(Uma reflexão
sobre crianças
índigo)
Torno a
enfrentar com
destemor este
tema, com vistas
não mais a que
se use de
reflexão e de
bom senso.
O 29 de janeiro
foi tomado como
dia mundial das
crianças índigo.
Dias atrás li
qualquer coisa
referente ao
imenso potencial
amoroso dessas
crianças. Ora, o
potencial
amoroso reside
como semente
mais ou menos
germinada na
natureza de cada
ser humano –
isto não nego!
Mas poucas vezes
me deparei com
tamanha
incoerência e
contradição tal
como as contidas
nas perigosas
implicações
desta assertiva!
Que fique claro
aqui que não me
arvoro em
inquisidora do
século XXI –
como já pude
comentar em
artigos
anteriores, os
seareiros
espíritas das
décadas atuais
já contam com a
sua cota
suficiente de
preconceitos de
gente do próprio
meio eivada de
reservas e de
pré-julgamentos
principalmente
para com todo
autor espírita
que não seja o
próprio Allan
Kardec ou,
quando muito,
Chico Xavier. De
modo que, no
âmbito
espiritualista,
defino-me sem
embargos como
livre pensadora,
que já estendeu
os seus estudos
desde as luzes
insofismáveis do
Kardecismo até a
Teosofia, desde
o Zen Budismo
até as
maravilhas
incrustadas na
simplicidade do
Sufismo no Islã
– não me atenho,
resolutamente, a
qualquer tipo de
ortodoxia.
Não se trata
disso. Mantenho
o espírito
aberto às
pérolas
escondidas, e
certamente
encontráveis em
cada vertente
grandiosa e
valorosa do
pensamento
humano. Mas é
caso, antes, de
se lançar mão do
próprio bom
senso aludido na
Codificação e,
sobretudo, do
exemplo maior,
indiscutível,
que nos foi
oferecido neste
mundo conturbado
há dois mil anos
do que vem a ser
Amor – por
Jesus, a
encarnação do
próprio Amor
divino na Terra!
Caríssimos, não
me parece que o
perfil amoroso
se coadune com
rebeldia
gratuita e
indiscriminada,
ou com números
estatísticos de
assassinatos em
nome desta mesma
rebeldia e
compulsão em
“não se adequar
a um paradigma
educacional e
social
ultrapassado”.
Nossos
paradigmas
sociais e
modelos
educacionais
estão
deteriorados?!
Bem provável,
sob muitos
aspectos, haja
vista o
desassossego que
grassa em todo o
mundo e,
particularmente
no nosso país,
exemplificado
diariamente nos
eventos
lastimáveis de
jovens e
crianças imersos
nos caminhos da
incúria, do
crime e da
marginalidade.
Todavia, é
notório que esta
gangrena social
e humana se
alastra como
resultado
inevitável
justamente do
declínio dos
métodos tidos
como
ultrapassados do
amor, na nossa
sociedade
competitiva e
egotista
como talvez
nunca antes
tenha se
mostrado no
percurso
histórico da
humanidade!
Há uma grave
distorção de
visão desta
problemática,
ocasionada pelo
que podemos
classificar como
uma visão
colorida da
questão –
endossada e
“colorizada”
pela onda do
momento, pelos
modismos de Nova
Era, por
interesses
sub-reptícios,
talvez que pela
necessidade de
muitos de
rebatizar um
desafio que lhes
foge ao controle
e à competência
para
solucioná-lo a
contento, em
renomeando
indícios
comportamentais
antes
semelhantes aos
seculares
efeitos do
orgulho, da
rebeldia, do
ódio e da
agressividade
com rótulos que
lhes tornem não
mais que num
estilo diferente
e válido de ser
– estilo esse
que, contudo,
jamais deveria
ser associado ou
confundido com
as diretrizes
sábias do Amor
autêntico,
apanágio da alma
evoluída através
das vivências
dos evos
longínquos das
vidas
sucessivas, e
tornada assim e
naturalmente em
referência e
guia para os
seres em
caminhada na
retaguarda
difícil deste
mundo, como
Jesus e muitos
outros o foram!
Amor,
caríssimos, se
coaduna com
mansuetude e,
sobretudo, com
compreensão dos
degraus
evolutivos
incontáveis nos
quais cada um de
nós se situa em
termos de
conscientização
maior do
verdadeiro valor
da vida – e se
possui poder
transformador,
este se origina
justamente na
soberania
apaziguadora do
exemplo, e no
entendimento de
que neste
exemplo reside
força
transformadora
maior do que
qualquer ato de
rebeldia
declarado ou
expressado por
meio do
confronto de
gestos ou de
atitudes
impulsivas.
O amor burila a
exemplo do fluxo
ininterrupto das
águas dos
regatos que, em
seu curso
milenar, lapida
a pedra áspera,
aplainando os
seus ângulos
ferinos e
moldando-lhe a
natureza mineral
ríspida na
maciez graciosa
das formas.
Amor, caros,
jamais modifica
ou exemplifica
matando, e
crianças que vêm
a este mundo
portadoras deste
distintivo
nobilíssimo já o
indiciam em
tenra idade, na
docilidade e na
serenidade
presentes nas
mínimas atitudes
que nos
segredam, sem
erro, habitar
ali, naquele
corpinho frágil,
a alma
amadurecida
através de
tempos a perder
de vista na
evolução. Já nos
disse outrora o
Espírito de
escol André
Luiz: “nunca
cortes o que
podes
desatar”...
Nutro profundo
zelo por estes
atalhos sinuosos
e confusos
eleitos pelos
homens em
determinados
momentos mais
desnorteadores
da jornada,
quando seria
imperativa a
conscientização
de que é justo
na simplicidade
da reta clara de
uma estrada
florida rumo ao
sol nascente que
reside a chave
devida para a
resolução a
contento de
todos esses
dilemas – e não
nas curvas
sedutoras quão
traiçoeiras, que
nos acenam com
cenários
aparentemente
novos e
arrojados, porém
despidos de
eficiência na
resolução de
problemas
seculares, em
decorrência dos
quais já
deveríamos ter
aprendido que
amor
incondicional
não é amor
permissivo e
conivente com
todas as
iniciativas,
pois um tal amor
seria, antes,
mostra de
fraqueza; antes,
pusilanimidade –
não amor.
Amor
incondicional,
caríssimos, é o
que ama
apesar das
limitações dos
entes queridos.
Que auxilia e
transforma na
superação desses
limites não em
se associando a
eles e
rebatizando-os
de um novo
modelo de ser
que, em última
instância, não
traz proveito ao
mundo – mas
reconhecendo-os
com clareza como
entraves graves
à felicidade
humana e
oferecendo,
através da força
do próprio
exemplo, a
dignidade, a
retidão de
princípios e a
integridade
íntima – esses
sim! - a
qualquer tempo e
em qualquer
esfera da
atividade humana
capazes de
modificar
padrões
educacionais
deficientes, e
de reverter, com
atraso, a
monumental e
nefasta inversão
de valores que
já começa mesmo
a perverter a
noção exata do
que é o Amor com
as tintas
falsificadoras
das ilusórias
paixões humanas.
Mesmo que demore
um pouco.
Amigos, sem
duplo sentido, a
cada hora das
nossas vidas, o
fato mesmo é que
amor com amor
se paga! E
jamais, em tempo
algum, se
alcançará
transmutar
qualquer engano
em acerto por
meio dos métodos
da agressividade
e da rebeldia!