Sinos
Alphonsus de Guimaraens
Escuto ainda a voz dos
campanários
Entre aromas de rosas e
açucenas,
Vozes de sinos pelos
santuários,
Enchendo as grandes
vastidões serenas...
E seguindo outros seres
solitários,
Retomo velhos quadros,
velhas cenas,
Rezando as orações dos
Septenários,
Dos Ofícios, dos Terços,
das Novenas...
A morte que nos salva
não nos priva
De ir ao pé de um
sacrário abandonado,
Chorar, como inda faz a
alma cativa!
Ó sinos dolorosos e
plangentes,
Cantai, como cantáveis
no passado,
Dizendo a mesma Fé que
salva os crentes!
Afonso Henrique da Costa
Guimarães, poeta
mineiro, natural de Ouro
Preto, nasceu em 24 de
julho de 1870 e
desencarnou em 15 de
julho de 1921.
Magistrado, jornalista e
poeta, notabilizou-se
principalmente pela
tonalidade mística de
sua poesia, como se
observa em suas obras:
Dona Mística,
Septenário das Dores,
Kiriale, Escada de
Jacob, etc. O soneto
acima faz parte do livro
Parnaso de
Além-Túmulo, obra
psicografada por
Francisco Cândido
Xavier.