WELLINGTON BALBO
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Bauru, São Paulo (Brasil)
O Espiritismo e a história
|
Os vetores
históricos de
uma sociedade,
um país, uma
religião ou
mesmo de uma
civilização
inteira, como
nos casos dos
gregos e dos
egípcios, são
fundamentais
para a
compreensão de
diversos temas,
tais como, a
origem, história
e formação da
cultura. Fica
mais fácil
analisar os
fatos de hoje
quando os
confrontamos com
o ontem. Por que
os indivíduos de
determinados
paises têm
certos costumes,
muitas vezes
totalmente
diferentes dos
nossos? A
história explica
com propriedade
estes fatos. Um país como a Islândia, por exemplo, traz como iguarias patê de
cérebro de
carneiro,
gordura de
baleia e tubarão
apodrecido em
conserva. Para
nós brasileiros
essa culinária é
completamente
irreal, imagine
você, caro
leitor,
almoçando patê
de cérebro de
carneiro com
arroz e feijão.
Um tanto
esquisito, não é
mesmo? Acredito
que uma feijoada
cai bem melhor.
Mas o fato é que
poucas pessoas
dão a devida
importância aos
fatores
históricos.
Quando esta
questão é
transportada
para a religião,
isto fica ainda
mais evidente.
Há muitos
protestantes que
desconhecem
Martinho Lutero
e sua bela
história. Há
vários católicos
que não tomam
conhecimento da
história do
catolicismo,
como há judeus
que ignoram
fatos envolvendo
o judaísmo. No
seio do
Espiritismo isto
é também notado;
há muitos
espíritas que
ignoram a saga
de Allan Kardec,
suas obras, sua
ideologia, suas
realizações e
até mesmo como e
de que forma a
codificação
espírita foi
realizada. O
fundamental de
qualquer
religião é
tornar o homem
melhor, e a
idéia aqui é
mostrar que o
conhecimento dos
fatores
históricos nos
locomovem a
reflexões e, por
conseqüência,
proporcionam uma
melhor
compreensão
sobre o tema
estudado ou a
religião
esposada, o que,
indubitavelmente,
auxilia a
transformar
moralmente a
criatura.
Ora, se vamos
pesquisar a vida
dos habitantes
da Noruega, por
exemplo, se faz
mister
descortinarmos
as realidades
históricas
daquele país. É
uma viagem ao
ontem que nos
faz entender
melhor o hoje.
Torna-se, pois,
fundamental o
espírita avançar
na pesquisa da
história do
Espiritismo,
procurando saber
quem foi Allan
Kardec, sua
história de
vida, quais as
razões que o
levaram à
codificação,
suas obras, os
ideais que o
moviam, como era
o pensamento da
sociedade
francesa na
época, enfim, os
fatores
históricos que
envolveram o
nascimento do
Espiritismo.
Mas por qual
razão a presente
abordagem é
realizada? Pelo
simples motivo
de que, não
raro,
encontramos nos
centros
espíritas que
visitamos pouco
conhecimento
sobre Allan Kardec, sua vida e obra. Com o pensamento de Kardec esquecido, com sua
história pouco
estudada,
obviamente que
há uma defasagem
do que podemos
chamar de
cultura
espírita, ou
seja, os
espíritas
desconhecem o
princípio básico
do Espiritismo
que se alicerça
na
autotransformação
da criatura
humana. Dessa
forma a
construção moral
que dá a solidez
de caráter e a
dignidade ao
indivíduo é
tomada como
idéia distante
da realidade, de
modo que o
materialismo
engole qualquer
iniciativa de
melhoria íntima.
E o mundo
permanece em
processo lento
de progresso
moral. Basta
observar: há
milênios ouvimos
lições como o
perdão,
paciência,
tolerância, amor
e ainda não
conseguimos
internalizá-las
completamente.
Vasculhamos o
espaço, mas
ainda patinamos
nas questões do
coração. O
estudo do
processo
histórico do
Espiritismo
pode, pois,
ajudar-nos a
vencer nossas
limitações
morais.
Não se trata
aqui de uma
crítica ardilosa
ao freqüentador
e ao dirigente
do centro
espírita, mas
apenas uma
lembrança de que
é imperioso
mergulhar e
pesquisar a
história do
Espiritismo para
uma melhor
compreensão da
própria doutrina
e do pensamento
kardequiano.
Este regressar
ao passado trará
inúmeras
surpresas,
alegrias e, com
certeza, muito
conhecimento que
se constitui no
princípio básico
para nossa
evolução moral.
Pensemos nisso.