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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 74 - 21 de Setembro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 12)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Na assistência aos irmãos perispiritualmente lesados, que é preciso?

R.: Segundo Calderaro, para assisti-los é indispensável remontar à origem das pertur­bações que os molestam, o que não se consegue a golpes verbalísticos de psicanálise, mas sim com o socorro da força da fraternidade e do amor, a fim de que logrem a imprescindível compreensão com que se mo­difiquem, reajustando as próprias forças. (No Mundo Maior, cap. 8, pp. 120 a 122.)

B. A faculdade mediúnica também evolui?

R.: Evidentemente. Nenhuma árvore nasce produzindo e toda faculdade nobre requer burilamento. A mediunidade tem, pois, sua evolução, seu campo, sua rota. Não é possível laurear o estudante no curso superior, sem que tenha tido suficiente aplicação nos cursos preparatórios, através de alguns anos de luta, de esforço, de disci­plina. (Obra citada, cap. 9, pp. 123 e 124.) 

C. Como se inicia a faculdade mediúnica mais estável?

R.: Calderaro diz que a faculdade mediúnica mais estável e também a mais bela começa, entre os homens, no império da intuição pura e seu padrão desejável foi o que Jesus exemplificou como medianeiro do Céu. (Obra citada, cap. 9, pp. 126 a 128.)    

Texto para leitura

64. O amor é necessário ao reajustamento da alma - O Instrutor asseverou, ainda, que, para assistir com êxito os irmãos portadores de lesões perispiríticas, é indispensável remontar à origem das pertur­bações que os molestam, o que não se consegue a golpes verbalísticos de psicanálise, mas sim com o socorro da força da fraternidade e do amor, a fim de que logrem a imprescindível compreensão com que se mo­difiquem, reajustando as próprias forças... Seria útil, no caso de Marcelo, o uso de hipnóticos?  Calderaro disse que não: "Os hipnóticos – ele explicou – são úteis só na áspera fase de absoluta ignorância mental, quando é preciso neutralizar as células nervosas ante os pro­váveis atritos da organização perispirítica". No caso de Marcelo, que tinha a consciência já acordada na espiritualidade superior, o remédio mais eficaz consistia na fé positiva, na autoconfiança, no trabalho digno, em pensamentos enobrecedores. Permanecendo na zona mais alta da personalidade, ele venceria os desequilíbrios dos departamentos mais baixos, competindo-lhe, por isto mesmo, atacar a missão renovadora e sublime que lhe fora confiada no setor da própria iluminação e no bem do próximo. "Os elementos medicamentosos podem exercer tutela despó­tica sobre o cosmo orgânico, sempre que a mente não se disponha a con­trolá-la, recorrendo aos fatores educativos", ajuntou Calderaro. Na verdade, nosso objetivo deve ser a realização do Reino de Deus, em nós, com o Cristo. Trabalhando com Ele, por Ele e para Ele, curaremos nossos males para sempre. (Cap. 8, pp. 120 a 122) 

65. A tese animista e os reflexos condicionados - Impressionado com o caso de Marcelo, André indagou a Calderaro se os reflexos condiciona­dos não se aplicariam também aos casos de animismo que se verificam muitas vezes nas sessões mediúnicas. Antes de responder diretamente à questão, o Instrutor fez diversas colocações a respeito da tese ani­mista, lembrando que milhares de companheiros têm fugido ao trabalho, amedrontados, ante os percalços da iniciação mediúnica, porque o ani­mismo se converteu em Cérbero (1). Reclama-se deles precisão absoluta, olvi­dando-se lições elementares da natureza. Companheiros nossos, recolhi­dos à pura teoria, exigem meros aparelhos de comunicação, como se a luz espiritual se transmitisse da mesma sorte que a luz elétrica por uma lâmpada vulgar. Ocorre que nenhuma árvore nasce produzindo e qual­quer faculdade nobre requer burilamento. A mediunidade tem, pois, sua evolução, seu campo, sua rota: não é possível laurear o estudante no curso superior, sem que tenha tido suficiente aplicação nos cursos preparatórios, através de alguns anos de luta, de esforço, de disci­plina. Daí a preocupação dos Espíritos em face da tese animista, que pretende enfeixar toda a responsabilidade do trabalho espiritual numa única cabeça, isto é, a do instrumento mediúnico. (Cap. 9, pp. 123 e 124) 

(1) Cérbero, na mitologia grega, é cão monstruoso que exerce a guarda dos Infernos. Guardião temível, devorava os que procuravam lograr sua vigilância. Orfeu o acalmou tocando lira; apenas Hércules conseguiu domá-lo. 

66. O médium é como uma ponte entre duas esferas - Os reflexos condi­cionados, segundo Calderaro, enquadram-se, efetivamente, no tema do animismo. Ora, os animais de Pavlov demonstravam capacidade mnemônica e memorizavam fatos por associações mentais espontâneas; mobilizavam, pois, matéria sutil, independente do corpo denso e jogavam com forças mentais em seu aparelhamento de impulsos primitivos. Se as consciên­cias fragmentárias da experiência eram capazes de usar essa energia, que prodígios não realizará a mente humana, cedendo, não a meros re­flexos condicionados, mas a emissões de outra mente em sintonia com a dele? Dentro de tais princípios, é imperioso que o intermediário cresça em valor próprio. Ninguém receberá as bênçãos da colheita, sem o suor da sementeira. A maior parte de nossos companheiros, porém, pa­rece desconhecerem tais imposições de trabalho e de cooperação: exigem faculdades completas. "O instrumento mediúnico é automaticamente des­classificado se não tem a felicidade de exibir absoluta harmonia com os desencarnados, no campo tríplice das forças mentais, perispirituais e fisiológicas", asseverou Calderaro, que comparou simbolicamente o médium a uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se estabeleceu aparente solução de continuidade, em virtude da diferenciação da maté­ria no campo vibratório. Para ser instrumento relativamente exato, é-lhe imprescindível haver aprendido a ceder, e nem todos os artífices da oficina mediúnica realizam tal aquisição, que reclama devoção à fe­licidade do próximo, elevada compreensão do bem coletivo, avançado es­pírito de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinião alheia. "Para conseguir edificação dessa natureza, faz-se mister o refúgio freqüente à moradia dos princípios superiores. A mente do servidor há de fixar-se nas zonas mais altas do ser, onde aprenderá o valor das concepções sublimes, renovando-se e quintessen­ciando-se para constituir elemento padrão dos que lhe seguem a traje­tória", esclareceu Calderaro. "O homem – disse ele –, para auxiliar o presente, é obrigado a viver no futuro da raça. A vanguarda impõe-lhe a soledade e a incompreensão, por vezes dolorosas; todavia, essa condição representa artigo da Lei que nos estatui adquirir para poder­mos dar". "Ninguém pode ensinar caminhos que não haja percorrido." (Cap. 9, pp. 125 e 126) 

67. Para ser bom médium é preciso renúncia - O Instrutor prosseguiu falando sobre a mediunidade, atestando que a faculdade mediúnica mais estável e mais bela começa, entre os homens, no império da intuição pura. Lembrou ele que Moisés desempenhou sua tarefa, compelido pelas expressões fenomênicas que o cercavam. Embora tenha recebido os subli­mes princípios do Decálogo, que prescreve o "Não matarás", não parecia muito inclinado ao respeito pela vida alheia; sua doutrina, embora ve­nerável, baseia-se no exclusivismo e no temor. Com Jesus, o aspecto da mediunidade é diferente. O Mestre mantém-se em permanente contacto com o Pai, através da própria consciência, do próprio coração. Transmite aos homens a Revelação Divina, vivendo-a em si mesmo; não reclama jus­tiça, nem pede compreensão imediata; ama as criaturas e serve-as, man­tendo-se unido a Deus. A Boa Nova, em razão disto, é mensagem de con­fiança e de amor universal. Eis então dois tipos de medianeiros do próprio Céu, eminentemente diversos, mostrando qual o padrão desejá­vel. No mediunismo comum, portanto, o colaborador servirá com a maté­ria mental que lhe é própria, sofrendo as suas imprecisões naturais diante da investigação terrestre, e, após adaptar-se aos imperativos mais nobres da renúncia pessoal, edificará, não de improviso, mas à custa de trabalho incessante, o templo interior de serviço, no qual reconhecerá a superioridade do programa divino acima de seus caprichos humanos. Atingida essa realização, estará preparado para sintonizar-se com o maior número de desencarnados e encarnados, oferecendo-lhes, como a ponte benfeitora, oportunidade de se encontrarem uns com os ou­tros, na posição evolutiva em que permaneçam, através de entendimentos construtivos. Logicamente, é impossível alcançar esse padrão de uma vez, pois toda obra impõe começo. (Cap. 9, pp. 126 a 128) 

68. A morte não nos confere uma túnica de anjos - O Instrutor esclare­ceu que, ao mencionar o exemplo de Jesus, não quis dizer que devamos ter a pretensão de copiar o Mestre; é preciso, porém, inspirar-nos em suas lições. Há na Terra, entre encarnados e desencarnados, milhões de pessoas de mente fixa na região menos elevada dos impulsos inferiores, absorvidas pelas paixões instintivas, pelos remanescentes do passado envilecido, presos aos reflexos condicionados das comoções perturbado­ras. Outros mantêm-se na atividade desordenada, em manifestações afe­tivas sem rumo, no apego desvairado à forma que passou ou à situação que não mais se justifica. E há, ainda, multidões imobilizadas na po­sição beata do misticismo religioso exclusivo, sem realizações pesso­ais no setor da experiência e do mérito, que os integre no quadro da lídima elevação. Tal situação prossegue na vida post-mortem. O peris­pírito, embora mais plástico e sutil que o corpo carnal, é edifício material de retenção da consciência. Louca ilusão pensar que o Céu nos revista de túnica angelical, logo que baixado o corpo ao sepulcro. Tal o estado mental que alimentamos, tais as inteligências que atraímos e das quais nos fazemos instrumentos naturais, embora de modo indireto. Necessitados do auxílio de mais alto, requeremos também o concurso de benfeitores situados acima de nossas paragens, sendo necessário, para isso, organizar recursos de receptividade. "Nossa mente sofre sede de luz, como o organismo terreno tem fome de pão", asseverou Calderaro. Amor e sabedoria são substâncias divinas que nos mantêm a vitalidade. (Cap. 9, pp. 128 e 129)(Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita