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Correio Mediúnico
Ano 2 - N° 75 - 28 de Setembro de 2008
 

Amor, imbatível amor

 Joanna de Ângelis

 
O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.

É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia. Nunca perece, porque não se entibia nem se enfra­quece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.

Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver. É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.

Quando aparente — de caráter sensualista, que bus­ca apenas o prazer imediato — se debilita e se envene­na, ou se entorpece, dando lugar à frustração.

Quando real, estruturado e maduro — que espera, estimula, renova — não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais. Une as pes­soas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.

O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de ener­gias e de formação angustiante.

O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.

Há um período em que se expressa como compen­sação, na fase intermediária entre a insegurança e a ple­nificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.

O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.

Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.

A ambição, a posse, a inquietação geradora de in­segurança — ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobran­ça de carinhos e atenções —, a necessidade de ser ama­do caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.

A confiança, suave, doce e tranqüila, a alegria na­tural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não-posse, não-dependência, não-exigência, são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro. Mesmo que se modifiquem os quadros existenci­ais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador, confiante, in­destrutível.

Nunca se impõe, porque é espontâneo como a pró­pria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de jú­bilos e de paz.

Expande-se como um perfume que impregna, agra­dável, suavemente, porque não é agressivo nem em­briagador ou apaixonado...

O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratifi­cações que o amado oferece.

O amor deve ser sempre o ponto de partida de to­das as aspirações e a etapa final de todos os anelos hu­manos.

O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à Humanidade e prossegue doan­do, na Sua condição de Amante não amado.
 

 

Página psicografada por Divaldo P. Franco, extraída do livro “Amor, imbatível amor”, de Joanna de Ângelis.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita