R.: Atribuir aos
demônios essas
manifestações constitui
argumento cediço,
porque, como diz a
Escritura, deve
julgar-se a árvore por
seus frutos. Ora, se
ponderarmos todo o bem
moral que já realizou o
Espiritismo, se
considerarmos quantos
céticos, indiferentes,
sensuais, têm sido por
ele encaminhados,
teremos de concluir que
tal demônio trabalha
contra seus próprios
interesses. Além disso,
é preciso entender que
Satanás não passa de um
mito. Não existe ser
algum votado eternamente
ao mal. (Obra citada,
cap. IX, p. 203.)
C. Cite um dos perigos
que pode apresentar a
prática espírita.
R.: Um dos perigos para
quem faz do Espiritismo
uma frívola diversão é
atrair Espíritos
inferiores e levianos,
que não têm escrúpulo em
mistificar e travar com
tais pessoas relações
que podem conduzi-las
até à obsessão. (Obra
citada, cap. IX, pp. 204
e 205.)
Texto para leitura
155. É preciso recordar
que a doutrina dos
Espíritos foi
constituída mediante
numerosas comunicações,
obtidas por médiuns
escreventes, aos quais
eram absolutamente
estranhos tais ensinos.
Quase todos haviam sido
embalados em sua
infância pelos ensinos
das igrejas, pelas
idéias de inferno e
paraíso. (P. 199)
156. Conforme demonstrou
Charles Richet, o que se
denomina a dupla
personalidade
representa,
simplesmente, os
diversos estados de uma
única e mesma
personalidade. O
inconsciente não é,
pois, mais que uma forma
da memória, o despertar
em nós de lembranças, de
faculdades, de
capacidades adormecidas.
(P. 200)
157. Temos podido
verificar nas inúmeras
experiências em que
temos tomado parte
durante mais de 30 anos
que em lugar nenhum os
seres invisíveis se
apresentam como
“inconscientes”, ou
“egos” superiores dos
médiuns, mas sempre como
personalidades
diferentes, na plenitude
de sua consciência, como
individualidades livres
que viveram na Terra.
(P. 201)
158. Do estudo constante
e do exame atento do ser
humano, resulta uma
coisa: a existência em
nós de 3 elementos: o
corpo físico, o corpo
fluídico ou perispírito,
e a alma ou Espírito. O
que se chama o
inconsciente, a segunda
pessoa, o “eu” superior,
a policonsciência etc.,
é simplesmente o
Espírito que, em certas
condições de
desprendimento e de
clarividência, sente em
si mesmo produzir-se uma
como manifestação de
potências ocultas. (P.
202)
159. Entendamos: o homem
não possui muitas
consciências. Nele,
porém, há muitos estados
de consciência. À medida
que o Espírito se
desprende da matéria e
se emancipa de seu
invólucro carnal, suas
faculdades, suas
percepções se ampliam,
despertam as
recordações, dilata-se a
irradiação da
personalidade, seja no
“transe”, seja no sono
magnético. (P. 202)
160. Evidentemente, isso
não basta para explicar
os fenômenos espíritas:
na maioria dos casos, a
intervenção de
Inteligências estranhas,
de vontades livres e
autônomas, impõe-se como
a única explicação
racional. (P. 203)
161. Atribuir aos
demônios essas
manifestações constitui
argumento cediço. “Deve
julgar-se a árvore pelos
frutos”, diz a
Escritura. Ora, se
ponderarmos todo o bem
moral que já realizou o
Espiritismo, se
considerarmos quantos
céticos, indiferentes,
sensuais, têm sido por
ele encaminhados,
teremos de concluir que
tal demônio trabalha
contra seus próprios
interesses. (P. 203)
162. O que noutro lugar
dissemos do inferno e
dos demônios nos
dispensa de insistir
neste ponto. Satanás não
passa de um mito. Não
existe ser algum votado
eternamente ao mal. (P.
203)
163. Há muitas pessoas
que fazem do Espiritismo
frívola diversão e
atraem Espíritos
inferiores e levianos,
que não têm escrúpulo em
mistificá-las e travar
com elas relações que
podem conduzir até à
obsessão. Tais perigos
podem ser facilmente
conjurados, abstendo-se
as pessoas, nas sessões,
de todo pensamento
frívolo, de todo
objetivo interesseiro.
(P. 204)
164. É perigoso
trabalhar sozinho, sem
inspeção, sem proteção
eficaz; é perigoso
entregar-se
insuladamente às
evocações espíritas.
Para evitar as más
influências e afastar os
riscos, deve-se procurar
o concurso de pequeno
número de pessoas
esclarecidas, votadas ao
bem, sob a direção de um
espiritista
experimentado. (P. 205)
165. As manifestações
ocultas se produzem sob
todas as formas, desde
as mais banais às mais
transcendentes, conforme
o grau de elevação das
Inteligências que
intervêm, e seu intuito
não é outro senão
mostrar ao homem que ele
não é apenas matéria
perecível, mas que tem
dentro de si uma
essência que sobrevive
ao corpo. (PP. 206 e
207)
166. Há, pois, na
observação desses fatos
o germe de uma revolução
que abrangerá
progressivamente todo o
domínio dos
conhecimentos humanos. A
vida aparece-nos agora
sob um duplo aspecto:
corporal e fluídica. (P.
207)
167. Devido à existência
de falsos profetas no
mundo invisível é que a
nova revelação reveste
um caráter inteiramente
diferente. Não é mais
uma obra individual, nem
se produz num meio
circunscrito. É dada em
todos os pontos do
globo, aos que a
procuram, por intermédio
de pessoas de todas as
idades, condições e
nacionalidades. (P. 210)
168. Os adversários
fizeram da questão da
divergência de opiniões
no ensino dos Espíritos
uma arma contra o
Espiritismo, porque
certos Espíritos, em
países anglo-saxônios,
parecem negar a
reencarnação das almas
na Terra. Em toda parte,
porém, excetuados os
aludidos países, os
Espíritos afirmam a
realidade do princípio
das existências
sucessivas. (P. 212)
169. O número de
espiritualistas
anti-reencarnacionistas,
na América do Norte como
na Inglaterra, tem
diminuído dia a dia, ao
passo que o dos
partidários da
reencarnação não cessa
de aumentar. (P. 213)
(Continua na próxima
edição.)