FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
Ética, uma
palavra
fora de moda!
O Dicionário da
Língua
Portuguesa
define a palavra
Ética, como:
s.f., parte da
filosofia que
estuda os
deveres do homem
para com Deus e
a sociedade;
deontologia;
ciência da
moral. ¹
Significado este
que, nos dias da
atualidade,
tornou-se artigo
de luxo, muito
raro de ser
observado.
É perfeitamente
natural que o
homem alimente o
desejo de
crescer, de
progredir, de
alcançar
vitórias em sua
vida. Quem não
nutre esses
sonhos no fundo
do seu SER?
O problema é a
forma como esses
desejos ou
aspirações são
alcançados, pois
não podemos
jamais esquecer
de que em tudo
precisamos ser,
acima de
qualquer coisa,
dignos,
honestos e
honrados;
afinal, não
somos cristãos
seguidores da
mensagem do
Mestre de Nazaré
através dos
ensinamentos
contidos na
sublime mensagem
deixada por ele
nos evangelhos?
O Espiritismo
nos ensina que
só nos pertence
verdadeiramente
aquilo que
conquistamos com
esforço e
trabalho
honesto, sem
prejuízo de
outrem, da forma
mais justa
possível e,
em conformidade
com as Leis
Divinas, pois,
vivendo o homem
em sociedade,
terá ele
direitos e
obrigações a
cumprir, como se
pode ver nas
instruções dos
Imortais da Vida
Maior em
resposta à
indagação do
insigne
Codificador nas
questões que
seguem
constantes de O
Livro dos
Espíritos.
877. Da
necessidade que
o homem tem de
viver em
sociedade,
nascem-lhe
obrigações
especiais?
“Certo
e a primeira de
todas é a de
respeitar os
direitos de seus
semelhantes.
Aquele que
respeitar esses
direitos
procederá sempre
com justiça.
Em o vosso
mundo, porque a
maioria dos
homens não
pratica a lei de
justiça, cada um
usa de
represálias.
Essa a causa da
perturbação e da
confusão em que
vivem as
sociedades
humanas. A vida
social outorga
direitos e impõe
deveres
recíprocos.”
878. Podendo
o homem
enganar-se
quanto à
extensão do seu
direito, que é o
que lhe fará
conhecer o
limite desse
direito?
“O limite do
direito que, com
relação a si
mesmo,
reconhecer ao
seu semelhante,
em idênticas
circunstâncias e
reciprocamente.”
²
Se analisarmos
com atenção as
respostas acima,
chegaremos
facilmente à
conclusão de que
o homem não pode
em hipótese
alguma deixar de
respeitar os
direitos de seu
semelhante,
pois, se assim
não proceder,
estará cometendo
uma grande falta
perante a
paternidade
Divina que nos
criou em
igualdade de
situação, sem
privilégio algum
em relação ao
nosso irmão que
conosco caminha
em direção à
felicidade e à
perfeição tão
desejadas.
Precisamos
aprender a ser
éticos em nossas
atitudes para
com tudo, isto
é, respeitar a
Deus e aos
homens, saber
impor limites às
nossas ações
para alcançar os
nossos
objetivos, saber
manter sob
controle nossas
ambições e
empregar todos
os esforços para
não nos
utilizarmos de
quaisquer
artifícios
ilegais na luta
para conseguir a
realização
desses
objetivos. Entre
tantas outras
atitudes
condenáveis
podemos alertar
para algumas
como: não
roubar, mentir
ou pisar nos
outros para
atingir nossos
secretos e
ambiciosos
desejos.
Desde cedo temos
a
obrigação moral
de dar aos
nossos filhos
exemplos de
atitudes dignas
pautados na
ética e na
decência,
pois hoje em dia
a maioria dos
pais se preocupa
em demasia em
tornar seus
filhos
ambiciosos para
a conquista dos
bens materiais,
mas, ao mesmo
tempo, não se
incomodam quando
os filhos não
são éticos no
alcance de suas
propostas, se
for preciso
colar na prova
para passar de
ano, isso pouco
importa, desde
que passe, é
tudo o que eles
objetivam como
sendo a meta
maior a ser
conquistada.
Reduzido é o
número de pais
que se preocupam
em saber o
comportamento do
seu filho na
escola, se ele
não atrapalha o
bom andamento
das aulas, se é
cumpridor dos
afazeres a ele
atribuídos etc.,
e, ainda, muitos
se aborrecem se
forem chamados
para uma reunião
na escola, e se
lhe for feita
qualquer tipo de
queixa sobre o
comportamento do
seu “santo”
filho.
O problema maior
é que,
normalmente, os
responsáveis por
ensinar os
princípios da
moral e da ética
aos seus
rebentos
desconhecem
esses
princípios, pois
só alcançam seus
objetivos
ambiciosos a
preço de pesados
prejuízos que
impõem aos
outros, sem se
incomodarem com
quaisquer
fundamentos de
ética ou
dignidade que
sabem cobrar
quando se vêem
prejudicados no
mínimo detalhe.
Até mesmo em
nosso movimento
espírita
encontramos
grande
quantidade de
companheiros que
desconhecem o
valor da
dignidade em
suas atitudes
para com os seus
irmãos de ideal
espírita, e, sem
o menor
constrangimento,
praticam atos
que há muito já
deveriam ter
erradicado de
suas ações, como
espíritas que
dizem ser com
muitos anos de
movimento
espírita.
Devemos nos
alicerçar nos
ensinos da
Doutrina
Espírita que nos
aclara o
entendimento,
para que
saibamos melhor
discernir na
hora de tomar
qualquer
atitude,
principalmente
se for causar
qualquer dano ou
prejuízo ao
nosso
semelhante, para
que nossa
aquisição possa
ser considerada
como legítima,
da forma que os
Espíritos
Superiores nos
ensinaram nas
questões que
seguem:
884. Qual o
caráter da
legítima
propriedade?
“Propriedade
legítima só é a
que foi
adquirida sem
prejuízo de
outrem.” (808)
Proibindo-nos
que façamos aos
outros o que não
desejáramos que
nos fizessem, a
lei de amor e de
justiça nos
proíbe, ipso
facto, a
aquisição de
bens por
quaisquer meios
que lhe sejam
contrários.
885. Será
ilimitado o
direito de
propriedade?
“É fora de
dúvida que tudo
o que
legitimamente se
adquire
constitui uma
propriedade.
Mas, como
havemos dito, a
legislação dos
homens, porque
imperfeita,
consagra muitos
direitos
convencionais
que a lei de
justiça reprova.
Essa a razão por
que eles
reformam suas
leis, à medida
que o progresso
se efetua e que
melhor
compreendem a
justiça. O que
num século
parece perfeito,
afigura-se
bárbaro no
século
seguinte.” (795)
³
Que o Mestre de
Nazaré possa nos
inspirar a agir
em tudo com
ética,
vivenciando em
nossas ações
diárias os
exemplos que
ELE
nos veio
ensinar, há mais
de 2000 anos
atrás.
Fontes:
(1)
Dicionário da
Língua
Portuguesa,
Francisco da
Silveira Bueno,
MEC, 9. Ed.
(2) O Livro
dos Espíritos,
FEB, 76ª.
Edição.
(3) Idem,
Idem.
Grifos nossos.