GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Estudando O
Livro
dos
Médiuns
1
Allan Kardec –
artigo
Escassez de Médiuns,
in
Revista
Espírita
2
–, sugere aos
que
fazem ‘reuniões espíritas
íntimas’ e
não
dispõem de médiuns: “Ler, comentar e
desenvolver
cada artigo
de ‘O
Livro
dos
Espíritos’
e de ‘O
Livro
dos
Médiuns,
(...)”.
Professor, sabia
ele
que,
em
tema
amplo quanto
complexo como
o
Espiritismo,
a
necessidade
do
estudo
é
ainda
maior. Salienta a
relevância
do
estudo
dessa
Ciência,
máxime na
Introdução
de O
Livro
dos Espíritos. 4
Mas é
em
Obras
Póstumas
5,
em bela
e
clara
síntese,
que registra
os
fins
de:
“Um
curso regular de Espiritismo
(...)
com
o
fim
de
desenvolver
os
princípios
da
Ciência
e de
difundir
o
gosto
pelos estudos
sérios. (...) teria a vantagem de fundar a unidade de princípios,
de
fazer
adeptos
esclarecidos,
capazes
de
espalhar
as
idéias
espíritas e de
desenvolver
grande número
de
médiuns.
Considero esse curso como de natureza
a
exercer
capital
influência sobre
o
futuro
do
Espiritismo
(...)”.
(Grifamos)
A
Equipe
do Projeto Manoel Philomeno de Miranda publica novo livro:
Estudando O
Livro
dos
Médiuns.
No
prefácio,
o Espírito que dá
nome ao Projeto diz
que
é “(...)
compêndio
muito bem
elaborado
com
seleção
e
transcrição
dos
temas
mais importantes,
ensejando a
sua
memorização,
ao
tempo
em
que orientando
com
facilidade a
melhor
maneira de exercer
a mediunidade
sem
lágrimas,
sem sacrifícios,
mas também
sem utopia
ou
irresponsabilidade,
sem presunção
ou encantamento...
(...)”
A
equipe, em seu admirável estudo, fere, elegante
e
sensatamente,
questões
complexas de
O
Livro
dos
Médiuns
e assume, em estudo amplo, em termos objetivos
e
lógicos,
posições
definidas.
É
fruto
do diálogo fraterno
com sofredores,
em
longos anos;
de
estudos
e
debates;
de
meditações
e
observações;
enfim, de
vivências
na
prática
mediúnica – no
espaço
favorável da Mansão
do
Caminho,
onde se respira
o
perfume
do
Evangelho;
onde
a
prioridade
é
evangelizar
e
promover
o
ser
humano:
“(...) É de O
Livro
dos
Médiuns
que nos
ocuparemos,
por
se
constituir
ele a base
essencial para
quantos se interessam
pelo
Espiritismo experimental (...).
“Qual o
conhecimento
mínimo
que
uma
pessoa
precisa ter
para se envolver com a mediunidade e com
o
Espiritismo
prático?
(...) Allan
Kardec foi peremptório ao afirmar que o estudo da
teoria era
necessário, a fim
de
propiciar
entendimento
adequado do
que
se
experimenta.
(...) Que o
estudo
de O Livro dos Espíritos
(...) deveria
anteceder
o de O
Livro
dos
Médiuns,
sem
o
que
boa
parte
das
instruções
práticas
ficaria
sem
compreensão
adequada.
“(...) Seu plano é bem claro: partir das explicações teóricas (...) para
as
questões
práticas,
tirando-lhes as
conseqüências morais. (...) Se quisermos fazer
varredura global
da
Ciência
Espírita,
desde os
primórdios,
para compreender-lhe a
evolução,
o
melhor
método
é
estudar
O
Livro
dos
Médiuns
de
capa
a
capa,
nos
mínimos detalhes,
da
forma
como
foi apresentado.
“(...) Nos
dias
atuais (...) a
maioria
dos
que
se ocupam
com
a
prática
mediúnica
não
guarda relação
de
empatia
com
O
Livro
dos
Médiuns;
poucos o consultam
ou
o estudam,
incluindo-se
entre eles os que sequer o leram por
inteiro ou
mesmo
parcialmente.
“(...) Para
as
pessoas
que vivenciam
questões
práticas, foi que
montamos
este
livro,
como roteiro.
Não que
(...) devam
dar-se
por
satisfeitas com esse
minimus. Ao
contrário!
Sentir-nos-emos
recompensados
se,
após
apreciá-lo,
voltarem à fonte original – O Livro dos Médiuns
– (...).
“Esta obra é um curso, daí seu título: Estudando o Livro
dos
Médiuns.
(...)
“(...) Não se
distancia da
obra que é sua fonte de inspiração. Viaja muito colado ao texto
original, embora
(...)
apresentemos
(...)
experiências
e reflexões pessoais.
“Em todos os capítulos
o
pensamento
de Allan Kardec
transparece
(...).”
(Grifos nossos)
Lamentável que
verdade dura
seja necessária, oportuna: falta
o
estudo
contínuo
de O
Livro
dos
Médiuns,
em
muitas
Casas
Espíritas!
Ignorá-lo
ou
desprezá-lo é
postura temerária, leviana.
Conduz à
obsessão
e implicará em muita dor moral, no futuro, aos que assim agem. O
Codificador,
na
sua
introdução,
diz
que
um
de
seus
objetivos
foi
evitar
esses
males:
“(...) Feliz
nos
sentimos de
haver
podido
comprovar
que o nosso
trabalho, feito
com o objetivo
de
precaver
os
adeptos
contra os
escolhos
de
um
noviciado,
produziu
frutos
e
que
à
leitura
desta
obra
devem
muitos
o terem logrado
evitá-los. (...)
“(...)
Seu objetivo
consiste
em
indicar
os
meios
de
desenvolvimento
da
faculdade
mediúnica,
tanto
quanto o permitam as disposições de cada
um, e, sobretudo,
dirigir-lhe o
emprego
de modo útil, quando ela
exista. (...)”
(Grifamos)
A
quem
semeia
dúvidas e
discórdias;
ou busca
‘inovações’
que
desvirtuam a
prática
espírita,
o
item
302, de O
Livro
dos
Médiuns,
oferece
amorosa
e
sábia
advertência de O
Espírito de Verdade;
aos
que
agem
com
sinceridade,
roteiro
seguro. À indagação: ‘(...)
em
que
pode o
homem
imparcial
e
desinteressado
basear-se para formar
juízo?’,
responde:
“(...) Os princípios fundamentais
são por
toda parte
os
mesmos
e têm
que
vos unir numa
idéia comum:
o
amor
de
Deus
e a
prática
do
bem.
(...) Se
dissidências capitais se levantam, quanto
ao
princípio
mesmo
da
Doutrina,
de uma
regra
certa dispondes para
as
apreciar,
esta: a
melhor
doutrina é a que
melhor satisfaz ao
coração
e à
razão
e a
que
mais elementos
encerra para levar os homens ao bem. Essa, eu vo-lo
afirmo, a
que
prevalecerá”.
(Grifamos)
Aos
que
encaminham
enfermos
às reuniões mediúnicas, a equipe
não deixa
dúvidas quanto
à
inconveniência
dessa conduta – Cap. XIII, p. 137: “Em
estado de
subjugação
ninguém deve ser
conduzido à
iniciação
mediúnica, igualmente no de fascinação
escancarada”.
(Grifamos)
A
Equipe
analisa, ainda, com profundidade, temas
de
grande
interesse
na
atualidade
das
Casas
Espíritas, no Capítulo 22. Associações Espíritas (Cap. XXIX – p. 213
–, de O
Livro
dos
Médiuns,
itens
334 a 342.)
Com
destaque para as questões propostas por
Allan Kardec:
a) A
prevalência
das
questões
ético-morais sobre os fenômenos
em si
mesmos;
b) Sobre a
conveniência de
se
iniciar
a
formação
de
pequenos
grupos, onde
é
mais
fácil
construir a harmonia
tanto entre
os
próprios
integrantes,
quanto no
eventual
crescimento da
instituição.
A
existência
de
pequenos
e
numerosos
grupos
favorece a
divulgação
da
Doutrina
e o
serviço
às
comunidades;
c) A
necessidade
do
intercâmbio
entre
grupos, que
enseja a troca
de
experiências
e a
fraternidade
legítima;
d) Sobre os
cuidados
na
admissão
de
elementos
novos, onde
citam do
item
338,
palavras
textuais do Codificador:
“(...)
nunca, portanto,
será
demasiada
toda
a circunspeção,
na
admissão
de elementos novos”.
(Grifamos)
E
outros aspectos relevantes,
previstos por
Allan Kardec –
com
extraordinária
visão do futuro
–, e
por
ele
analisados
criteriosamente.
Em
Missionários
da
Luz
6,
André Luiz
indaga ao
mentor
Alexandre:
“—
Por que a doutrinação
em ambiente
dos
encarnados?
(...) É uma imposição no trabalho desse
teor?
“— Não (...), não
é
um
recurso
imprescindível. Temos variados
agrupamentos
de servidores do nosso
plano, dedicados
exclusivamente
a
esse
gênero
de
auxílio.
(...) valemo-nos
do concurso de médiuns e
doutrinadores
humanos, não só para facilitar a
solução
desejada,
senão
também
para proporcionar ensinamentos vivos
aos
companheiros
envolvidos na carne, despertando-lhes o
coração
para a espiritualidade.
(...)
“— Ajudando
as
entidades
em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos;
doutrinando,
acabarão
igualmente
doutrinados.”
(Grifamos)
Esta
breve
notícia da obra
busca divulgá-la e recomendá-la, sobretudo àqueles que integram reuniões
mediúnicas. O
trabalho
merece ser lido,
estudado,
meditado e
aplicado.
Afinal,
a tarefa – que se
destina ao nosso
aprendizado – é de Jesus! E servi-Lo é raro privilégio
que ora
nos é concedido.
Quem sabe, ao
conhecê-lo,
para
nosso benefício
e o da
Humanidade
terrena,
aprendamos todos a amar e a estudar mais toda a obra da Codificação Espírita?
Referências:
1. CALAZANS,
Nilo. FERRAZ,
José.
NEVES,
João.
Estudando O
Livro
dos
Médiuns.
Salvador:
Leal, 2008.
2. KARDEC,
Allan. O
Livro
dos
Médiuns.
72 ed.
Rio
de
Janeiro:
FEB, 2004.
3. KARDEC,
Allan. Revista Espírita
1861. 2. ed.
Rio de
Janeiro:
FEB, 2004, p.
74.
4. KARDEC,
Allan. O
Livro
dos
Espíritos.
84 ed.
Rio
de
Janeiro:
FEB, 2003, Introdução, VIII e XIII, p. 31/2 e 38/39.
5. KARDEC,
Allan. Obras Póstumas. 34 ed.
Rio
de
Janeiro:
FEB, 2004, p.
342.
6. XAVIER, F.
Cândido.
Missionários da
Luz.
Pelo Espírito
André Luiz. 12
ed.
Rio de
Janeiro:
FEB, 1979, Cap.
17, p. 280.