Num século de
Espiritismo
Num século
inteiro de
atividades,
temos visto a
Ciência
procurando
apaixonadamente
as realidades do
Espírito.
Provas
indiscutíveis
não lhe foram
regateadas. E
tantas foram
elas que Richet
conseguiu
articular, com
êxito, as bases
clássicas da
Metapsíquica,
usando recursos
tão
demonstrativos e
convincentes
quanto aqueles
empregados na
exposição de
qualquer
problema de
patologia ou
botânica.
Sábios
distintos, entre
os quais Wallace
e Zöllner,
Crookes e
Lombroso, Myers
e Lodge,
mobilizando
médiuns
notáveis,
efetuaram
experiências de
valor
inconteste.
Entretanto, se
nos vinte
lustros passados
a mediunidade
serviu para
atender aos
misteres
brilhantes da
observação
científica,
projetando
inquirições do
homem para a
Esfera
Espiritual, é
justo satisfaça
agora às
necessidades
morais da Terra,
carreando avisos
da Esfera
Espiritual para
o homem.
Se o primeiro
século de
Doutrina
Espírita viu
realizações
admiráveis,
desde os
cálculos
profundos da
física nuclear
aos rudimentos
da astronáutica,
surpreendeu,
igualmente,
calamidades
terríveis, como
sejam: as
guerras de
conquista e
rapinagem, nas
quais os campos
de prisioneiros
foram teatro
para os mais
hediondos
espetáculos de
barbárie e
degradação, em
nome do direito;
a técnica na
destruição de
cidades em
massa; as
inquisições
políticas, à
feição das
antigas
inquisições
religiosas,
amordaçando a
liberdade de
consciência; a
proliferação das
indústrias do
aborto, às vezes
com o amparo de
autoridades
respeitáveis; a
onda crescente
dos suicídios; o
delírio dos
entorpecentes; o
abuso da
hipnose; o
lenocínio
transformado em
costume elegante
da vida moderna;
o aumento dos
chamados crimes
perfeitos, com
manifesta
perversão da
inteligência, e
a percentagem
assustadora das
moléstias
mentais com
alicerces na
obsessão.
Desse modo, não
nos basta apenas
um “espiritismo
científico” que
despenda
indefinida quota
de tempo
averiguando a
sobrevivência do
ser, além do
sepulcro. Embora
a elevação de
propósitos dos
pesquisadores
eminentes, que
tateiam os
domínios da
alma, não
podemos
esquecer a
edificação do
sentimento.
É assim que,
repetindo as
lições do Cristo
para o mundo
atormentado, não
nos achamos
simplesmente
diante de um
“espiritismo
social”, mas em
pleno movimento
de recuperação
da dignidade
humana,
porquanto, em
verdade, perante
o materialismo
irresponsável, a
sombrear
universidades e
gabinetes,
administrações e
conselhos,
laboratórios e
templos,
cenáculos e
multidões, o
Evangelho de
Jesus, para
esclarecimento
do povo, tem
regime de
urgência.
Do livro
Seara dos
Médiuns,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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