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Raul Teixeira responde
Ano 2 - N° 79 - 26 de Outubro de 2008

  

– Quais seriam as etapas a serem percorridas pelo médium na sua educação mediúnica?

Raul Teixeira: Segundo Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns (1), a mediunidade não deverá ser explorada antes que venha a eclodir. Dever-se-ia esperar que ela brotasse e, a partir de então, se lhe daria o devido trato. Sendo assim, embora encontremos muitos companheiros que se candidatam ao exercício da mediunidade, sem que jamais hajam sentido coisa alguma que lhes demonstre serem portadores desse grau ostensivo de mediunidade, as nossas Instituições Espíritas devem estar sempre em guarda cuidadosa, para que não inaugure o sistema de fabricação mediúnica destituída de qualquer valor doutrinário, uma vez que há companheiros que se aproximam das Instituições Espíritas, portando tais peculiaridades mediúnicas já em processo de desabrochamento.

A Instituição orientada pela Doutrina deverá aproximá-los dos estudos doutrinários, das reuniões doutrinárias, do trabalho assistencial em favor de necessitados, daqueles labores que possam gradativamente disciplinar a criatura. Não é oportuno que ela chegue ao Centro e seja, de imediato, encaminhada à mesa de trabalhos mediúnicos, mas, sim, introduzida no campo de estudo, de conhecimento doutrinário espírita.

Se a pessoa estiver com a mediunidade atormentada será encaminhada para tratamento através de passes, explicações doutrinárias e da participação nas reuniões de estudos, para que possa, gradualmente, ir assentando essas energias revoltas, equilibrando-se até que possa chegar à atividade propriamente mediúnica. Isto porque, se aproximarmos a criatura, sem nenhum conhecimento espírita da mediunidade, aquilo não lhe sendo compreensível poderá afastá-la ou perturbá-la ainda mais. Não sabendo o que ocorre consigo mesma, a pessoa, ao invés de entregar-se ao labor, procura fugir, procura criar empecilhos de maneira consciente ou inconsciente. E é exatamente por isso que, não oferecendo a mediunidade nenhum espetáculo, sendo um fenômeno natural, exigirá que o companheiro tenha, pelo menos, as primeiras noções basilares do que a Doutrina Espírita nos fala a respeito desse tentame. Por isso, aqueles que se aproximam da mediunidade deverão encontrar, nas Instituições Espíritas, a orientação para o tratamento, para o trabalho e para o estudo, conforme Allan Kardec nos preceitua. 

(1) Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo 16º, item 198, 53ª edição, FEB, Brasília – DF, 1986.


Do livro Diretrizes de Segurança, de autoria de Divaldo P. Franco e José Raul Teixeira, publicado pela
Editora Fráter Livros Espíritas Ltda., de Niterói-RJ.  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita