceta da obra
de Cairbar que
tem sido pouco
enfatizada pelos
biógrafos.
Evidentemente,
ninguém
desconhece o
trabalho do
Cairbar-jornalista,
fundador d’ O
Clarim e da
Revista
Internacional de
Espiritismo
e pioneiro da
divulgação
espírita por
intermédio do
rádio; do
Cairbar-orador e
polemista
vibrante; do
Cairbar-escritor,
autor de 17
livros dentre os
quais quem
poderia ignorar
“Parábolas e
Ensinos de
Jesus”, “Vida e
Atos dos
Apóstolos”, “O
Espírito do
Cristianismo”,
“Espiritismo
para as
crianças” e
tantos outros
indispensáveis
aos que
pretendem ter
uma sólida
formação
espírita? (A
lista completa
dos 17 livros de
Cairbar figura
na última página
de “Médiuns e
Mediunidade”.)
Pouco se fala,
porém, da
profundidade e
mesmo do
pioneirismo com
que Cairbar
examinou vários
assuntos
relacionados com
a prática da
mediunidade e as
condições da
vida no Outro
Mundo, algo que
era confinado a
poucas pessoas
antes da
eclosão, na
década de 40, da
Série Nosso Lar.
Como se sabe,
Cairbar
desencarnou em
janeiro de 1938.
O confrade
Antenor de
Souza,
recentemente
falecido, diz
que em 1944,
quando foi
lançada a 1a
edição do livro
Nosso Lar, de
André Luiz,
muitos confrades
de relevo deste
país, como
Leopoldo
Machado, tiveram
muitas dúvidas
pertinentes a
aspectos da vida
espiritual que
lhes pareceram,
naquele momento,
algo
absolutamente
inédito na
literatura
espírita, embora
Cairbar Schutel
já houvesse
tratado do
assunto 12 anos
antes.
Eis na seqüência
alguns exemplos
do que acabamos
de relatar.
Observações
pertinentes à
prática
mediúnica
Do livro
“Médiuns e
Mediunidade”:
Sobre a
influência do
meio na reunião
mediúnica
– As
comunicações com
os Espíritos
exigem muito
recato, muito
respeito, muita
civilidade e
muito
recolhimento. O
meio exerce ação
considerável
para o bom êxito
das sessões.
Jesus estava
acompanhado de
três apóstolos
no episódio do
monte Tabor. Em
Betsaida
(Marcos, 8:22),
ele conduziu o
cego fora da
aldeia antes de
curá-lo. Fato
idêntico ocorreu
com o homem
surdo e gago,
que Jesus tirou
da multidão e
atendeu à parte
(Marcos, 7:32),
e com a filha de
Jairo (Mateus,
9:18). (Médiuns
e Mediunidade,
pp. 73 e 74.)
Apelo à
privacidade das
sessões
mediúnicas
– As sessões
práticas devem
ser privativas,
com número
reduzido de
assistentes
convencionados e
assíduos, porque
elementos
estranhos
prejudicam o
resultado dos
trabalhos. Não
se concebe,
pois, a
realização de
sessões
mediúnicas
públicas, com
portas abertas,
sem
circunspecção e
critério
exigidos para a
prática
mediúnica. (Obra
citada, pp. 53 e
72.)
Deveres que
competem aos
médiuns
– Primeiramente,
estudar, porque
o estudo
preparatório dos
médiuns é
indispensável ao
exercício da
mediunidade. Os
médiuns
necessitam ter,
ainda, muita
persistência,
muita paciência,
muita
perseverança nas
reuniões e nos
estudos, para
melhor se
relacionarem com
o mundo
invisível. (Obra
citada, pp. 75 e
76.)
Uma advertência
pertinente ao
diálogo com os
desencarnados
– Convém deixar
o Espírito
comunicante
falar. (Obra
citada, p. 53.)
O recinto das
sessões
mediúnicas
– As sessões
requerem um
ambiente de
semi-obscuridade
ou iluminado com
uma lâmpada
vermelha com luz
fraca. (Obra
citada, p. 51.)
(N.R.: Ver
Novo Tesouro da
Juventude,
vol. 1, pág.
167.)
Descrição sobre
a vida no Outro
Mundo
Do livro “A Vida
no Outro Mundo”:
Os diversos
planos do Mundo
Espiritual
– Há no Outro
Mundo diversos
planos de
existência, e
não poderia ser
de outro modo,
porque os
Espíritos,
revestidos de
seu corpo
espiritual, não
podem viver num
meio que não
esteja de acordo
com sua
vestimenta
espiritual, que
vibra sempre ao
ritmo da
elevação de cada
um, em sabedoria
e moralidade.
Uma região
isenta de
oxigênio seria
hostil a
Espíritos ainda
necessitados de
oxigênio. Os
círculos que
envolvem a Terra
se diferenciam
pela fluidez da
matéria que os
compõe. (A Vida
no Outro Mundo,
pp. 82, 83, 85 e
107.)
Semelhanças
entre o nosso
plano e o plano
espiritual
– O primeiro
plano do Mundo
Espiritual é bem
parecido com o
plano terráqueo.
Pode-se dizer
que o nosso
plano aqui na
Terra é uma
cópia
materializada
desse plano, o
que explica a
existência ali
de habitações
semelhantes às
nossas. (Obra
citada, pp. 87 a
89.)
As obras e os
estudiosos que
tratam do
assunto
– Mais de um
livro ou autor
fala sobre a
existência de
cidades, casas,
hospitais,
templos e
palácios no
Outro Mundo.
Conan Doyle
menciona em seu
livro “História
do Espiritismo”
vários casos, a
exemplo de sir
Oliver Lodge,
Carl du Prel,
Swedenborg,
Winifred Moyes e
Lilian Walbrook.
(Obra citada,
pp. 54, 56, 57,
78, 92, 95, 96,
97, 102 e 103.)
Os alimentos no
plano espiritual
– Nas mensagens
transcritas por
Conan Doyle,
além da
referência à
existência de
casas lindas e
flores, um dos
comunicantes
fala do alimento
utilizado no
plano em que
vivia, o qual
não se parece
com o nosso
porque é muito
mais agradável e
delicado. (Obra
citada, pp. 95 a
97.)
O que Swedenborg
revelou
– Nas obras do
grande vidente
sueco faz-se
menção a casas,
templos, salões,
palácios. As
crianças são bem
recebidas no
Outro Mundo,
sejam ou não
batizadas, e ali
elas crescem
cuidadas por
mulheres jovens,
até que lhes
apareçam suas
mães
verdadeiras.
(Obra citada,
pp. 98 a 100.)
Como é o
trabalho no
plano espiritual
– Extraída do
livro “O Caso de
Lester Coltman”,
de Lilian
Walbrook, eis
parte da
mensagem dada
por Coltman:
“Meu trabalho
continua aqui
como se iniciou
na Terra, ou
seja, no terreno
científico. Para
progredir em
meus estudos,
visito
freqüentemente
um laboratório,
onde encontro
facilidades tão
completas como
extraordinárias
para a
realização de
experiências.
Tenho casa
própria,
verdadeiramente
bela, com uma
grande
biblioteca, na
qual existe toda
a classe de
livros de
consulta:
históricos,
científicos, de
Medicina, e de
todos os gêneros
da Literatura.
Para nós, estes
livros são tão
interessantes
como para vós,
os da Terra.
Tenho uma sala
de música com
toda a sorte de
instrumentos.
Tenho quadros de
rara beleza e
móveis de gosto
apurado.” Na
seqüência,
Lester Coltman
refere-se a uma
paisagem
extraordinariamente
bela que ele
podia
descortinar de
suas janelas e
diz haver ali
magníficas
escolas para
instrução dos
Espíritos de
crianças. (Obra
citada, pp. 93 a
95.)
O destino do
homem além da
morte
– Eis o que
Cairbar escreveu
sobre o destino
das criaturas
humanas: “O
túmulo não é o
ponto final da
existência.
Nosso destino é
grandioso.
Existem mundos
de luz, onde
reina a verdade;
mundos que serão
nossas futuras
moradas! Assim
como o progresso
caracteriza
perfeitamente a
evolução
gradativa do
nosso planeta,
que será um dia
paraíso
terrenal, assim
também essa Lei
inflexível, que
rege os mundos
que se balouçam
no Éter, nos
prepara moradas
felizes,
dispersas na
Casa de Deus,
que é o Cosmo
infinito.
“Tenhamos fé e
estudemos!
Ignoramos?
Progridamos!
Porque do estudo
e da pesquisa
vem a verdade
que esclarece a
inteligência, e,
desta, a
evolução
espiritual, que
nos guinda às
alturas, para
compreendermos
as coisas do
Espírito, coisas
que Deus reserva
para todos os
que procuram
crescer no Seu
conhecimento e
na Sua graça.
Que as luzes da
caridade, que
vamos
conquistando,
nos ilumine toda
a Ciência, toda
a Religião, toda
a Filosofia,
para podermos,
com justos
títulos,
observar as
magnificências
do Universo e
cientificar-nos
da imortalidade
e da Eternidade
da Vida.” (“A
Vida no Outro
Mundo”, de
Cairbar Schutel,
5a
edição, 1978,
pág. 126.)