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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 75 - 28 de Setembro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 13)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. É preciso tempo para o aprimoramento da faculdade mediúnica?

R.: Sim. Diz Calderaro, na obra em exame, que a mediunidade não é serviço "que possamos orga­nizar da periferia para o centro e sim do interior para o exterior". "O homem encarnado, quase sempre empolgado pelo sono da ilusão, poderá começar pelo fenômeno; à maneira, porém, que desperte as energias mais profundas da consciência, sentirá a ne­cessidade do reajustamento e regressará à causa de modo a aperfeiçoar os efeitos. Obra de construção, de tempo, de paciência..." (No Mundo Maior, cap. 9, pp. 129 e 130.)

B. Que é indispensável ao médium para ascender às zonas mais altas da vida?

R.: A boa vontade cria­dora. Sem ela – diz Calderaro – é impossível o início da ascensão às zonas mais altas da vida. (Obra citada, cap. 9, pp. 131 e 132.)  

C. Que valor representam os lobos frontais no indivíduo encarnado?

R.: Segundo explicações do instrutor Calderaro, nos lobos frontais – exteriorização fisiológica de centros pe­rispiríticos importantes – repousam milhões de células, à espera, para funcionar, do esforço humano no setor da espiritualização. “Nenhum ho­mem, dentre os mais arrojados pensadores da Humanidade, desde o preté­rito até os nossos dias, logrou jamais utilizá-las na décima parte". Após esta informação, Calderaro explicou: "São forças de um campo virgem, que a alma conquistará, não somente em continuidade evolutiva, senão também a golpes de auto-educação, de aprimoramento moral e de elevação su­blime". (Obra citada, cap. 9, pp. 137 a 139.)  

Texto para leitura

69. A educação mediúnica deve começar do interior para a periferia - Calderaro conseguiu, com sua dissertação sobre a mediunidade, demons­trar a importância da elevação de nossas qualidades receptivas para alcançarmos a necessária sintonia com os mananciais da vida superior. A mediunidade, acentuou o Instrutor, não é serviço "que possamos orga­nizar da periferia para o centro e sim do interior para o exterior". "O homem encarnado, quase sempre empolgado pelo sono da ilusão – ad­vertiu Calderaro –, poderá começar pelo fenômeno; à maneira, porém, que desperte as energias mais profundas da consciência, sentirá a ne­cessidade do reajustamento e regressará à causa de modo a aperfeiçoar os efeitos. Obra de construção, de tempo, de paciência..." (Cap. 9, pp. 129 e 130) 

70. Na tarefa mediúnica - Calderaro convidou André ao serviço de assis­tência a dedicada senhora, médium em processo de formação, que vinha recebendo já socorro do Assistente para prosseguir na tarefa. André veria então os obstáculos criados pela tese animista. Uma entidade que fora também médico na Terra recebeu-os à entrada do recinto onde se realizaria o exercício mediúnico. O ex-médico tivera permissão para cooperar naquele grupo, com o objetivo de efetuar certo plano de socor­ro aos enfermos desamparados. Embora o intercâmbio com os desen­carnados não possa transformar os homens em anjos de um dia para ou­tro, pode ajudá-los a ser criaturas melhores. Era, pois, lícito coope­rar no aprimoramento da sociedade terrestre, incentivando-se a prática do bem e a devoção à fraternidade. Era para esse fim que ele ali es­tava, interessado em contribuir na proteção aos doentes menos aquinho­ados. As dificuldades, contudo, eram grandes. Suas comunicações atra­vés da médium Eulália não surtiam efeito, porque havia sempre, no grupo, a suspeita de animismo ou de mistificação inconsciente. A reu­nião começou e Calderaro observou: "Repara o conjunto. Já fiz meus apontamentos. Com exceção de três pessoas, os demais, em número de oito, guardam atitude favorável". Conforme o Assistente havia verifi­cado, todos os oito se encontravam na posição de médiuns, pela passi­vidade que demonstravam. (Cap. 9, pp. 130 e 131) 

71. As dificuldades da comunicação - Eulália era, naquele grupo, a que apresentava o estado receptivo mais adiantado, mas o ex-médico não en­contrava em sua organização psicofísica elementos afins perfeitos: a médium não se ligava a ele através de todos os seus centros perispiri­tuais, não era capaz de elevar-se à mesma freqüência vibratória, não possuía suficiente "espaço interior" para comungar-lhe as idéias e conhecimentos, não lhe absorvia o entusiasmo total pela Ciência, por ainda não trazer de outras existências, nem haver construído na atual, as necessárias teclas evolucionárias, que só o trabalho sentido e vi­vido pode conferir. O que Eulália manifestava era a boa vontade cria­dora, sem o que é impossível o início da ascensão às zonas mais altas da vida. O médico, porém, para realizar o nobre desejo que o animava, via-se compelido, em face das circunstâncias, a pôr de lado a nomen­clatura oficial, a técnica científica, o patrimônio de palavras que lhe era peculiar, as definições novas, a ficha de renome... Ele pode­ria identificar-se com Eulália, para a mensagem precisa, usando também a boa vontade, e, adotando essa forma de comunicação, valer-se-ia, acima de tudo, da comunhão mental, reduzindo ao mínimo a influência sobre os centros neuropsíquicos. "Em matéria de mediunismo – esclare­ceu o Assistente – há tipos idênticos de faculdades, mas enormes desi­gualdades nos graus de capacidade receptiva, os quais variam infinita­mente, como as pessoas." (Cap. 9, pp. 131 e 132) 

