A Revue Spirite
de 1861
Allan Kardec
(Parte
12)
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1861. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 14
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. A força do
Espiritismo tem duas
causas preponderantes.
Quais são elas?
A primeira, diz Kardec,
é que ele torna felizes
todos os que o conhecem,
compreendem e praticam.
A segunda é que ele não
repousa na cabeça de
nenhum homem que possa
ser derrubado, porque
seu foco está em toda
parte. (Revue Spirite
de 1861, pp. 357 e 358.)
B. O que de mais belo
existe no Espiritismo?
O mais belo lado do
Espiritismo é, segundo o
Codificador do
Espiritismo, o lado
moral, e é por suas
conseqüências morais que
ele triunfará. (Obra
citada, p. 359.)
C. Kardec era favorável
à existência de grupos
espíritas pequenos?
Sim. Ele achava que
seria impraticável
formar numa cidade
grande uma sociedade
espírita única,
abrangendo todos os
espíritas da localidade.
E advogava claramente a
idéia da criação de
grupos múltiplos e
menores. (Obra
citada, p. 362.)
Texto para leitura
206. Após censurar os
desmandos de Roma, Dante
(Espírito) adverte: “Ó
homens que vos dizeis
cristãos, vendo o vosso
apego aos bens
perecíveis deste mundo,
dir-se-ia que realmente
não contais com os da
eternidade. Roma! que te
dizes imortal, possam os
séculos futuros não
buscar o teu lugar, como
hoje é procurado o de
Babilônia!” (PP. 333 e
334)
207. Pascal (Espírito),
comunicando-se em Sens,
diz que o mal
desaparecerá da face da
Terra se a caridade aqui
reinar. Em face disso,
propõe-nos: “Começai por
dar exemplo, vós mesmos;
sede caridosos para com
todos, indistintamente;
esforçai-vos por tomar o
hábito de não mais notar
os que vos olham com
desdém; crede sempre que
eles merecem vossa
simpatia e deixai a Deus
o cuidado de toda
justiça, porque a cada
dia, em seu reino, ele
separa o joio do trigo”.
(P. 336)
208. A
Revue noticia o
auto-de-fé de Barcelona,
ocorrido a 9 de outubro
de 1861. (PP. 337 a 340)
209. Kardec, após aludir
à repercussão que o
episódio teve na
Espanha, onde foi
deplorado por diversos
jornais, diz que essa
data deve ser para os
espíritas um dia de
festa, e não de luto. Em
mensagem transcrita na
Revue, Saint Dominique
explicou: “Nada é feito
inutilmente em vossa
Terra nesse sentido; e
nós, que inspiramos o
auto-de-fé de Barcelona,
bem sabíamos que, assim
agindo, contribuiríamos
para um grande passo à
frente”. (P. 340)
210. Kardec fala sobre
sua visita aos espíritas
de Bordéus, onde o
Espiritismo penetrava
todas as camadas da
sociedade, e transcreve
na Revue a saudação que
lhe foi feita na cidade
por um menino de cinco
anos e meio, de nome
Joseph, filho do Sr.
Sabò, grande líder
espírita da cidade. (PP.
343 a 346)
211. Os discursos do Sr.
Sabò, do Dr. Bouché de
Vitray e de Kardec foram
transcritos na Revue.
(PP. 346 a 364)
212. Doutor em Medicina,
Bouché de Vitray diz em
seu discurso que o
testemunho da
autenticidade de nossa
doutrina remonta à noite
dos tempos e que os
livros sagrados, base do
Cristianismo, a relatam.
(P. 349)
213. Com o Espiritismo
-- diz Dr. Vitray -- os
moços abandonam as
ilusões da primeira
idade e os homens
maduros aprendem a levar
a vida a sério, vendo-se
formar Centros espíritas
em todos os pontos do
globo. (P. 351)
214. Em sua mensagem aos
confrades de Bordéus,
Kardec diz não ser
médium, no sentido
vulgar da palavra, e
considera tal fato uma
felicidade, que muito o
ajudou no desempenho de
sua tarefa no
Espiritismo. (PP. 356 e
357)
215. A
força do Espiritismo
tem, segundo Kardec,
duas causas
preponderantes. (P. 357)
216. A
primeira é que ele torna
felizes todos os que o
conhecem, compreendem e
praticam. A segunda é
que ele não repousa na
cabeça de nenhum homem
que possa ser derrubado,
porque seu foco está em
toda parte. (PP. 357 e
358)
217. Mataram o Cristo,
mataram seus apóstolos,
e no entanto a idéia
cristã triunfou,
vencendo até a
perseguição dos Césares
onipotentes. Por que,
então, o Espiritismo,
que não é senão o
desenvolvimento e a
aplicação da idéia
cristã, não triunfará de
alguns trocistas ou de
antagonistas que não lhe
puderam opor senão uma
negação estéril? (P.
358)
218. Ora, até o presente
o que opõem os seus
adversários? “Troças e
negações -- diz Kardec
-- que, em boa lógica,
jamais passaram por
argumentos.”(P. 358)
219. Após afirmar que o
Espiritismo é estranho a
toda questão dogmática,
Kardec assevera que o
mais belo lado do
Espiritismo é o lado
moral, e é por suas
conseqüências morais que
triunfará, pois aí está
a sua força. (P. 359)
220. Os inimigos do
Espiritismo, entende
Kardec, são de duas
ordens: de um lado, os
trocistas e os
incrédulos. De outro, os
interessados em combater
a doutrina. Estes não
buscam a luz. (P. 360)
221. Se as opiniões
estão divididas sobre
alguns pontos da
doutrina, como saber de
que lado está a verdade?
“É a coisa mais fácil”,
responde Kardec. “Para
começar, tendes por peso
o vosso julgamento e por
medida a lógica sã e
inflexível. Depois,
tereis o assentimento da
maioria.” (P. 361)
222. Eis um outro
critério da verdade, que
Kardec considera
infalível: “Desde que a
divisa do Espiritismo é
Amor e Caridade,
reconhecereis a verdade
pela prática desta
máxima, e tereis como
certo que aquele que
atira a pedra em outro,
não pode estar com a
verdade absoluta”. (P.
361)
223. Kardec afirma, sem
vacilar, que, em caso de
dissidência, ele se
separaria abertamente
dos que desertassem da
bandeira da
fraternidade, porque,
aos seus olhos, esses
não podem ser olhados
como verdadeiros
espíritas. (P. 361)
224. Kardec diz, na
seqüência, ser
impraticável formar numa
cidade grande uma
sociedade espírita
única, abrangendo todos
os espíritas da
localidade. E advoga
claramente a idéia da
criação de grupos
múltiplos e menores. (P.
362)
(Continua
no próximo número.)