ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Comércio e
intercâmbio
Há uma mensagem
ditada pelo
Espírito André
Luiz, na
psicografia de
Chico, e
constante do
livro Sinal
Verde, que
muito chama a
atenção, entre
tantas. Embora
com um título
simples – que
pode não atrair
– seu conteúdo é
para pensar. Com
transcrições
parciais e
adaptações para
o objetivo da
presente
abordagem,
valemo-nos do
pensamento do
lúcido Espírito.
O comércio é
também uma
grande escola.
Comerciários,
comerciantes,
vendedores,
compradores,
todos precisamos
de atenção. Mas
é comum nos
depararmos com
balconistas
fatigados ou
irritadiços. É
hora de pensar
nas dificuldades
e provações que,
indubitavelmente,
os constrange na
vida pessoal ou
na retaguarda
familiar, para
não lhes negar
compreensão.
A pessoa que se
revela
mal-humorada, em
seus contatos
públicos,
provavelmente
carrega um fardo
pesado de
inquietação e
doença. Abrir
caminho, à força
de encontrões,
não é só
deselegância,
mas igualmente
lastimável
descortesia.
Dar passagem aos
outros, em
primeiro lugar,
seja no elevador
ou no coletivo,
é uma forma de
expressar
entendimento e
bondade humana,
virtudes ainda
tão escassas nos
dias atuais...
Aprender a pedir
um favor aos que
trabalham em
repartições,
mercados, lojas
ou em diferentes
serviços de
atendimento é
obrigação, não
virtude. O que
dizer, então, da
gratidão aos que
nos atendem? A
gratidão é um
tesouro que abre
portas e está
presente num
simples sorriso,
uma palavra
breve, um aperto
de mão, um
cumprimento.
A gentileza,
ultimamente tão
esquecida, é
capaz de
prodígios. Ela
está inclusive
no evitar de
anedotário chulo
ou depreciativo,
já que
reconhecemos que
as palavras
criam imagens e
as imagens
patrocinam
ações. Não é,
pois, melhor,
trocar a
agressão verbal,
a irritação,
pelo estímulo da
gentileza, da
gratidão, da
tolerância?
Zombaria ou
irritação só
complicam as
situações sem
resolver os
problemas.
Já percebemos
que quando
estamos
desequilibrados
nos perdemos? E
que, quando
estamos calmos,
conseguimos dar
conta do que
precisamos
fazer?
Quando
estivermos no
dever de
reclamar de
algo, de alguém,
de alguma coisa,
não façamos do
verbo um
instrumento de
agressão. Há
muitas formas de
resolver os
desafios do
cotidiano e a
agressão é a
pior delas.
Isso por uma
simples razão: o
erro ou o engano
dos outros
talvez fossem
nossos se
estivéssemos nas
circunstâncias
dos outros.
Prestemos
atenção nessa
última frase.
Ela nos leva ao
triste e recente
episódio de
Santo André-SP
com o
desequilíbrio do
jovem
protagonista no
seqüestro da
ex-namorada e
que resultou na
conhecida
tragédia.
Novamente a
sociedade
brasileira é
levada a
refletir sobre
as
precipitações,
ao não julgar, e
especialmente
convidada a
estender mãos de
socorro a tantos
dramas com que
se debatem os
seres humanos.
Um caso isolado?
Não. Diariamente
casos e casos,
mais graves,
menos graves, se
desenrolam aos
nossos atônitos
olhos. Alguns
chamam a atenção
da mídia, outros
não, mas todos
revelam apenas o
eclodir do
desequilíbrio
interior, da
carência
emocional e
psicológica, que
pode ser
resultado do
acúmulo de
agressões
sofridas, de
várias origens,
entre outras
causas.
E tudo pode ter
sido ativado
pela ausência de
gentileza de
alguém, pela
falta de
tolerância ou
pela irritação
que agride...
Melhor pensarmos
com mais carinho
no assunto, pois
a afabilidade é
caridade no
trato pessoal.
Por que, afinal,
nos agredimos
tanto? Alguém
poderá julgar-se
superior a
outro? Temos
autoridade para
isso? Quem de
nós poderá
situar-se isento
de errar, de
equivocar-se?
Quem de nós
poderá exigir
dos outros
virtudes que
ainda não
detemos?
São perguntas
que somente a
própria
consciência
individual
poderá
responder.
A verdade crua,
porém, é que o
orgulho
individual ainda
nos domina
severamente. Eis
para onde
devemos focar
nossos esforços:
no domínio de
nós mesmos!
Nota do
autor:
O
livro citado, de
onde extraímos a
mensagem que nos
inspirou a
presente
abordagem,
constitui
roteiro vivo de
orientação. Não
deixe de
conhecê-lo.