Os constantes
acontecimentos
que diariamente
explodem como
uma bomba
destruidora na
imprensa falada,
escrita e
televisada,
mantêm a
população do
nosso país,
particularmente
de nosso Estado
do Rio de
Janeiro, em
estado
permanente de
preocupação e
medo. Essa
situação anormal
que ora
vivenciamos,
muito tem-nos
levado a
refletir o
quanto precisa
ser feito por
cada um de nós
cidadãos
brasileiros e em
particular nós,
fluminenses,
para reverter
este triste
quadro de
selvageria.
O Espiritismo
vem-nos
esclarecer sobre
esse difícil
momento de
turbulência que
envergonha a
nossa sociedade
tida por
civilizada,
conclamando-nos
ao exercício da
vivência e
divulgação dos
postulados
contidos na
codificação de
nossa doutrina,
difundindo a
prática da
caridade e do
amor ao próximo,
como sendo os
únicos meios
eficazes para
uma mudança de
postura visando
tornar o cidadão
consciente das
suas
responsabilidades
e dos seus
deveres para com
o próximo e para
com Deus.
Para tanto, é
imprescindível o
esclarecimento
através da
divulgação do
Evangelho de
Jesus, em nossas
casas espíritas,
propiciando
situações reais
de contribuição
para a virada de
postura de nossa
sociedade,
preparando
equipes
destinadas a
essa nobre
atividade,
iniciando
imediatamente um
movimento sério
e profundo de
evangelização
dos pais, ou
responsáveis,
crianças e
jovens do nosso
conhecimento,
convocando as
famílias a
levarem seus
filhos e seus
conhecidos à
casa espírita.
Enquanto o homem
continuar sendo
levado pela
antiga visão
arcaica e
equivocada a
crer que a sua
vida é única e
curta, e, que
deve viver como
se nada mais
existisse após o
momento da sua
morte,
permanecerá ele
com os mesmos
procedimentos de
desrespeito,
promovendo
desordem e pouco
se incomodando
com o bem-estar
de seu
semelhante e da
sociedade de que
faz parte, dando
toda importância
somente às
coisas
materiais, sem a
menor
preocupação com
o seu lado
espiritual
esquecido e
desprezado.
O Espiritismo
precisa ser
muito mais
divulgado do que
até hoje tem
sido, pois sua
mensagem de
confiança e
certeza na vida
futura, que não
se finda com a
simples morte do
corpo físico,
muito pode
contribuir para
a modificação do
pensamento
equivocado de
muitos desses
causadores de
tragédias e
desgraças, pois
saberão que
terão de prestar
contas de todos
os seus atos de
desrespeito e
selvageria,
cometidos contra
seu irmão em
humanidade, na
continuidade da
vida que não se
extingue.
São os Imortais
da Vida Maior
que nos afirmam
em O Livro
dos Espíritos
que o bem é
muito pouco
propagado e,
conseqüentemente,
o mal impera por
absoluta falta
de empenho e
ousadia dos
poucos que o
praticam em sua
divulgação,
conforme segue.
932. Por que,
no mundo, tão
amiúde, a
influência dos
maus sobrepuja a
dos bons?
“Por fraqueza
destes.
Os maus são
intrigantes e
audaciosos, os
bons são tímidos.
Quando estes
o quiserem,
preponderarão.”
933. Assim
como, quase
sempre, é o
homem o causador
de seus
sofrimentos
materiais,
também o será de
seus sofrimentos
morais?
“Mais ainda,
porque os
sofrimentos
materiais
algumas vezes
independem da
vontade; mas o
orgulho ferido,
a ambição
frustrada, a
ansiedade da
avareza, a
inveja, o ciúme,
todas as
paixões, numa
palavra, são
torturas da
alma.
“A inveja e o
ciúme! Felizes
os que
desconhecem
estes dois
vermes roedores!
Para aquele que
a inveja e o
ciúme atacam,
não há calma nem
repouso
possíveis. À sua
frente, como
fantasmas que
lhe não dão
tréguas e o
perseguem até
durante o sono,
se levantam os
objetos de sua
cobiça, do seu
ódio, do seu
despeito. O
invejoso e o
ciumento vivem
ardendo em
contínua febre.
Será essa uma
situação
desejável e não
compreendeis
que, com as suas
paixões, o homem
cria para si
mesmo suplícios
voluntários,
tornando-se-lhe
a Terra
verdadeiro
inferno?
“Muitas
expressões
pintam
energicamente o
efeito de certas
paixões. Diz-se:
ímpar de
orgulho, morrer
de inveja, secar
de ciúme ou de
despeito, não
comer nem beber
de ciúmes etc.
Este quadro é
sumamente real.
Acontece até não
ter o ciúme
objeto
determinado. Há
pessoas
ciumentas, por
natureza, de
tudo o que se
eleva, de tudo o
que sai da
craveira vulgar,
embora nenhum
interesse direto
tenham, mas
unicamente
porque não podem
conseguir outro
tanto. Ofusca-as
tudo o que lhes
parece estar
acima do
horizonte e, se
constituíssem
maioria na
sociedade,
trabalhariam
para reduzir
tudo ao nível em
que se acham. É
o ciúme aliado à
mediocridade.
“De
ordinário, o
homem só é
infeliz pela
importância que
liga às coisas
deste mundo.
“Fazem-lhe a
infelicidade a
vaidade, a
ambição e a
cobiça
desiludidas.
Se se colocar
fora do círculo
acanhado da vida
material, se
elevar seus
pensamentos para
o infinito, que
é seu destino,
mesquinhas e
pueris lhe
parecerão as
vicissitudes da
Humanidade, como
o são as
tristezas da
criança que se
aflige pela
perda de um
brinquedo que
resumia a sua
felicidade
suprema.
“Aquele que só
vê felicidade na
satisfação do
orgulho e dos
apetites
grosseiros é
infeliz, desde
que não os possa
satisfazer, ao
passo que aquele
que nada pede ao
supérfluo é
feliz com os que
outros
consideram
calamidades.
“Referimo-nos ao
homem
civilizado,
porquanto o
selvagem, sendo
mais limitadas
as suas
necessidades,
não tem os
mesmos motivos
de cobiça e de
angústias.
Diversa é a sua
maneira de ver
as coisas. Como
civilizado, o
homem raciocina
sobre a sua
infelicidade e a
analisa. Por
isso é que esta
o fere. Mas,
também, lhe é
facultado
raciocinar sobre
os meios de
obter consolação
e de
analisá-los.
Essa consolação
ele a encontra
no sentimento
cristão, que lhe
dá a esperança
de melhor
futuro, e no
Espiritismo que
lhe dá a certeza
desse futuro.”¹
“Ah! meus
amigos, se
conhecêsseis
todos os laços
que prendem a
vossa vida atual
às vossas
existências
anteriores; se
pudésseis
apanhar num
golpe de vista a
imensidade das
relações que
ligam uns aos
outros os seres,
para o efeito de
um progresso
mútuo,
admiraríeis
muito mais a
sabedoria e a
bondade do
Criador, que vos
concede reviver
para chegardes a
ele. – Guia
protetor.”
(Sens, 1862.) ²
Não mais podemos
esperar que as
coisas aconteçam
como por
encanto, está
mais que na hora
de deixarmos
nossa conhecida
postura de
acomodação e
sairmos em
campo,
enfrentando com
disposição e
confiança as
dificuldades e
empeços que nos
surgirão,
patrocinados
pelos que não
querem o
desenvolvimento
da mensagem
espírita, por
ignorância de
seu conteúdo ou
por interesses
escusos,
divulgando por
todos os meios
que nos forem
possíveis, de
forma fiel ao
contido nas
obras da
codificação,
começando de
imediato a
efetuar a tarefa
que está
reservada ao
Espiritismo de
transformação da
humanidade
através da
implantação do
Evangelho no
coração do
homem, que
espera por nossa
boa vontade e
determinação.
Que o Mestre de
Nazaré nos
inspire e
fortaleça nesse
desafio e nos
sustente com sua
paz, hoje e
sempre.
Fontes:
(1) O Livro
dos Espíritos
– FEB, 76ª
edição.
(2) O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
– FEB, 36ª,
Cap.XIII, item
19.
Grifos nossos.