– Quando é
necessária ou
desaconselhável,
durante o passe,
a manifestação
psicofônica?
Raul Teixeira:
Reconhecendo que
o passe é a
contribuição
vibratória que
nós poderemos
doar em nome da
caridade,
desconhecemos a
necessidade de
comunicações
psicofônicas
durante o seu
transcurso.
Encontramos em
Allan Kardec, no
livro A
Gênese
(1), a
informação de
que nós
poderemos estar
submetidos a
três tipos ou
condições
energéticas ou
de ações
fluídicas.
Existe
fluidificação
eminentemente
magnética, que
são as energias
do próprio
sensitivo, nesse
caso, tido como
magnetizador.
Ele se desgasta
porque doa do
seu próprio
plasma, e a
partir dessa
doação sente-se
cansado,
esgotado. Um
outro nível é o
das energias
espirituais-materiais
ou psicofísicas,
quando se dá a
conjugação dos
recursos do
mundo espiritual
com os elementos
do médium; o
indivíduo se
coloca na
posição de um
vaso de cujos
recursos os
Benfeitores se
utilizam. Eis
quando
caracterizamos o
médium aplicador
de passes ou
passista: aquele
em quem, segundo
a instrução do
Espírito André
Luiz (2),
as energias
circulam em
torno da cabeça,
como que
assimilando os
valores da sua
mentalização,
escoando-se
através das
mãos, para
beneficiar o
assistido.
Vemos que quanto
mais o
trabalhador se
aprimora, se
aperfeiçoa, mais
se integra e se
entrega ao
ministério dos
passes, sem
cansaço; vai
melhorando a si
mesmo, pois, ao
aplicar as
energias
socorristas,
será
primeiramente
beneficiado com
os fluidos dos
Servidores do
Além, que dele
se utilizam.
Kardec ainda
aponta o
terceiro nível
de energia que é
o espiritual por
excelência.
Neste caso, não
haverá nenhuma
necessidade de
um instrumento
físico. Os
espíritos
projetam
diretamente as
energias sobre
os necessitados.
Assim, vemos que
mesmo no segundo
nível, em que
encontramos o
médium aplicador
de passes, sobre
o qual agem as
entidades para
atender a
terceiros, não
há nenhuma
necessidade de
incorporação
desses
espíritos. Os
Benfeitores,
comumente, não
incorporam para
aplicar passes,
o que não impede
que, uma vez
incorporados, os
Benfeitores
apliquem passes.
São situações
diferentes. Uma
é o indivíduo
receber
espíritos para
aplicar passes,
o que muitas
vezes esconde a
sua insegurança,
o seu atavismo
não-espírita, os
seus hábitos
deseducados. Ele
não crê que os
espíritos dele
possam se
utilizar sem a
necessidade da
incorporação.
Então, muitas
vezes, por um
processo de
indução
psicológica, o
espírito projeta
os seus fluidos
e o médium age
como se o
estivesse
incorporando.
Não se dá conta
de que não se
trata de uma
incorporação,
mas de um
envolvimento
vibratório, que
lhe faz
arrepiar. Com
isso, vamos
perceber que,
embora haja a
atuação dos
Benfeitores
Espirituais no
trabalho dos
passes, não há
nenhuma
necessidade de
que incorporemos
espíritos para
aplicá-los.
Há companheiros
que ainda não
foram educados
para o trabalho
do passe e
apresentam uma
atuação mais
característica
de distúrbio do
que de
ascendência
mediúnica: os
cacoetes
psicológicos, a
respiração
ofegante, o
retorcimento dos
lábios, os
gestos bruscos,
estalidos de
dedos, etc.; mas
nada disso tem a
ver,
evidentemente,
com a realidade
dos fluidos, da
sua natureza, do
seu contato com
os espíritos que
se faz em nível
mental.
_________________
(1)
Allan Kardec,
A Gênese,
capítulo 14º,
item 33, 29ª
edição, FEB,
Brasília – DF
1986.
(2)
Francisco
Cândido Xavier,
Nos Domínios
da Mediunidade,
André Luiz,
Capítulo 17º
(página 165), 8ª
edição, FEB, Rio
de Janeiro – RJ.
1976.
Do livro
Diretrizes de
Segurança,
de autoria de
Divaldo P.
Franco e José
Raul Teixeira,
publicado pela
Editora Fráter Livros
Espíritas Ltda.,
de Niterói-RJ.