VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, São Paulo
(Brasil)
Desvinculação
Estamos todos
envolvidos.
Esse tema não é só para
a morte, cuja separação
em solo terreno não tem
volta.
Há outras maneiras de
alguém desvincular-se,
deixando o ambiente de
um lar para fixar-se em
outro, seja por ocasião
do casamento, por
necessidade de mudança
profissional ou qualquer
diferente razão.
Também nós deixamos
nossos pais um dia para
formar nosso próprio
‘mundo’, em cuja ocasião
não nos permitimos
avaliar o estado
emocional daqueles que
deixamos. A vida é mesmo
assim, embora nos
proporcione, através da
espiritualidade amiga e
atenta aos problemas da
existência, a orientação
que vem do Alto em nosso
socorro, trazendo
sutilmente a indicação
dos caminhos que deverão
ser seguidos.
Para este assunto, que
traz sentimentos aos
corações desavisados,
Francisco Cândido Xavier
oferece a página “Desvinculação”’,
enviada por Emmanuel,
que fala do
comportamento geral das
pessoas, quando das
mudanças que ocorrem no
sentido da separação:
“Para muitos
companheiros da Terra a
desvinculação no campo
afetivo é prova difícil.
Desligamento do grupo
familiar, distância da
convivência.
Hora da diferenciação de
alguém perante outro
alguém.
Se te vês num momento
assim, na posição de
quem pode libertar
associados de ideal e de
afinidade, não hesites
no bem por fazer.
Aqueles que anseiam por
independência e mudança,
depois de te
compartilharem a vida,
são pedintes de
tranqüilidade e
renovação.
Não precisam tanto de
seu ouro e assistência,
nome e prestígio.
Rogam-te, acima de tudo,
escoras de tolerância e
bondade, a fim de que te
possam deixar sem que o
espinheiro da mágoa te
nasça no coração.
Medita naqueles que, um
dia, igualmente largaste
para tomar embarcações
outras, diferentes do
navio em que se te
localizava a área
doméstica, de modo a te
fazeres ao mar profundo
da experiência
terrestre.
Familiares que te amavam
a presença e amigos que
te disputavam a
companhia se viram, de
instante para outro,
apartados de ti por
efeito de tuas próprias
deliberações.
Assim nos expressamos,
porque freqüentemente a
harmonia na
desvinculação depende
daqueles que já
amadureceram na vida
física, aos quais se
pede amparo e segurança,
auxílio e aprovação.
Se alguém ao teu lado te
solicita o cancelamento
de compromissos e
deveres assumidos para
contigo, concede a paz a
quem necessita de paz a
fim de atender os
impositivos da vida em
outros setores de
evolução.
Realmente desejas que os
descendentes se garantam
para a felicidade, mas
não queres que os filhos
bem-amados atravessem
tribulações e enganos
que te amarguraram a
infância ou a juventude;
habituaste a desaprovar
as resoluções de amigos
que se afastam para
caminhos que já sabes
estarem encharcados de
lágrimas, mas não
concordas em que os
entes queridos venham a
transitar por estradas
que já trilhaste entre
pedras e aflições,
entretanto, por mais nos
doa ao coração, muitos
daqueles que mais amamos
chegaram à Terra
exatamente para isso.
Diante dos companheiros
que se te distanciam da
convivência ou que te
dizem adeus para te
reencontrarem mais
tarde, em outros e novos
níveis de espaço e
tempo, não lastimes nem
condenes.
Bendiga e auxilia
sempre.
Os que partem ou se te
separam da estrada, no
dia-a-dia, esperam de
ti, sobretudo, o
patrocínio do amor e o
refúgio da bênção”.