72. A mensagem psicográfica - Enquanto o Espírito do ex-médico prepa­rava sua mensagem, concernente ao seu projeto de assistência aos en­fermos, André observou que os oito companheiros do grupo mediúnico em posição receptiva absorviam a emissão mental do comunicante, cada qual a seu modo. Os raios de força positiva do mensageiro incidiam nas oito pessoas, mas cada irmão, ao receber o influxo sugestivo, experimentava associações de idéias diferentes. Um cavalheiro recordou comovente paisagem de hospital; outro rememorou o exemplo de uma enfermeira bon­dosa com quem travara relações; outro abrigou pensamentos de simpatia para com os doentes desamparados; duas senhoras se lembraram da cari­dosa missão de Vicente de Paulo; uma velhinha pensou em visitar alguns enfermos queridos, e assim por diante. Três pessoas mantinham-se, con­tudo, impermeáveis ao serviço. Duas delas contristavam-se por haverem perdido uma sessão de cinema, e a outra, embora em idade provecta, re­tinha a mente na lembrança de ocupações domésticas, que supunha ina­diáveis. Somente Eulália recebia o apelo do comunicante com mais niti­dez. Ela sentia-se a seu lado, envolvia-se em seus pensamentos, pos­suía não só a receptividade, mas a boa disposição para servi-lo. Decor­ridos alguns minutos de expectativa e de preparo silencioso, a mão da médium, orientada pelo médico e movida em cooperação com os es­tímulos psicofísicos da intermediária, começou a escrever. Os caracte­res eram irregulares, denunciando o natural conflito de "dois cosmos psíquicos" diferentes. A mensagem foi vazada em forma singela e nela o Espírito do ex-médico solicitava o esforço e a boa vontade de todos, porquanto "a sementeira reclama trabalhadores abnegados, que ignorem cansaço, tristeza e desânimo". (Cap. 9, pp. 133 e 134) 

73. A mensagem não passa pelo exame - A página fora um apelo fraterno a que todos se dedicassem, verdadeiramente, à causa evangé­lica. O comu­nicante assinou seu nome e, pouco depois, encerraram-se os serviços da noite, seguindo-se a avaliação da mensagem. O grupo con­cordou em que ela era edificante na essência, mas não apresentava in­dícios conclu­dentes da identificação individual; não procedia, possi­velmente, do conhecido médico que a subscrevera, pois lhe faltavam ca­racterísticos especiais, visto que um médico usaria nomenclatura ade­quada e se afas­taria da craveira comum. A tese animista apareceu, en­tão, como tábua de salvação para todos e a conversação transferiu-se para complicadas referências a Richet, Pierre Janet, De Rochas e Aksa­kof. O Espírito do ex-médico, desapontado, comentou: "Ora essa! jamais desejei despertar semelhante polêmica doméstica. Pretendemos algo di­ferente. Bastar-nos-ia um pouco de amor pelos enfermos, nada mais". A médium Eulália, por sua vez, ouvia os comentários do grupo com irre­freável amargura. Sua mente turvara-se então, empanada por densos véus de dúvida e seus olhos marejaram-se de lágrimas, que não chegaram a cair. Era preciso ajudá-la – observou Calderaro, que espalmou sua des­tra sobre a cabeça da respeitável médium, expendendo brilhantes raios que desciam do en­céfalo ao tórax de Eulália, qual fluxo renovador. A medianeira voltou então à serenidade. Amparada pela atuação direta do Assistente, ela sabia dos percalços a vencer e mergulhava-se gradati­vamente no ameno clima da compreensão. (Cap. 9, pp. 135 e 136) 

74. Lobos frontais: um campo quase virgem - Restabelecendo-lhe a tran­qüilidade, Calderaro manteve, na seqüência, suas mãos apoiadas aos lo­bos frontais da médium, agindo sobre as fibras inibidoras. Notou-se então sensível mudança. A mente de Eulália introverteu-se, desinte­ressando-se da conversa em torno e ficando mais atenta ao campo espi­ritual. Calderaro inclinou-se então e falou-lhe carinhosamente: "Eulália, não desanimes! A fé representa a força que sustenta o espí­rito na vanguarda do combate pela vitória da luz divina e do amor uni­versal. Nossos amigos não te acusam, nem te ferem: tão somente dormem na ilusão e sonham, apartados da verdade; exculpa-os pelas futilidades do momento. Mais tarde eles despertarão para o esforço de espalhar-se o bem...". Eulália não registrou tais palavras com os tímpanos de carne, mas seus lobos frontais encheram-se de intensa luz. Ela rece­bera a mensagem e, em resposta, dizia mentalmente que trabalharia até ao fim, consciente de que o serviço da verdade pertence ao Senhor, e não aos homens. Olvidaria os golpes; transformaria as objeções dos ou­tros em auxílios; reconheceria os próprios defeitos, para poder cor­rigi-los; caminharia para a frente; a mediunidade lhe seria um campo de trabalho; cumpria-lhe crer, trabalhar, amar e esperar no Divino Senhor. André admirou-se da luminosidade que revestia os lobos fron­tais da médium. O Assistente explicou: "Eulália, neste instante, fixa-se mentalmente na região mais alta que lhe é possível. Recolhe-se, calma, no santuário mais íntimo, de modo a compreender e desculpar com proveito". E, indicando a referida região do cérebro, acrescentou: "Nos lobos frontais, André, exteriorização fisiológica de centros perispiríticos importantes, repousam milhões de células, à espera, para funcionar, do esforço humano no setor da espiritualização. Nenhum ho­mem, dentre os mais arrojados pensadores da Humanidade, desde o preté­rito até os nossos dias, logrou jamais utilizá-las na décima parte". Calderaro, então, concluiu: "São forças de um campo virgem, que a alma conquistará, não somente em continuidade evolutiva, senão também a golpes de auto-educação, de aprimoramento moral e de elevação su­blime". (Cap. 9, pp. 137 a 139) (Continua no próximo número.)
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita