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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 74 - 21 de Setembro de 2008

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)
 

 140 anos de Cairbar Schutel 

 
Aquele que foi cognominado O Bandeirante do Espiritismo nasceu em 22 de setembro de 1868, portanto, há 140 anos, no Rio de Janeiro. Depois de passagens por Itápolis e Piracicaba, fixou-se em Matão, tornando-se seu primeiro Prefeito, e fundou em 15 de julho de 1905 o Centro Espírita Amantes da Pobreza; em 15 de agosto de 1905 fundou o jornal O Clarim; posteriormente, em 1925, a Revista Internacional de Espiritismo, tradicionais publicações de circulação internacional.  

Schutel foi pioneiro da divulgação espírita pelo rádio, além de suas iniciativas humanitárias em favor da coletividade que, bem antes de tornar-se espírita, falam bem da grandeza de seu coração. Amava e socorria os pobres, amparando-os material e espiritualmente, estendendo sua atenção até mesmo para com os animais. 

Foi na vivência espírita, todavia, que sua personalidade mostrou-se ainda mais grandiosa. Seus exemplos de amor ao próximo e de dedicação ao estudo e divulgação do Espiritismo sensibilizaram o país e ultrapassaram as fronteiras do território nacional. Escreveu inúmeros livros, entre eles o notável Parábolas e Ensinos de Jesus, que destaca – como indica o próprio título – os ensinos do Mestre da Humanidade. 

No mesmo ano em que se comemoram os 140 anos de fundação da Revista Espírita e da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, por Allan Kardec, também se alcança a mesma quantidade de anos do nascimento de Cairbar de Souza Schutel.  

Seu trabalho, todavia, continua. Embora sua desencarnação tenha ocorrido antes de completar 70 anos, no dia 30 de janeiro de 1938, é interessante porque também vivemos o mesmo ano em que se comemora os 70 anos de sua desencarnação. Sua editora continuou através das décadas, apesar de todas as dificuldades encontradas, e continua ativa, distribuindo luzes através de suas publicações mensais e livros que continua a editar.

E não é só. Através dos médiuns Chico e Divaldo, nosso Schutel trouxe também sua firmeza doutrinária e o estímulo em páginas conhecidas e instrutivas. E, atualmente, é conhecida sua atuação em favor da expansão do pensamento espírita. 

Exemplo notável de dedicação, de persistência, de confiança na vida, de lucidez na importância do pensamento espírita em favor do equilíbrio e da serenidade humana. Inspiração que deve nortear os passos de todos aqueles que nos dedicamos à liderança e à divulgação espírita pela palavra ou pela escrita, especialmente agora que os modernos recursos da tecnologia se fazem tão presentes. 

Notemos, para encerrar, o que ele escreveu em um de seus livros: 

“(...) Os que têm o dom da palavra, falem, façam palestras públicas, conferências; os que têm o de escrever, escrevam; e os que não podem coordenar idéias, copiem escritos doutrinários insertos nas obras espíritas e leiam por ocasião das reuniões, que devem ser em dias determinados e de portas abertas, com entrada franca. Não podemos compreender a atitude de Centros Espíritas que resumem seus deveres no exercício de uma ou duas sessões por semana, entre meia dúzia de pessoas. 'A luz não deve ficar sob o alqueire', é preciso que seja posta no velador".

 

Concorda o leitor? A transcrição é parcial e consta do livro Médiuns e Mediunidades, assinado por Cairbar Schutel e editado pela Casa Editora O Clarim. Uma página esquecida, constante do capítulo Os Deveres de Propaganda, às páginas 93 e 94 da 10a edição de julho de 2001. 

Em homenagem ao exemplo inspirador de Cairbar, será realizado, em promoção da USE Matão, em evento programado para este domingo, dia 21 de setembro de 2008, reunindo as instituições espíritas no Encontro Cairbar Schutel, que visa comemorar os 140 anos do Bandeirante do Espiritismo.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita