A Revue Spirite
de 1862
Allan
Kardec
(5a
Parte)
Damos seqüência ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1862. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 16
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. A quem Deus vai
confiar os postos mais
difíceis na grande obra
de regeneração pelo
Espiritismo?
Conforme mensagem
assinada pelo Espírito
de Verdade, felizes são
os que tiverem
trabalhado no campo do
Senhor com desinteresse
e sem outro móvel senão
a caridade, porque seus
dias de trabalho serão
pagos ao cêntuplo do que
esperam. Aos que não
recuarem diante de sua
tarefa é que Deus
confiará os postos mais
difíceis na grande obra
de regeneração pelo
Espiritismo. (Revue
Spirite de 1862, pp. 88
e 89.)
B. Como os Espíritos
superiores vêem nosso
apego às coisas
terrenas?
Lacordaire diz que sua
alma experimenta um
amargo sofrer quando vê
nas pessoas tanto apego
às coisas terrenas. E
aconselha: “Ide à frente
dos vossos irmãos
sofredores, dai ao pobre
o óbolo do dia, enxugai
as lágrimas da viúva e
do órfão com palavras
doces e consoladoras.
Levantai o ânimo abatido
do velho curvado ao peso
dos anos...” “Por toda a
parte, à vossa passagem,
prodigalizai o amor e a
consolação.” (Obra
citada, pp. 89 e 90.)
C. Deus quer que vivamos
em privações?
Não. Deus não pede que
vivamos em privações e
austeridades, nem que
nos cubramos com o
cilício: quer
tão-somente que vivamos
conforme a caridade e o
coração. “Semeai,
semeai, e um dia
colhereis com
abundância”, diz Santo
Agostinho. (Obra
citada, pág. 91.)
Texto para leitura
47. Enviada de Haia pelo
Barão de Kock, a
Revue publica
mensagem ali recebida,
em que o autor
espiritual assevera que
a reencarnação é uma
verdade incontestável e
a vida humana, uma
escola da perfeição
espiritual. (PP. 82 a
85)
48. O mundo progrediu
bastante, no aspecto
material e nas ciências
-- diz a mensagem --,
mas está, do ponto de
vista moral, ainda muito
atrasado. Desconhecendo
a lei de Deus, os homens
não escutam mais a voz
do Cristo. Eis por que
Deus lhes dá, como
último recurso, a
comunicação direta com
os Espíritos e o ensino
da reencarnação. (P. 86)
49. O Espírito de
Nicolas Poussin
(1594-1665) diz por meio
do médium A. Didier que
a pintura é uma arte que
tem por objetivo
retraçar as cenas
terrestres mais belas e
mais elevadas. Poussin
afirma que, quando na
Terra, raramente viu uma
obra-prima que não
combinasse o mais
elevado idealismo com o
mais perfeito realismo.
(PP. 86 e 87)
50. Falando sobre os
obreiros do Senhor,
afirma o Espírito de
Verdade que felizes são
os que tiverem
trabalhado no campo do
Senhor com desinteresse
e sem outro móvel senão
a caridade, porque seus
dias de trabalho serão
pagos ao cêntuplo do que
esperam. E afirma que
Deus vai confiar aos que
não recuaram diante da
sua tarefa os postos
mais difíceis na grande
obra de regeneração pelo
Espiritismo. (PP. 88 e
89)
51. Lacordaire diz que
sua alma experimenta um
amargo sofrer, quando vê
nas pessoas tanto apego
às coisas terrenas.
Dirigindo-se aos
espíritas de Paris, ele
aconselha: “Ide à frente
dos vossos irmãos
sofredores, dai ao pobre
o óbolo do dia, enxugai
as lágrimas da viúva e
do órfão com palavras
doces e consoladoras.
Levantai o ânimo abatido
do velho curvado ao peso
dos anos...” “Por toda a
parte, à vossa passagem,
prodigalizai o amor e a
consolação.” (PP. 89 e
90)
52. Santo Agostinho
recomenda: “Semeai,
semeai, e um dia
colhereis com
abundância”. E diz que a
vinha esplêndida que
deve erguer-se para Deus
é o Espiritismo, que
devemos manter e
propagar, cortando os
seus brotos e
plantando-os em outro
campo para que produzam
novas vinhas e outros
brotos em todos os
países do mundo. (P. 91)
53. Deus não pede, diz
Santo Agostinho, que
vivamos em privações e
austeridades, nem que
nos cubramos com o
cilício: quer
tão-somente que vivamos
conforme a caridade e o
coração. (P. 91)
54. Devemos arriscar
nossa vida para salvar
um malfeitor? Lamennais
diz que sim e afirma
que, fazendo-o, talvez o
livremos também, por seu
arrependimento, do mundo
de crimes em que vivia.
(PP. 92 e 93)
55. Elisabeth de França,
irmã de Luís XVI,
decapitada em 10/5/1794,
deu no Havre comunicação
versando sobre o mesmo
tema, na qual afirma que
a verdadeira caridade
não consiste apenas na
esmola, mas também na
benevolência concedida
sempre e em todas as
coisas ao nosso próximo,
inclusive os criminosos.
(P. 93)
56. Kardec disserta
sobre as bases
fundamentais da
frenologia, afirmando
que os frenologistas
dividem-se em
materialistas e
espiritualistas. Os
primeiros, nada
admitindo fora da
matéria, dizem que o
pensamento é um produto
da substância cerebral.
Os espiritualistas dizem
que os órgãos não são a
causa das faculdades,
mas apenas instrumentos
de manifestação das
faculdades e que o
pensamento é um atributo
da alma e não do
cérebro. (PP. 95 a 98)
57. O Codificador
analisa então, à luz da
preexistência da alma e
da reencarnação,
diversas questões que
não conseguem ter
explicação apenas com a
tese esposada pelas duas
correntes de
frenologistas, como por
exemplo a existência no
mundo de sábios e de
selvagens e a
diversidade de
temperamento e
inteligência em crianças
de um mesmo lar. (PP. 98
a 99)
(Continua
no próximo número.)